quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O futuro da moda pertence às roupas inteligentes e a sustentabilidade

A indústria da moda precisa se adaptar às mudanças provocadas pela falta de água, escassez de recursos, desperdício de matéria prima, aumento da população, crises econômicas e a constante evolução no comportamento do consumidor. Qual o melhor caminho para o futuro da moda? Para a indústria da moda ser sustentável economicamente, ela deve ser sustentável tanto social e ambientalmente. Por quê? Porque nós estamos vivendo tanto num desastre ecológico como numa crise econômica e social.

A população mundial está em explosão demográfica desde a Revolução Industrial que começou na Inglaterra em meados do século XVIII, onde o planeta tinha um pouco mais de um bilhões de habitantes, mas em 2025 chegaremos a quase nove bilhões de habitantes na Terra. O mundo está agora lutando para se adaptar a uma nova realidade ambiental com os aterros sanitários superlotados com toneladas de resíduos industriais, aumento da poluição das fontes de água, terra e ar pelas indústrias além da crônica falta de água em diversos países, põe em risco tanto a produção de alimentos como de fibras naturais para a indústria têxtil.

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A insustentável indústria do Fast fashion já não contará com tantos recursos naturais para continuar sua fabricação em massa, encurtando o ciclo da moda e acelerando a velocidade do varejo. Na realidade, estamos na iminência do que é chamado da “era slow fashion” e da “economia circular”. No futuro, o mero valor material não será mais suficiente para evocar uma sensação de consumo nos consumidores. Com a escassez de água causada pela mudança climática extremas e pelo desperdício humano, vamos precisar de roupas inteligente para monitorar nossa saúde e o clima.

A BioCouture criada pela designer vanguardista Suzanne Lee, une design com bio e nano tecnologias de ponta para criar em laboratório, roupas biodegradáveis feitas por bactérias. Roupas inteligentes também poderão ter uma vida mais longa por causa de sua finalidade altamente funcional com tecidos que se auto-regeneram, não sujam nem se molham, captam energia solar e cinética para alimentar dispositivos eletrônicos, monitoram a saúde e os exercícios do usuário como também se conectam a outros dispositivos eletrônicos.

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A desaceleração da moda vai criar roupas que mudam de cor, estampa e forma, permitindo ao consumidor mudar de acordo com seu ritmo sem precisar comprar novas peças. Marcas de moda focadas na transparência, ética e sustentabilidade serão priorizadas pelos consumidores, e a personalização em massa vai evitar o enorme desperdício do sistema atual de “oferta e procura” para outro mais mais sustentável de “procura e oferta”.

Os produtos de consumo personalizados possibilitam que o cliente participe da sua criação de forma ativa, tornando-se o designer. Através desse processo elimina-se o estoque de produtos prontos, que por si só, gera uma enorme economia por não desperdiçar recursos naturais.

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A moda sustentável é uma tendência paralela a moda tecnológica, onde as pessoas vão possui menos roupas mas de maior qualidade. São roupas projetadas para serem reutilizadas ou biodegradadas com é o caso dos novos tecidos feitos de resíduos de alimentos, reciclagem de roupas velhas ou produtos sintéticos que foram descartados como redes de nylon e garrafas pet.

A evolução da moda é o casamento entre a “tecnologia vestível” e a “sustentabilidade”, e em breve, estaremos dando as boas-vindas a nova realidade da moda conectada onde podemos experimentar roupas multifuncionais e inovadoras. Se você quiser saber mais detalhes de como serão esses avanços na moda, haverá a palestra “Sustentabilidade e tecnologia vestível, as duas vertentes do futuro da moda” nos dias 4/11 no House of Learning e 5/11 no Lab Fashion em São Paulo. Participe, as vagas são limitadas!
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O movimento Fashion Positive visa tornar a Indústria da Moda mais ética e sustentável

Há muitas razões para reclamar dos problemas causados pela indústria da moda hoje como a poluição da água,produtos químicos tóxicos, toneladas de resíduos de vestuário nos aterro, exploração dos trabalhadores em lugares como  Índia, Bangladesh, Camboja e China, enfim a lista continuar. No entanto, estão surgindo novas organizações, marcas, feiras de tecidos e semanas de moda focadas na moda sustentável, que buscam oferecer sinais de esperança para esta indústria que movimenta US $ 1,2 trilhão anualmente e que está mudando lentamente seu curso.

Lançado em 2014 pelo Cradle to Cradle Products Innovation Institute, o Fashion Positive (Moda Positiva) é um movimento de agentes de mudança na indústria da moda, que querem criar um impacto positivo para o futuro através da: Inovação na cadeia de abastecimento, fornecimento de empréstimos a taxas de juros baixos para fornecedores, aumentar a transparência e criação de materiais seguros para os designers e marcas.

O Moda Positiva visa reorganizar toda a cadeia de abastecimento global de moda e ajudar a criar materiais mais sustentáveis, processos e produtos. A iniciativa trabalha com marcas de moda, designers e fornecedores para melhoram continuamente a forma como as roupas são feitas seguindo as seguintes cinco categorias: saúde do material, uso do material, energia renovável, gestão da água e da equidade social.

O projeto de metodologia do Cradle to Cradle foi desenvolvido pelo Dr. Michael Braungart e William McDonough, e a primeira tarefa da iniciativa é a construção de uma biblioteca de materiais ​​e fornecedores sustentáveis que os designers de moda poderão acessar para tornar seus produtos mais ambientalmente e socialmente positivos. A iniciativa já está colaborando com marcas como Stella McCartney, G-Star RAW, Bionic Yarn, Loomstate e lojas de departamento Belk.

Enquanto a maior parte da conversa sobre sustentabilidade na indústria da moda se concentra no zero resíduos, zero água, zero energia, zero toxinas,  o programa Moda Positiva ao invés disso irá destacar as inovações sustentáveis ​​de moda e inspirar a indústria a seguir o exemplo. A maneira de se tornar uma força positiva na indústria é estimular, documentar e apresentar a próxima geração de roupas e acessórios que são projetados pensando na economia circular.

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“A moda é um trem em movimento constante“, disse Lewis Perkins, vice-presidente sênior do Cradle to Cradle Products Innovation Institute. “O que nós decidimos fazer é volta para os blocos de construção da moda. A idéia não é apontar o mal, mas para estimular a inovação e mostrar histórias positivas de modo que o resto da indústria pode dizer, Isso pode realmente se encaixam na minha empresa.”

A inovação têxtil sustentável não é nada de novo: Algumas marcas de moda líderes (Patagonia, The North Face, Volcom, Levi) desenvolveram linhas de produtos feitos com garrafas de plástico reciclado, fibras à base de plantas, tecidos renováveis, e outros resíduos pré e pós-consumo. Mas a utilização desses tecidos ainda não foi sistematizado nas cadeias globais de fornecimento para poder substituir o consumo do insustentável algodão tradicional e do poliéster virgem.

A missão de Moda Positiva não é só incentivar o uso de materiais sustentáveis ​​nas marcas globais de moda, mas também incentivar o pensamento do sistema Cradle to Cradle (do berço ao berço) entre todos os intervenientes-chave ao longo da cadeia de fornecimento do material e o ciclo de vida do produto.
Para fazer uma camiseta de garrafas de água de plástico reciclado, por exemplo, uma empresa pode simplesmente querer se concentrar em como transformar esse plástico em poliéster para fazer o seu produto. A Moda Positiva quer que essa mesma empresa pensar grande: Como o plástico foi feito originalmente? Quais são produtos químicos que existem nele? Como podem as fibras plásticas serem reaproveitadas de uma forma que seja seguro para os seres humanos e o meio ambiente?

E como pode um novo produto que está sendo projetado ser facilmente reutilizado, reciclado ou upcycled? À medida que as pessoas começam a questionar a sustentabilidade na moda, toda a indústria pode identificar quais materiais e processos são problemáticos e encontrar novas tecnologias para resolvê-los. O que a Moda Positiva está construindo é um ecossistema de marcas e organizações inovadoras trabalhando para transformar a indústria do vestuário e têxtil. Claro, essa transformação não vai acontecer de forma rápida, nem de a Moda Positiva vai fazê-lo sozinha.

Um dos objetivos da iniciativa é o de  construir pontes entre a indústria têxtil, fornecedores, estilistas e marcas para impulsionar ainda mais a adoção de materiais e inovações de fabricação. A iniciativa do governo americano chamada Innovation Fund, fornece financiamento para selecionar fornecedores que desejam desenvolver materiais sustentáveis que serão compartilhados com a comunidade de forma positiva. A iniciativa também tem parceria com organizações como a Sustainable Apparel Coalition e a NRDC’s Clean By Design para harmonizar e otimizar os esforços de sustentabilidade dentro da indústria da moda.
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A Sustaintable Apparel Coalition (SAC), é um grupo de trinta organizações que inclui a Nike, Gap Inc, H & M, Levi Strauss, Marks & Spencer e Patagonia, e vai trabalhar para ajudar a indústria do vestuário no sentido de desenvolver melhores estratégias e ferramentas para medir e avaliar o desempenho da sustentabilidade.

A Coalizão tem dois objetivos. Em primeiro lugar, as organizações membros irão desenvolver planos para amenizar o impacto da indústria do vestuário na água e indústria de consumo, ao criar compromissos para a melhoria do desvio de resíduos e a redução do uso de produtos químicos. Em segundo lugar, a Coligação irá desenvolver uma ferramenta baseada em métricas que irão ajudar as empresas na mensuração de seus impactos ambientais e sociais.

“Na indústria da moda, você não quer ficar para trás“, disse Lewis Perkins, vice-presidente sênior do Cradle to Cradle Products Innovation Institute. “Estamos apostando que para fazer parte da vanguarda, a sustentabilidade é definitivamente o próximo desenvolvimento para a indústria do vestuário”. Os Estados Unidos e Europa estão bem adiantados em seus programas de sustentabilidade na moda já no Brasil, a indústria e as empresas estão mais focadas em como vão resistir a crise econômica que só piora a cada mês no país por causa do desgoverno.

Não seria uma boa hora para criar soluções inteligentes para os desperdícios criados pela indústria da moda nacional? Na palestra “Sustentabilidade e tecnologia vestível, as duas vertentes do futuro da moda” no início de Novembro em São Paulo, mostrarei alguma soluções tecnológicas para tornar a moda mais sustentável.




quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Uma breve história sobre a moda sustentável

Digite as palavras “future” e “fashion” no google, e você vai ter inúmeros resultados falando sobre a impressão 3D, tecnologia wearable, tecidos inteligentes e sites de comércio eletrônico, mas a sustentabilidade não é tão mencionada. No entanto, a palavra sustentabilidade está cada vez mais presente na indústria da moda, seja nos desfiles, na mídia, nas campanhas publicitárias e na fabricação de roupas e acessórios que serão expostos nas prateleiras das lojas.

A indústria da moda está crescendo cada vez mais seu foco em práticas sustentáveis e até publicações de negócios, como a revista Forbes disse “O verde é o novo preto.”
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Através de práticas de negócios inovadores, a indústria da moda já percorreu um longo caminho para melhorar as condições ambientais e sociais ao longo de complexas cadeias de suprimentos globais. Ainda assim falta muito ainda. Um breve olhar no passado histórico da indústria mostra que as corporações estão respondendo as mudanças nas demandas do consumidor, tendências de mercado e limitações de recursos naturais ao longo dos anos, sinalizando que o futuro de moda sustentável se manterá.

A partir da industrialização para o Dia da Terra

Quando as primeiras lojas de departamento apareceram nos Estados Unidos no final do século XIX, em meio a ascensão da Revolução Industrial, máquinas de costura eram relativamente novas e o trabalho infantil ainda era legal. A maioria das roupas eram feitas por encomenda no mercado interno, e apenas uma pequena fatia da população possuía roupas suficientes para encher um pequeno armário.
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Mas depois com a explosão do consumo no pós-guerra, os shoppings se tornaram tão comuns da mesma forma que as compras se tornaram um passatempo nacional. A cultura do consumo cultivada na década de 1950 estabeleceu uma economia baseada na produção em massa no momento em que a maioria dos bens de consumo foram fabricados na América. Isso gerou uma proliferação de shoppings, lojas de varejo e vendas sazonais para incentivar mais o consumo.

A mentalidade do crescimento sem limites do pós-guerra não foi cumprida sem dissidência. Com movimentos políticos e sociais surgindo no final dos anos 1960 e 1970 pelos direitos civis e contra a guerra do Vietnã, uma crescente consciência do impacto dos seres humanos no planeta também deu origem: O primeiro Dia da Terra foi comemorado em 22 de abril de 1970. Enquanto o moderno movimento ambiental teve início bem antes desse dia, a moda sustentável brotou do estilo de se vestir dos hippies durante esse período.

Abrindo as portas da inundação

Os movimentos de eco-consciência como o “faça você mesmo” (DIY) e o de conscientização dos consumidores sobre o potencial das roupas de segunda mão emergiram na segunda metade do século XX, pois o consumismo inchou a limites sem precedentes. Durante este tempo, a indústria de vestuário experimentou grandes mudanças na logística de produção, prazos e escala, o que ajudou muito no aumento da produção e incentivou os compradores a encherem seus armários como nunca houve na história humana.

Nossa demanda por fast fashion levou a uma explosão de produção de vestuário e hoje estamos consumindo 400% mais roupa do que há 30 anos. Como isso pode ser sustentável? Não pode!

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Uma mudança importante ocorreu em 1973, quando os EUA e outros países assinaram um acordo que criou um sistema de quotas para limitar a quantidade de importações de tecidos e vestuário de países específicos, para proteger os interesses comerciais. Em vez disso, o acordo dirigiu-se para os custos de produção no mercado interno.

Quando o sistema de quotas foi eliminado em 2005 e substituído por um acordo da Organização Mundial do Comércio, as comportas para terceirizar a fabricação no exterior foram abertas, e todo o trabalho feito para proteger a indústria de fabricação americana foi jogado no lixo por interesse de alguns grandes empresários e de políticos corruptos.

“Mover a produção para o exterior foi o impulso para criar uma moda cada vez mais global”, disse Connie Ulasewicz, co-editora do “Moda Sustentável: Por que agora?” E professora associada na San Francisco State University. “As empresas mudaram sua produção para lugares como Camboja, Vietnã e Mongólia, onde não existem requisitos mínimos de salário ou idade ou regulamentares relativas ao número máximo de horas trabalhadas. Quando isso aconteceu, as pessoas também perderam o contato de como e onde foram feitas suas roupas”.

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Esse movimento de fabricação de roupas no exterior também criou a uma série de controvérsias que levou os consumidores a começarem a questionar a origem de suas vestes. Esse golpe feito pelos grandes empresários da indústria juntamente com políticos corruptos com a desculpa da “globalização do comércio”, fez com que os trabalhadores de países ocidentais que tinham proteção de leis trabalhistas e maiores salários fossem substituídos por trabalhadores escravos em países em desenvolvimento.

Tudo isso foi um golpe ardiloso feito para o lucro máximo das grandes corporações que ficaram livres para explorar países onde os trabalhadores não tem nenhuma proteção ou garantias de seus governos, além de terem que aceitar salários miseráveis e más condições de trabalho. Simplesmente esse acordo da “Organização Mundial do Comércio” foi feito para voltar as péssimas condições de trabalho da Revolução Industrial do século XIX.
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Atualmente os governos dos países produtores de têxteis têm pouca supervisão sobre o que acontece em suas fábricas, pois o que importa é que as tecelagens e fábricas mantenham tudo funcionando, enquanto sistematicamente despejam seus produtos químicos não tratados diretamente nos rios que acabam desembocando no mar.

Graças ao fast fashion a indústria do vestuário se tornou a segunda indústria mais poluente do mundo, ficando atrás apenas do setor de petróleo e também é a segunda maior consumidora de água depois da indústria alimentícia.
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Nós, os consumidores, não somos os únicos responsáveis por tudo isso. As empresas de fast fashion trabalham segundo o modelo de “obsolescência programada”, isso significa que em vez de criar peças de vestuário que sejam resistentes ao desgaste ao longo do tempo, elas criaram uma indústria (suportada pelos meios de comunicação de moda) de micro-tendências.

Os produtos são projetados para sair de moda rapidamente, muitas vezes caindo aos pedaços depois de apenas algumas lavagens. Os beneficiários desse sistema incluem os CEOs de grandes varejistas como o CEO da Zara, Amancio Ortega, atualmente o quarto homem mais rico do mundo na lista da Forbes, e logo após ele vem a família por trás da H & M.

A ascensão do consumo consciente

Em 1991, a Nike foi exposta mundialmente pelos baixos salários e más condições de trabalho em uma de suas fábricas indonésias. Houve protestos e boicotes dos consumidores, bem como uma grande atenção da mídia o que levou a empresa a fazer algumas mudanças sérias na sua cadeia de abastecimento. Este e outros incidentes trágicos (mais recentemente o colapso da fábrica Rana Plaza em Bangladesh) forçaram a indústria a fazer um balanço e mudar.
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Vinte e quatro anos depois, a Nike é uma das empresas mais sustentáveis ​​do mundo. E enquanto ela e outras empresas de vestuário ainda competem para reduzir os custos e aumentar as margens, eles também competem para aumentar a sua reputação como bons cidadãos corporativos e ganhar os corações, mentes e carteira dos consumidores.

A empresa americana de moda esportiva Patagônia é um exemplo de marca eco-consciente que demonstra continuamente aos consumidores, como a sustentabilidade faz parte de seu DNA corporativo. Outras empresas têm habilmente inovado para sensibilizar os consumidores sobre o ciclo de vida de uma peça de vestuário, como as campanhas da Levi do cuidado do desperdício de água na fabricação de seus jeans e reciclagem de garradas PET em novos jeans.
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Até mesmo grandes nomes como Gucci e Calvin Klein entraram no jogo da sustentabilidade, e também outras marcas como Stella McCartney, Puma, H&M, G-Star RAW e grupo de luxo Kering estão correndo atrás desses consumidores atentos aos problemas sociais e ambientais causados pela indústria da moda. Dessa forma, a tendência no sentido da sustentabilidade na indústria da moda é clara.

De volta para o Futuro

Mesmo como as empresas de moda impulsionando a inovação e a sustentabilidade, investindo em fibras sustentáveis, no lançamento de programas de gestão de produtos químicos, melhorando a rastreabilidade dos produtos e da transparência da cadeia de fornecimento, promovendo a reciclagem de garrafas PET e resíduos de lixo em novos tecidos bem como a reciclagem de fibras naturais, o fantasma sombrio da indústria do fast fashion  e seus problemas ambientais e sociais não podem ser ignorados. Enquanto o movimento slow fashion e o movimento de fabricação interna de moda oferecem esperança para a indústria, perguntas difíceis sobre o nosso sistema de vestuário moderno permanecem.

“A globalização nos permite não pagar muito por roupas”, disse Linda Welters, professora de moda na Universidade de Rhode Island. “Se as pessoas sempre compram roupas por causa de seu preço reduzido, elas têm uma mentalidade descartável sobre a roupa, e isso é um problema.”
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À medida que surgem a cada dia mais sites de comércio eletrônico,  tornando mais fácil comprar roupas com o clique de um botão, e talvez um dia entregar nossos produtos de forma rápida  através de drones, essa mentalidade descartável é o calcanhar de Aquiles da indústria da moda. Para prosperar, as marcas globais de moda terão de reinventar seus modelos de negócio, abraçar a economia circular e criativamente convidar os consumidores a acabar com a cultura do descartável. Considerando que dois terços do impacto ambiental total de um vestuário ocorre na fase de utilização do consumidor (lavagem e secagem), as marcas de moda devem envolver os consumidores na sustentabilidade para conseguir melhores resultados.

O futuro da moda sustentável não vai acontecer só por causa das novas tecnologias de impressão 3D, tecidos inteligentes ou tecnologia wearable, ela vai acontecer também pela conscientização de como e onde nossas roupas são feitas, como elas são usadas, e como elas são eliminadas ou reutilizadas pelo sistema do “berço ao berço”. Atualmente, nenhuma marca de moda que se preze pode mais omitir suas responsabilidades sociais, ambientais e a transparência dos métodos de fabricação de seus produtos.

As gerações jovens Y e Z que são totalmente conectadas as mídias sociais e internet tem acesso instantâneo ao que acontece na indústria da moda e são os Y e Z os maiores formadores de tendências e consumidores de novidades. Uma empresa que ignore esse público influente e altamente consciente está fadada ao fracasso comercial e a extinção. Ser sustentável não é uma “moda passageira” mas uma realidade que vai exigir total transparência e engajamento das empresas para mudarem sua filosofia comercial. A “onda verde” veio para ficar!

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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Freitag desenvolve a primeira calça jeans 100% compostável do mundo

Felizmente existem empresas que se preocupam realmente com o meio ambiente e com o destino das toneladas de roupas que são descartadas todos os anos e vão parar nos aterros sanitários. A empresa de moda com sede em Zurique na Suíça, Freitag, que já tinha surpreendido o mundo da moda com seu tecido “F-Abric” que é 100% compostável, não satisfeita desenvolveu também uma calça jeans que é 100% compostável.
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Com o sucesso da linha de vestuário F-Abric, a Freitag desenvolveu seu jeans de cinco bolsos apelidado de “E500″, que é totalmente livre de algodão (ainda bem), e é feito com 81% de linho e 19% de cânhamo tanto para homens como mulheres. É um material “como nenhum outro no mundo da moda e têxtil”, de acordo com a empresa que é mais conhecida por reaproveitar sacos de lona de caminhão para fazer bolsas.
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As calças jeans da Freitag não contem rebites nem fio de nylon, e cada par é 100% compostável, e os botões de metal são  reutilizados pela empresa. Tal como o resto da linha F-Abric, o denim está em conformidade com as normas mais rigorosos da Oeko-Tex, que testa as substâncias nocivas em todas as fases da produção de tecidos. “Ninguém gosta de usar roupas tóxicas”, disse a Freitag, no lançamento do tecido F-Abric, em novembro de 2014.
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Disponível em azul escuro e preto, o jeans oferecem costuras reforçadas para suportar o desgaste pesado pois não são calças descartáveis. Outras vantagens do tecido? “Tem termo-regulação contra umidade, são antibacterianas e anti sépticas o que as torna mais confortáveis de usar,” segundo a empresa. A Freitag vai estrear a versão masculina nas lojas em 27 de agosto, e a versão feminina em 1º de outubro.

Moda ecológica, moda inteligente focada no desenvolvimento sustentável

A Semana da Moda de Nova Iorque conta com dezenas de desfiles num setor que gera anualmente, só nos Estados Unidos, mais de 300 bilhões de dólares de volume de negócios. Aos poucos surgem novos estilistas que promovem coleções onde o desenvolvimento sustentável é uma preocupação focando inteiramente na moda ecológica e inteligente do slow fashion.
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A Loomstate é uma marca americana que utiliza unicamente algodão orgânico, assim como outras matérias-primas mais recentes, como é o caso do Tencel, feito a partir da polpa da celulose da madeira. A marca foi criada em 2004 por Rogan Gregory e Scott Mackinlay Hahn.

Rogan Gregory, estilista da Loomstate:

“Para mim não pode haver nenhum compromisso quando se fala de design. Não acredito que estejamos usando fibras de menor qualidade, creio que estamos usando as melhores. Eu nem sequer discuto se um tecido orgânico é de melhor qualidade do que um tecido convencional.”

Na região do Brooklyn está o jovem estilista, Daniel Silverstein. Para este designer, mais importante do que a utilização dos tecidos orgânicos é o aproveitamento total de uma peça de tecido.

Daniel Silverstein, diretor criativo e cofundador da empresa que leva seu nome:

“Esta parte aqui na frente vem dos restos das peças de tecido. Quando se está a cortar uma peça sobram restos que não cabem propriamente em lado nenhum. É preciso cortar um colarinho, um buraco para um braço passar e, geralmente, o que é que se faz com os restos? A maioria das confecções as joga fora! Mas eu tento utilizar estes restos nos vestidos que faço, assim eles se tornam únicos.”
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A marca Soham Dave recorre a outra abordagem. Apesar de instalada no icônico Empire State Building, as peças com design contemporâneo são confeccionadas na Índia por artesãos locais que recorrem a técnicas tradicionais. A força da comunicação faz o resto.

Nimet Degirmencioglu, engenheira têxtil da Soham Dave:

“Existe um mercado mas o mercado precisa de ser orientado. Temos de contar a nossa história, explicar os nossos processos de design e fabricação. Quando conto a nossa história aos potenciais compradores a reação é boa, por isso saber contar uma história é muito importante.”
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O principal motor dos estilistas, independentemente do tamanho da sua empresa, continua a ser o design. Vai longe o tempo da militância dos primórdios da moda ética.

Segundo Daniel Silverstein:
“As roupas nunca devem ter um aspeto ético. Isso tem de ser o fator surpresa por trás do design”

E segundo Nimet Degirmencioglu:
“As pessoas querem ter estilo e a moda ecológica vem por acréscimo. Não queremos que comprem as nossas roupas porque são ecológicas. Queremos que comprem as nossas roupas porque gostam do estilo e as querem vestir.”

O setor está se organizando. Um coletivo que junta 80 marcas, entre as quais a Loomstate, lançou no ano passado o Fashion Positive mede o desempenho ambiental das roupas.

Lançado em 2014 pelo Cradle to Cradle Products Innovation Institute, o Fashion Positive é um movimento de agentes de mudança da indústria, com a intenção de criar um impacto positivo através da: Inovação na cadeia de abastecimento, fornecimento de empréstimos a taxas de juros baixos para fornecedores, aumentar a transparência,  criação de materiais seguros e sustentáveis para os designers e marcas.

Através dos programas da Cradle to Cradle as marcas de moda associadas a Fashion Positive e os parceiros da cadeia de abastecimento podem desenvolver produtos verdadeiramente inovadores e materiais para transformar a indústria da moda e do mundo.
Scott Mackinlay Hahn, CEO da Loomstate:

“A melhor parte deste movimento é que se está a tornar mais técnico, mais científico. Podemos provar o seu impacto. Trata-se de abandonar a ideia romântica e altruísta de ter de fazer “o bem” e passarmos, simplesmente, a fazer as coisas de forma inteligente.”
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Outra proposta interessante como o da Fashion Positive é o Sustainable Apparel Coalition que nasceu de um encontro dinâmico e não-convencional em 2009 entre o Walmart, o maior varejista da América e a Patagônia, uma das marcas mais sustentáveis do mundo, que se uniram com a missão radical: Convidar outras empresas e concorrentes dos setores de vestuário, calçados e têxtil para juntos, desenvolver uma abordagem universal para medir o desempenho da sustentabilidade na indústria da moda.


Empresa social italiana recicla tecidos e dá trabalho para mulheres em situação de instabilidade social

Roupas criadas e comercializadas por uma empresa social, essa é a ideia por trás do Progetto Quid que utiliza materiais descartados pelos grandes produtores têxteis do norte de Itália e os transforma em roupas para venda. O produto é vendido em duas lojas com o nome próprio da empresa e em várias outras lojas na Itália. O volume de negócios do Quid foi de 240 mil euros e espera-se que atinja os 330 mil em 2015.
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Anna Fiscale, Fundadora e Presidente do Progetto Quid disse: “O nosso produto é de edição limitada e tem tido um resultado positivo no mercado. Separadamente, estabelecemos parcerias com marcas conhecidas na Itália, que se juntaram ao nosso projeto.” A intenção é desenvolver estas parcerias e criar peças comerciais para os mercados italiano e europeu. Foram feitos acordos com outras cooperativas sociais em Verona. E os 15 colaboradores do projeto são principalmente mulheres, numa situação de instabilidade social.

A inovação social, é composta por todos os novos projetos, serviços e modelos para responder aos diferentes desafios sociais. Xavier Le Mounier, Organizador da Competição Europeia de Inovação Social explica: “Na verdade, abrange todos os setores. Desde os cuidados de saúde até à educação. No ano passado, conheci uma equipa que trabalhava em prédios vazios da Europa, para a implementação de negócios nesses locais.”

O projeto italiano Quid ganhou, no ano passado, um dos prêmios do concurso europeu de inovação social. Uma nova edição da competição vai ter lugar este ano, para apresentar ao público as novas ideias que visam reduzir o desemprego e os seus efeitos nocivos na sociedade e na economia.
“Os vencedores podem conseguir um prêmio de 50 mil euros, apoio de um mentor e coaching, podem encontrar parceiros de negócio, ficar ligados em rede e podem também encontrar clientes”, acrescenta Xavier Le Mounier. Anna Fiscale conclui: “Para nós, a chave do sucesso é a combinação dos aspetos sociais, ambientais e de mercado, oferecendo um modelo competitivo aplicável a todas as empresas com interesses éticos.”  Legal né? Espero que surja muitas outras iniciativas assim.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Sete marcas brasileiras preocupadas com sustentabilidade

Marcas sustentáveis
Você já deve ter percebido que de uns anos para cá o debate da sustentabilidade tem ficado cada dia mais forte, e não apenas para aqueles que sempre defenderam o meio ambiente, mas também na indústria de alimentos, no campo da construção civil, na decoração, no design e dezenas de outros. Na moda, ser ecológico costumava ser sinônimo de usar peças com pouco ou nenhum design, de algodão cru ou lona. Hoje, algumas marcas estão abusando da criatividade buscando alternativas ao imediatismo e à massificação. O resgate do artesanato, do feito à mão e principalmente a ideia de dar vida nova a peças descartadas, em uma verdadeira reciclagem fashion, produz criações para lá de estilosas e preocupadas com o futuro. Veja algumas iniciativas para colocar no radar:

1. A Insecta Shoes nasceu no comecinho de 2014 e é uma daquelas marcas que dá orgulho de ter no armário: vegana, sustentável, artesanal e cheia de produtos exclusivos. Três mulheres estão por trás da etiqueta de sapatos, que mesmo com pouco tempo de vida já está dando o que falar. Elas participam de feiras, vendem pela internet para o Brasil inteiro e, até o fim do ano, pretendem dar um gás nas vendas internacionais.
Todas as peças da marca são feitas a partir de roupas antigas. Sabe aquele vestido estampado que você guarda há anos e nunca conseguiu usar? Ele poderia virar um oxford incrível nas mãos de Pam, Babi e Laura. No ano passado, eram apenas três modelos de calçados e agora já são sete, com a promessa de uma sandália nova em setembro e uma linha com matéria prima feita com garrafa pet e algodão reciclado. Olha só como o processo acontece.

2. A Dre Magalhães faz acessórios com corda. Ainda que possa soar simples, o desafio da designer é grande, já que não é fácil transformar esse material em cintos, colares e até objetos de decoração desejáveis. Com a sua marca, ela pretende proporcionar uma conexão entre trabalho manual de excelência, simplicidade e originalidade. As peças podem ser feitas por encomenda, compradas em sua loja virtual ou encontradas no showroom em Pinheiros, São Paulo.
3. O blog da Insecta Shoes, citada acima, procura apresentar outras marcas que também incentivam a moda brasileira e se preocupam com uma produção mais consciente. É o caso da Gioconda Clothing e seu underwear confortável. Cinthia Santana criou a label porque não conseguia encontrar peças que fossem feitas inteiramente de algodão e ainda tivessem um design bonito. "Quase toda marca de lingerie apela para o estilo sexy e romântico, o que me leva ao estigma da mulher objeto. Meu desejo era comunicar uma mulher que valoriza o tempo com ela mesma, preocupando-se com o próprio bem-estar.", declara. O melhor de tudo é que a fabricação não é em massa e é a própria Cinthia que leva os tecidos - de bicicleta - para a modelista, o cortador e a costureira, garantindo que toda a linha de produção esteja sob controle. Evitando o desperdício, ela reutiliza os retalhos para confeccionar saquinhos para as calcinha e conta que já está planejando começar a usar algodão orgânico. Quimonos, calças e shorts completam o mix oferecido em seu site.
4. Nicole Bustamente adota a filosofia vegana em tudo o que faz e não é diferente em sua marca homônima. Mesmo estando localizada em São Paulo, ela se inspira na natureza para criar seus designs cheios de texturas, cores e estampas exclusivas. Uma de suas maiores preocupações é humanizar as etapas de confecção, firmando parcerias com empresas que estejam realmente comprometidas com os seus ideais. "Queremos utilizar materiais e técnicas de estamparia cada vez mais sustentáveis, melhorar nossas oficinas de trabalho e capacitar pessoas", diz. Com a consciência de que a matéria-prima de origem animal é a que mais gasta energia, água e recursos naturais - além de ser extremamente poluente - ela garante que todas as suas peças são vegan friendly e 100% brasileiras. Tudo é vendido em seu site e em uma loja física no bairro da Bela Vista, em São Paulo. 
5. O reaproveitamento de tecidos e objetos descartados é um caminho adotado por muitas dessas marcas para encontrar matéria-prima. Na Crua, eles trabalham com a "ressignificação de materiais", reutilizando alguns e procurando misturar aqueles considerados inusitados na construção de produtos de moda e design. É o caso dos colares facetados, best sellers da marca, que são feitos de madeira descartada e pintados à mão.
6. Vinda do Uruguai para o Brasil, Augustina Comas trabalhava para marcas de ambos os países antes de decidir abrir a label que leva seu sobrenome. Da mesma forma que a Insecta Shoes e a Crua, ela utiliza a técnica de "upcycling", que nada mais é do que o processo pelo qual produtos descartados são recuperados, transformados e recolocados no mercado. No caso da Comas, são as camisas masculinas seu ponto de partida. "Todos os dias, as fábricas descartam produtos que não passam pelos controles de qualidade e muitas peças são deixadas de lado. Para nós, essa sobra é matéria-prima". Saem das mãos da designer novas saias, vestidos, chemises e camisas femininas.


7. "Ao nos atermos aos detalhes e à excelência no acabamento, abrimos mão da quantidade em nome da qualidade. Assim, nos vemos entre o artesanato e o design", define o coletivo Zerezes, criado por Hugo Galindo, Henrique Meyrelles, Luiz Eduardo Rocha e Victor Lanari. Com a ideia de produzir moda com baixo impacto ambiental, a etiqueta, lançada em 2012, faz óculos de sol a partir de resíduos gerados no beneficiamento das madeiras redescobertas.

Para ver a notícia completa, acesse: Mdemulher.abril.com.br

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Revolucionária técnica de reciclagem de tecido tem como objetivo recriar o futuro da moda

E se pudéssemos reciclar todas as nossas roupas velhas em fibras de alta qualidade, evitando que sejam enviadas para apodrecer nos aterros? Pesquisadores do Centro de Pesquisa Técnica VTT da Finlândia estão a tentar responder a essa pergunta, criando uma nova técnica de reciclagem de tecido desgastado. A Finlândia está ganhando uma vantagem sobre os seus vizinhos europeus, pois todos os países terão de resolver a questão do desperdício têxtil que foi definida por uma diretiva da UE em 1999, que pedia restrições ao envio de têxteis para os aterros sanitários.

A Finlândia tem pouco tempo para resolver isso, pois os resíduos têxteis serão proibidos nos aterros do país a partir 01 de janeiro de 2016. Como disse o filósofo Platão: “A necessidade que é a mãe da invenção“.
Revolucionária técnica de reciclagem de tecido desgastado tem como objetivo recriar o futuro da moda stylo urbano-1
A Finlândia consome cerca de 70.000 toneladas de vestuário e têxteis para o lar a cada ano. As estimativas sugerem que cerca de 30% do consumo é reutilizado, e cerca de 14% é enviado para reciclagem. Felizmente, a equipe da VTT em colaboração com a Escola de Artes, Design e Arquitetura (Aalto) em Helsinque desenvolveram uma revolucionária tecnologia para a produção de tecidos de alta qualidade a partir de tecidos desgastados e muito sujos que atingiram o final do seu ciclo de vida.

O processo envolve várias etapas, a primeira é a limpeza com o branqueamento dos tecidos para prepará-los para a extração da celulose. Descoloração dos tecidos, que faz com que a celulose no tecido fique muito mais solúvel e extraível.
Revolucionária técnica de reciclagem de tecido desgastado tem como objetivo recriar o futuro da moda stylo urbano-5
A separação das moléculas de celulose é feita com substâncias não-tóxicas e amigas do meio ambiente, tais como solventes ionizados que estão sendo testados por pesquisadores da Universidade Aalto. Esta tecnologia é aplicável apenas para fibras à base de celulose, como algodão, linho e viscose, mas qualquer outro material fibroso está misturado com a celulose como o poliéster ou acrílico, eles podem ser derretidos e reciclados em compósitos e plásticos.

Uma vez extraídos, as moléculas de celulose são fiadas em fibras e fios, resultando num produto final que é tão bom, ou possivelmente, ainda melhor do que o material original. O legal é que a nova técnica permite que uma grande quantidade de material residual que era descartado volte novamente para a produção têxtil.
Embora no futuro muito próximo veremos a reciclagem da celulose de milhares de toneladas destes resíduos têxteis em tecidos técnicos e tecidos para moda. As possibilidades para a criação de sistemas de reciclagem em circuito fechado são notáveis ​​com esta nova tecnologia, assim como as oportunidades para o desenvolvimento de métodos de produção têxtil ambientalmente saudáveis ​​à base de celulose.
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Essa tecnologia cria uma diminuição da necessidade de matérias-primas virgens como o algodão, o que irá criar um impacto positivo em toda a cadeia de abastecimento têxtil, fazendo com que os resíduos têxteis que antes eram lixo problemático para o meio ambiente se torne uma nova fonte de matéria prima.
No entanto, para que esse tipo de sistema de reciclagem funcione de forma eficiente, os consumidores devem ser educados sobre as melhores práticas de reciclagem, e devem também serem incentivos para fazer a reciclagem.

O melhor resultado só será alcançado quando a indústria têxtil e do vestuário, os consumidores e outras partes interessadas trabalharem juntos para construir um sistema de reciclagem voluntário e prático.
Revolucionária técnica de reciclagem de tecido desgastado tem como objetivo recriar o futuro da moda stylo urbano-4

Sapato é feito 100% com material retirado de um rio

Organização aproveita materiais jogados em rio para fazer criação
A ONG Everything You Buy is Rubbish (Tudo que você compra é lixo, em tradução livre) transforma resíduos encontrados nas margens do rio Tâmisa - o segundo maior do Reino Unido - em novos objetos capazes de simbolizar nosso desperdício desenfreado.

Recentemente, a organização confeccionou um sapato com 100% de lixo coletado do Tâmisa, desde o solado aos cadarços, que são de plásticos e materiais encontrados por lá. O objetivo é alertar para o consumo de um produto num contexto em que uma simples mudança na moda é capaz de torná-lo completamente inútil aos olhos do consumidor, que acaba por usá-lo apenas por alguns meses, embora seus materiais demorem séculos para sofrerem decomposição.

A concepção do sapato também foi uma forma de tentar conscientizar grandes marcas sobre os processos de produção altamente poluentes, que ainda formam o padrão na indústria.

O rio Tâmisa é um símbolo de como o crescimento econômico acelerado é capaz de matar a natureza, uma vez que, em meados da década de 1960, o rio foi declarado biologicamente morto por conter baixíssimos índices de oxigênio, o que não permitia mais a sobrevivência de espécies aquáticas.

Desde então, vem sendo feito um trabalho por parte do governo e prefeituras das cidades por onde o rio passa, que inclui leis que proíbem o uso do rio por parte de fábricas de despejas poluentes, além de uma série de outras medidas. Com isso, o rio renasceu, mas atualmente ainda são despejadas grandes quantidades de lixo em suas águas.

Confira o vídeo que mostra como o sapato foi criado:
Link do Vídeo: https://vimeo.com/92132180

Como impactar menos o meio ambiente na hora de adquirir roupas?

Veja o que fazer na hora das compras para ajudar o meio ambiente
Você já se perguntou qual o tipo de roupa mais amigável ao meio ambiente? Por exemplo, roupas de algodão orgânico, roupas de bambu, as feitas de materiais reciclados ou as usadas? Na verdade, não podemos afirmar qual dessas opções é a mais ecológica, pois a melhor roupa é aquela que você não compra.

Convenhamos que as roupas permitem que nós nos expressemos, sejamos nós mesmos; isso é divertido e não há nada de errado nisso. O problema está na quantidade de roupas que temos. Estamos cada vez mais imersos em um consumismo excessivo e, principalmente na época após as festas de final de ano (quem dirá a loucura que é a Black Friday em novembro), é interessante pensar se realmente precisamos de todas aquelas camisetas ocupando espaço no armário. É possível estar satisfeito com a quantidade de peças que temos sem transbordar as gavetas.

Todas as roupas têm um impacto no meio ambiente, pois a produção têxtil requer toneladas de água, geralmente utiliza tratamentos químicos nocivos, e faz uso de muita energia. O algodão orgânico pode não ter o banho de pesticida que o algodão convencional tem, mas aquela "camiseta verde" provavelmente passou por uma safra muito intensa de água. Roupas recicladas são vantajosas na questão da reutilização de matérias-primas, mas algumas delas (como as de poliéster) não escapam do uso do petróleo. O bambu orgânico pode ser muito "verde" considerando o lado agrícola, mas ele requer um extenso tratamento químico.

Além de não comprar nada, a próxima melhor atitude é comprar roupas de segunda mão. Uma jaqueta vintage ou um short retrô já tiveram seu impacto no meio ambiente, então trazê-los de volta à sua coleção é um brinde para a sustentabilidade.

Quando quiser comprar algumas peças novas, siga as dicas a seguir:

• Procure a melhor combinação entre local da loja, o comércio justo e veja se as roupas são de material orgânico ou se são recicladas. Não será possível encontrar peças que preencham todos esses quesitos, mas é bacana dar uma procurada para tentar encontrar o máximo deles em uma só peça.

• Prefira o clássico do que a moda. Roupas básicas e estilosas podem ser combinadas de várias maneiras e até mesmo acompanhar as mais loucas tendências. É difícil de se arrepender de ter comprado uma camisa social, por exemplo (mas não podemos dizer o mesmo de calças coloridas).

• Invista em roupas de qualidade. Elas podem ser mais caras a curto prazo, mas provavelmente durarão mais do que itens baratos e descartáveis.

• Para cada novo item que você comprar, considere doar pelo menos um item mais antigo. Além de estar ajudando alguém, essa atitude irá abrir espaço no seu guarda-roupas, sem precisar aglomerar roupas que você não precisa mais.

Aqui se faz, aqui se paga: saiba o que é consumo sustentável

Entenda o que é consumo sustentável e como você pode praticá-lo

As opções de consumo sustentável são variadas, basta procurar na internet: um chocolate sustentável, um jeans sustentável e até uma escova de dentes sustentável. Mas o que significa realmente consumir esse tipo de produto?

A expressão consumo sustentável tem sido empregada com muita frequência em diferentes meios de comunicação. Se você pesquisar em ferramentas de busca da internet surgirão milhares de resultados diferentes com artigos científicos, notícias, ofertas de produtos, entre outros. Todos eles possuem uma forma de definir essa importante atitude que o consumidor contemporâneo deveria assumir para ter uma pegada mais leve e preservar o meio ambiente.

Os números falam por si só. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o mundo já perdeu, na última década, uma área superior a dois Estados de São Paulo em florestas. A poluição atmosférica já causa mais de 2 bilhões de mortes anualmente, de acordo com estudo publicado pela Enviromental Research Letters. E para o World’s Worst Pollution Problems Report, relatório desenvolvido pelo Instituto Blacksmith, o descarte industrial de substâncias tóxicas, como chumbo, cromo e mercúrio, além de agredirem o meio ambiente, já reduziram 17 milhões de anos de vida dos habitantes de países em desenvolvimento. Certamente, a situação do planeta é preocupante e medidas como o consumo sustentável podem amenizar os danos já provocados e evitar que outros aconteçam. Mas antes de praticá-lo, é importante que você entenda bem o que ele é.

Consumir sem agredir

Desde a panela que faz a sua comida até o carro que você dirige, todas as escolhas de consumo trazem algum tipo de consequência para o mundo. No entanto, se essa consequência será boa ou ruim é o que determinará se você está praticando o consumo sustentável ou não.

De acordo com o diretor do Instituto Akatu, Helio Mattar, o consumo mundial, além de estar mal distribuído, está descontrolado: cerca de 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta. E, a cada ano, entram mais de 150 milhões de novos consumidores no mercado. Essa estimativa mostra que, nos próximos 20 anos, teremos três bilhões de pessoas desperdiçando alimentos, demorando demais no banho, idolatrando vitrines dos shoppings, esperando nas filas das lojas e comprando pela internet.

Esse paradigma comportamental de consumo imediatista, que busca uma satisfação rápida sem considerar as consequências, precisa ser alterado. Caso contrário, os danos provocados no meio ambiente assumirão proporções absurdas e irreversíveis. O consumo sustentável pode ser uma das soluções.

O consumo sustentável nada mais é do que o consumo responsável e consciente, sendo o oposto do consumo imediatista. Segundo estudo publicado nos Cadernos Ebape da Fundação Getúlio Vargas, a ideia de consumo sustentável surgiu gradualmente ao longo das gerações. E, nesse percurso histórico, três fatores atuaram conjuntamente para o surgimento do conceito do consumo sustentável: o ambientalismo público da década de 1970, a ambientalização do setor público da década de 1980 e a emergência da preocupação empresarial sobre o impacto que os estilos de vida e hábitos de consumo têm no meio ambiente da década de 1990.

Como definir o consumo sustentável

Consumo verde, consumo consciente, consumo responsável… Para praticar o consumo sustentável é importante entender o que ele é de fato.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, consumo sustentável é aquele que envolve a escolha de produtos que utilizaram menos recursos naturais em sua produção, que garantiram o emprego decente aos que os produziram e que serão facilmente reaproveitados ou reciclados. Desse modo, o consumo sustentável acontece quando nossas escolhas de compra são conscientes, responsáveis e com a compreensão de que terão consequências ambientais e sociais. O consumidor que assume essa atitude é aquele que não é passivo e que, por essa razão, tem senso crítico e pondera, não comprando um produto só porque a mídia o induz a fazer isso.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), da ONU, também considera que o consumo sustentável é aquele em que há o uso de serviços e produtos que correspondem às necessidades básicas de toda população, além de trazer qualidade de vida e reduzir os danos provocados ao meio ambiente. Isso significa que o consumo sustentável pressupõe sobretudo a redução do uso dos recursos naturais e da produção de lixo e outros materiais tóxicos.

Já para o Instituto Akatu, o consumo sustentável é aquele que valoriza:

1. Os produtos duráveis mais do que os descartáveis ou de obsolescência acelerada;
2. A produção e o desenvolvimento local mais do que a produção global;
3. O uso compartilhado de produtos mais do que a posse e o uso individual;
4. A publicidade sustentável e não a consumista;
5. As opções virtuais mais do que as materiais;
6. O não-desperdício de alimentos, promovendo o seu aproveitamento integral e o prolongamento da sua vida útil;
7. A satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso;
8. Os produtos e as escolhas mais saudáveis;
9. As emoções, as ideias e as experiências mais do que os produtos materiais;
10. A cooperação mais do que a competição.

Por fim, podemos entender que o consumo sustentável é uma questão de atitude do consumidor, que não leva em consideração apenas a aquisição do produto, mas também a produção que antecedeu a aquisição, o uso e o descarte. Esse é o consumidor que não se ajusta aos padrões de consumo impostos e que não coloca o meio ambiente a serviço da sua satisfação pessoal.

Como praticar o consumo sustentável

Muitas pessoas acreditam que consumo sustentável é uma prática que diz respeito somente à aquisição de produtos cuja fabricação teve um baixo impacto ambiental e que, por essa razão, são muito caros.

Conhecer bem as marcas de sua preferência, atentar para o rótulo dos produtos, planejar bem as suas compras, a fim de evitar o consumismo excessivo são, segundo o Instituto Akatu, práticas de um consumidor sustentável No entanto, ao contrário do que se imagina, o consumo sustentável vai além disso e pode ser praticado a partir de mudanças de comportamento.

Por exemplo, não demorar no banho é uma atitude de consumo sustentável. Assim como são também outras atitudes, como reciclar o lixo doméstico, poupar energia elétrica, optar por frutas, verduras e legumes orgânicos e praticar o upcycle com objetos desgastados e usados. Até mesmo entrar de cabeça no conceito “faça você mesmo” e produzir a sua própria pasta de dentes e o seu próprio desinfetante também é atitude de consumo sustentável.

Por isso, é importante que as pessoas entendam que consumo não é só compra de algum objeto no shopping. Consumo é também a água que você gasta, a energia que você usa e os alimentos que você ingere.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Ministério do Meio Ambiente desenvolveram um guia que apresenta o passo a passo de como praticar o consumo sustentável. Vale a pena colocar em prática dicas simples como essas apresentadas no guia:

1. Para lavar o carro, use um balde ao invés vez da mangueira;
2. Tente limitar o seu banho a pelo menos 5 minutos e feche a torneira enquanto se ensaboa;
3. Ao lavar a louça, use uma bacia para deixar os pratos e talheres de molho por alguns minutos antes da lavagem. Isso ajuda a soltar a sujeira. Depois, use água corrente somente para enxaguar;
4. Se tiver máquina de lavar, use-a sempre com a carga máxima e tome cuidado com o excesso de sabão, para evitar um número maior de enxágues.
5. Evite abrir a porta da geladeira em demasia ou por tempo prolongado;
6. Na hora de comprar, dê preferência a lâmpadas fluorescentes, compactas ou circulares. Além de consumir menos energia, essas lâmpadas duram mais que as outras;
7. Na hora da compra de um ar condicionado, escolha um modelo adequado ao tamanho do ambiente em que será utilizado. Prefira os aparelhos com controle automático de temperatura e dê preferência às marcas de maior eficiência, segundo o selo Procel;
8. Escolha a compostagem como método de descarte do seu lixo orgânico (é seguro, eficiente e não causa contaminação alguma - cria um novo e fértil adubo para suas plantas).

De olho no Brasil

No que se refere à sustentabilidade, o Brasil ainda precisa traçar um longo caminho rumo à conscientização. Confira algumas dicas em nossa seção Consuma Consciência e, da próxima vez em que você for às compras ou tomar banho, lembre-se de que tudo que for feito hoje repercutirá até a posteridade.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Escultura alerta sobre o descarte de resíduos têxteis nos aterros sanitários

Uma nova escultura pública feita de tecidos  oferece um olhar inquietante sobre os resíduos têxteis em uma das cidades mais cosmopolitas do mundo. A colaboração entre a ONG sem fins lucrativos Redress, a fabricante de eletroeletrônicos Miele, e a Academia de Artes Visuais da Universidade Batista de Hong Kong, patrocinaram a escultura  Y WASTE? para que o público tenha uma ideia visual dos tecidos que inundam os aterros Hong Kong: 360 kg a cada dois minutos. “As taxas residuais de vestuários e têxteis em todo o mundo estão agora em níveis horríveis, o que precisamos enfrentar com urgência”, diz Christina Dean, fundadora da Redress, que organiza o anual EcoChic Design Award. “Nós estamos agora comprando e tratando as roupas como bens descartáveis” tudo isso incentivado pelo fast fashion.
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Consumo gera resíduos, que introduz os seus próprios problemas, acrescenta Christina Dean. “Quando nós consumimos muito, tendemos a descartar mais“, diz ela. “Este padrão intragável de resíduos de vestuário, que vemos em Hong Kong e em outras partes do mundo, acaba criando vastos impactos ambientais e sociais negativos.” A população de Hong Kong envia uma média de 95.550 toneladas de têxteis para os aterros a cada ano, ou cerca de 11.250 peças de vestuário a cada hora, de acordo com o Departamento de Proteção Ambiental que fica na China.
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A modelo e embaixadora da Redress Elva Ni, que inaugurou a escultura, diz que espera que os consumidores comecem a repensar seu relacionamento com seu guarda-roupa. “Encorajo todos a valorizar mais suas roupas e ser parte de uma mudança positiva para ajudar a reduzir o desperdício, antes que seja tarde demais para o nosso meio ambiente”, diz ela. Na verdade vai ser tarde de mais é para nós mesmos!

Y WASTE? tem outra fã na figura de Christine Loh, subsecretária para o meio ambiente. “A questão do que fazer com os resíduos é muito importante para a nossa comunidade”, diz ela.”É gratificante ver a iniciativa Y WASTE? apresentando essas questões fundamentais ao público como também ver que os setores privado, universitário e ONGs estão juntando suas vozes com esta escultura criativa para salientar a necessidade de mudança.“

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Completando a mostra, que vai até 20 de julho no shopping K11 de Hong Kong, haverá uma série de workshops de moda e palestras educativas. No final do evento, todas as peças serão doados para instituições de caridade locais.
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A Redress é uma ONG criada em 2007 em Hong Kong, com a missão de promover a sustentabilidade ambiental na indústria da moda, reduzindo desperdícios têxteis, poluição, consumo de água e energia. A ONG trabalha ao longo da cadeia de abastecimento e seu  trabalho está agrupado em quatro programas principais: O The EcoChic Design Award, The R Cert, Campanhas de Consumo e Eventos.

Coletivamente, os quatro principais programas cobrem uma competição internacional de design de moda sustentável, roupas feitas com têxteis reciclados, oficinas, campanhas de roupas, desfiles de moda, exposições, seminários e pesquisa. O perfil exclusivo da Redress lhes permite colaborar com uma vasta gama de interessados como vários estilistas, fabricantes de têxteis e de vestuário, varejistas, escolas e universidades, organizações multilaterais, governos, ONGs, instituições financeiras e organizações de mídia.
A região do Bom Retiro, em São Paulo (SP), possui 1200 confecções que produzem 12 toneladas de resíduos têxteis por dia. Atualmente, a coleta destes trapos é realizada de forma desorganizada e sem preocupação com a preservação ambiental. Para reverter essa situação, o Sinditêxtil-SP criou o Retalho Fashion. Dividido em três etapas, o projeto irá formalizar o trabalho de catadores e reaproveitar os resíduos descartados, por meio de empresas recicladoras. A iniciativa coonta com apoio do Senai, da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro e da Prefeitura de São Paulo.