sábado, 31 de janeiro de 2015

Escola de samba mirim e Ecomoda apresentam projeto do primeiro desfile de carnaval sustentável da história do Sambódromo

Parceria entre a Petizes da Penha e programa da Secretaria de Estado do Ambiente vai vestir 1000 crianças com fantasias feitas com material reciclado

O fim de semana começou com samba e sustentabilidade na Lagoa Rodrigo de Freitas. No Espaço das Águas, administrado pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) no Parque dos Patins, a escola de samba mirim Petizes da Penha apresentou os protótipo das fantasias que vai levar para a avenida em 2015. A agremiação vai contar a história da Vila da Penha, destacando a importância dos imigrantes de outros estados. O projeto da Petizes é inédito: cada uma das dezesseis alas – além das duas alegorias – foi concebida sob o conceito de aproveitamento total. 

''Nossa parceria com a Petizes trabalha com as crianças o respeito ao meio ambiente, à história de sua comunidade e a alternativa da reciclagem como um instrumento de inclusão. Estão contemplados, portanto, os três âmbitos da sustentabilidade: ambiental, social e econômico'', comentou Paulo César Vieira, subsecretário de Políticas de Educação Ambiental da SEA. 

A fantasia ‘A fartura’ é inspirada nas cabrochas do carnaval e principalmente na Pequena Notável que, com seus balangandãs, mostrou ao mundo a fartura brasileira. A saia tulipa com fenda lateral em patchwork em tons de verde e talheres descartáveis na barra, assim como babados de tule e organza. Corpet em patchwork de malha com franja de canutilho de PET, com manga de babados de tule e organza com aplicação de talheres descartáveis. Cabeça de coquinho com adereçamentos de frutas de tecido, garrafas PETs pequenas e pluma de fio. Brincos, pulseiras de PET e tecido, três colares de PET e tecido iguais para cada fantasia.

''As crianças estão muito empolgadas com a ideia de recolher os materiais necessários para confecção de suas próprias fantasias. E o mais interessante é observar que elas estão entendendo o processo da reciclagem e da importância de nossas ações para o futuro do planeta'', comemorou Patricia Orleans, presidente da Petizes da Penha. 

A diversão foi potencializada no segundo setor do desfile com festas populares e a lembrança ao Parque Shangai, fundado em 1919. Uma das mais irreverentes fantasias entre as que foram apresentadas neste sábado (13/12), a ala ‘Parque do Dragão’ pede interação coordenada e transforma o conjunto de carrinhos de bate-bate confeccionados com caixas de papelão em um imenso dragão – com as cabeças feitas em isopor e papel marche. 


O responsável pela comissão de carnaval é Almir França, coordenador do EcoModa, projeto da SEA, que capacita alunos na área de moda sustentável e transforma retalhos de todos os tipos de tecidos e materiais em novas roupas e acessórios. Os quatorze núcleos do EcoModa estarão envolvidos na realização do desfile de 2015 da Petizes, que servirá como um trabalho de conclusão de curso. Além disso, professores e alunos do projeto estão em intercâmbio com o núcleo mirim da escola, para que a mensagem da sustentabilidade não se esgote na quarta-de-cinzas. 

''Quando fomos procurados para desenvolver esse carnaval, tivemos a certeza de que se tratava de uma grande oportunidade para mostrar ao público um espetáculo bonito, no visual e conceitualmente. Tenho certeza que depois do desfile da Petizes de 2015 teremos cumprido nosso papel: plantar a semente da sustentabilidade na linha de produção da maior festa do mundo'', disse Almir França.

Fonte: Rj.gov.br


Projetos ecológicos capacitam mais de 1,1 mil pessoas

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Fonte/foto: Ascom governo do estado

O Governo do Estado do Rio de Janeiro formou, 1.173 alunos dos cursos de capacitação profissional dos projetos socioambientais Fábrica Verde, EcoModa, EcoBuffet, Comunidades Verde e TV Verde.
Realizadas pela Secretaria do Ambiente, as iniciativas beneficiam moradores de diversas comunidades. O governador Luiz Fernando Pezão participou da formatura, que aconteceu no Teatro João Caetano, no Centro do Rio.

– Esses projetos são extraordinários porque geram emprego e renda dentro das comunidades. Vamos dar continuidade a essas iniciativas, que promovem capacitação profissional e educação ambiental, orientado os alunos a reaproveitarem materiais – disse o governador.

Segundo o secretário do Ambiente, André Corrêa, as ações serão ampliadas este ano para estimular a conscientização e a adoção de medidas sustentáveis.

– São iniciativas que geram desenvolvimento nestas áreas e ajudam no processo de conscientização sobre a importância de medidas sustentáveis para proteger o meio ambiente – afirmou o secretário.
O evento contou com a apresentação da orquestra da Ação Social pela Música do Brasil, desfile de moda com roupas produzidas por formandos do EcoModa, além de sorteio de computadores montados a partir de lixo eletrônico por integrantes do Fábrica Verde.

Profissionalização e conscientização ambiental 

O EcoBuffet, que ensina técnicas de aproveitamento integral dos alimentos, formou 353 estudantes. Durante o curso, aprenderam a reduzir o desperdício, além de disseminar o conceito de gastronomia sustentável. O projeto possui núcleos em 13 áreas, incluindo comunidades com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) como Chacrinha, na Tijuca, Jacarezinho e Complexo da Penha.

– Em casa, aplico todas as técnicas de reaproveitamento que aprendi no EcoBuffet e faço sucos e sobremesas saudáveis e gostosas para toda a minha família. O projeto me inspirou a continuar estudando e me especializando na área: pretendo fazer cursos de gastronomia e, no futuro, uma faculdade de nutrição – afirmou a formanda Suelen dos Santos, 23 anos, moradora do Jacarezinho.

O projeto Fábrica Verde capacitou 430 jovens e adultos nas áreas de manutenção e suporte técnico de serviços de informática, a partir de lixo eletrônico. A iniciativa oferece cursos em 14 comunidades, como Chacrinha, Rocinha, Vidigal e Vila Kennedy.

Presente em 12 comunidades – entre elas os complexos do Alemão e da Maré – o EcoModa formou 333 alunos em moda sustentável, por meio do reaproveitamento de roupas descartadas, retalhos de tecidos e diversos tipos de materiais recicláveis.

Moradora do bairro Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, Dayse Oliveira, de 52 anos, foi uma das beneficiadas pelo projeto EcoModa oferecido na Escola de Samba Portela, em Madureira. A formanda, que já trabalha na área de confecção de roupas, disse que a ação aprimorou sua qualificação e ajudou a abrir novos horizontes profissionais.

– O projeto não ensina apenas a fazer moldes e a costurar. Tive aulas de confecção de acessórios, bijuterias e adereços, e isso, já está gerando novas oportunidades de trabalho para mim. Comecei até a produzir alguns acessórios para a Portela, e espero poder trabalhar no Carnaval – disse Dayse.

A TV Verde, voltada para a capacitação técnica em audiovisuais, qualificou 32 alunos do Complexo do Alemão. Já o projeto Comunidades Verdes formou 25 pessoas em técnicas de jardinagem com ênfase no reflorestamento, no plantio de mudas e na implantação de hortos comunitários.

Com 18 anos, Gabrieli Leonardo Dias se formou no curso do TV Verde e pretende seguir carreira no mercado audiovisual.

– Sempre me interessei pela área e foi ótimo ter tido a oportunidade de fazer esse curso, que me ensinou muitas técnicas profissionais importantes. Agora, pretendo fazer uma graduação em Cinema, para continuar atuando no mercado. Esse tipo de projeto é muito importante porque oferece chance para muitos jovens de comunidades, que não teria

Acessórios de moda ao estilo amazônico se tornam tendências luxuosas e sustentáveis

Grifes e designers investem em um material que se encontra com fartura na Amazônia - o couro de peixe - e ganham adeptos da moda e da natureza em si

Ibama e Ministério da Agricultura crediam frigoríficos fornecedores

O criador da Osklen, Oskar Metsavaht, cantou a pedra há quase três anos: “o novo luxo é nobre e sustentável”. Foi essa filosofia que levou a grife brasileira a investir em um material que se encontra com fartura por aqui, o couro de peixe, tão resistente quanto o bovino. Exótica e peculiar, a matéria-prima amazônica chama a atenção pela presença das lamélulas, locais onde as escamas estão inseridas.
Quem trabalha com o couro de peixe há mais de 20 anos é a designer de joias Rita Prossi, que aplica peles de surubim, aruanã, pescada e tambaqui em suas biojoias e cintos. “O exotismo é o diferencial desse material, mas alguns não entendem muito bem que essa é uma matéria-prima sustentável”, conta Rita, que se queixa da falta de informação sobre o produto.
“Essa é uma das barreiras que encontrei ao trabalhar com couro de peixe, por isso tenho sempre que explicar que essa é uma pele que seria jogada fora porque os frigoríficos exportam somente os filés. Têm pessoas que acham que estamos matando os peixes para fazer isso”, comenta.
COLARES E PULSEIRAS
Aliar beleza e sustentabilidade a colares, tiaras, pulseiras e brincos também é a fonte de renda da artesã Luciana Martins. Um diferencial dos produtos dela é justamente a utilização da técnica do curtume do couro de peixe de peixes regionais como o pirarucu, o tambaqui e a pirarara.
“Aprendi a técnica do curtume em Manaus em uma visita ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde tive acesso à pesquisa pioneira do professor José Rebello em transformar a pele de animais em couro para a utilização na indústria, e também por meio de qualificação no Sebrae”, explica a artesã.
Os colares produzidos por ela custam de R$ 15 a R$ 100 reais; as pulseiras, de R$ 15 a R$ 25. Os acessórios podem ser encontrados no Feirão da Sepror, na avenida Torquato Tapajós (antiga Expoagro), de quinta-feira a sexta-feira, das 7 horas às 17 horas; aos sábados, na Feira da Asa, na avenida Coronel Teixeira; na Feira do Cassam, na avenida General Rodrigo Otávio; e aos domingos, na Feira da Eduardo Ribeiro, Centro.
SUSTENTABILIDADE
Outra artesã que embarcou na ideia de investir em couro de peixe é Greyci Oliveira, gerente da empresa Couro D’água Amazonas, que também é fornecedora da designer Rita Prossi. Greyci conta que qualquer espécie pode ser utilizada, sendo a pirarara e a pescada as mais utilizadas por ela na produção de bolsas, carteiras, pastas e acessórios.
As etapas pelas quais as peles passam durante o curtimento vão da lavagem, descarne, remoção das escamas até o recurtimento com produtos naturais, tingimento, secagem e lixamento. Tudo isso pode levar até 15 dias.