Em sua 35ª edição, evento ganha cenografia que contrasta Brasil-rústico com Brasil-moderno
Jornal do Brasil - Com Pedro Willmersdorf
Mais uma edição. Mais desfiles. Mais tendências. Nova edição. Novos desfiles. Novas tendências. Mas, após 35 temporadas de São Paulo Fashion Week, um conceito da semana de moda paulistana não se altera (apenas as visões sobre ele): a necessidade de um diálogo entre as milhares de expressões criativas que permeiam o evento. E, em sua cenografia, o SPFW sempre cria uma trincheira-vitrine onde é exibida justamente essa visão aglutinadora de ideias e ideais.
Os mestres responsáveis pela tradução desta proposta-base para o Verão 2014 são os Irmãos Campana, que, a partir do mote central da sustentabilidade, criaram uma ambientação que une o simples (representado pela piaçava, a madeira e o mandacaru) à inovação e ao luxo (representados pela arquitetura do prédio da Bienal, sob autoria de Oscar Niemeyer, e pelo dourado, que tonifica toda a cenografia da edição).
"Nossa inspiração foi o Brasil, a natureza e os índios. Usamos a piaçava para cobrir os interiores,e a madeira e o mandacaru para transportar o Parque Ibirapuera para dentro da Bienal. Já o papelão dourado cria um contraste entre o glamour da moda e a pureza da natureza", explica Fernando Campana que, ao lado do irmão Humberto desde 1983, aposta na brasilidade aliada à reinvenção como diretriz para seu legado.
"Contamos uma história através do design. O Brasil é emocional e intuitivo. Estar exposto a outras culturas, tradições e fazeres amplia e enriquece o nosso olhar, que já se tornou global," diz Humberto. "Isso fica claro nesse trabalho com o SPFW, que sempre aposta no talento. Fazer parte disso é um desafio", completa.
A seguir, sob as lentes do fotógrafo Vinicius Pereira, você confere o universo dialético criado pelos Campana que nos envolverá até sexta-feira (22), nesta 35ª edição do São Paulo Fashion Week. Bom desfile.
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