sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dana Cohen utiliza resíduos têxteis para sua coleção de moda sustentável

A talentosa estilista Dana Cohen para sua coleção de formatura na Shankar College of Engineering and Design em Israel, criou a coleção de moda sustentável “Worn Again“, feita através de upcycled de tecidos velhos. Dana Cohen transformou resíduos têxteis em verdadeiras obras de arte vestíveis, mostrando que a beleza pode ser criada a partir de algo descartado.

Sua linda coleção de vestidos foram feitos através da reciclagem mecânica de roupas velhas que depois de trituradas numa máquina de reciclagem mecânica se transformaram num feltro que depois foi prensado, misturando vários fibras de tecido colorido. Blusas usadas se transformaram em fibras para criar novos tecidos utilizando processos têxteis diferentes. Malhas tricotadas foram integradas ao novo tecido reciclado, mostrando a transformação e união entre os resíduos do tecido antigo com o novo tecido para criar roupas modernas e super estilosas.

Tendo um controle total sobre a criação dos tecidos, a estilista pode criar listras e misturas de fibras coloridas que criaram um impacto visual fantástico.  Originalmente inspirada por uma pintura do artista pop Jackson Pollock, ela decidiu que cada combinação de cores de suas roupas faria referência a uma de suas pinturas, cuja técnica de gotejamento de tinta sobre tela inspirou Dana Cohen, que buscou criar uma semelhança nas texturas aleatórias que foram criados durante o processo têxtil. 

Ganhadora do Prêmio Fini Leitersdorf Excellence Award por criatividade e originalidade em Moda, e o Rozen Award for Design and Sustainable Technologies em 2015, Dana Cohen agora está focada em como poderia encontrar maneiras dos tecidos feitos de resíduos têxteis reciclados serem incorporados na produção em massa. Considerando-se que cerca de 17.000 toneladas de tecidos são jogados fora a cada ano em Israel, a reutilização dos resíduos como recursos, poderia aliviar o enorme fardo que a indústria da moda impõe ao meio ambiente.
Dana Cohen utiliza resíduos têxteis para sua coleção de moda sustentável stylo urbano-1

De acordo com a estilista, “Eu encontrei uma maneira de criar um novo ciclo de vida para as malhas usadas, picotando-as e unindo as fibras obtidas para criar novos tecidos. Eu gosto da ideia de que a cor original dos tecidos reciclados consistem de muitas malhas diferentes, cada uma com sua própria história. Depois eu tricoto novas malhas e as integro ao novo tecido reciclado, unido o antigo ao novo para criar peças únicas.”

O trabalho de Dana Cohen também representa a influência do nosso passado em nosso presente. “Cada peça simboliza a possibilidade de criar beleza a partir de algo que pensávamos que já tinha terminado“.  Esses são os estilistas de vanguarda, que desenvolvem novas maneiras de criar tecidos e roupas com materiais descartados pela própria efemeridade da indústria da moda.

Dana Cohen utiliza resíduos têxteis para sua coleção de moda sustentável stylo urbano-2

Levi's lança nova coleção masculina de jeans feita de redes de pesca velhas

Quando se trata de ética e preocupações ambientais, a icônica marca de jeans Levi Strauss & Co. tem uma boa reputação. A partir da introdução de novas tecnologias para diminuir o consumo e reciclagem da água nos processos de tingimento e lavanderia em suas fábricas e incentivar as pessoas a não lavarem com frequência suas peças jeans, a empresa está sempre procurando novas maneiras de melhorar.

A Levi fez uma parceria com a fabricante de nylon italiana Aquafil que desenvolveu um material sintético chamado Econyl feito 100% de resíduos de nylon regenerado. Os resíduos de materiais pré e pós-consumo incluem redes de pesca descartados e tapetes antigos. A Aquafil tem uma parceria com a ONG Healthy Seas Initiative cujos mergulhadores vasculham do fundo do oceano a procura de redes de pesca velhas descartadas por pescadores, reduzindo ligeiramente as 640.000 toneladas de redes de pesca que estão atualmente à deriva nos oceanos, o que representam uma ameaça constante à vida marinha.

Outra razão pela qual a Levi está buscando materiais reciclados é a preocupação de que a produção de algodão, o principal ingrediente para a fabricação do denim,  não possa manter uma demanda crescente devido à falta de terra disponível para o cultivo e também pela quantidade absurda de pesticidas e água necessária para produzir algodão. É necessário procurar opções alternativas e de preferência de circuito fechado.

Econyl é uma poliamida e segundo a Aquafil, “O  ECONYL® é o sistema industrial mais eficiente do mundo para a produção de Nylon 6 e é o único que possui nenhuma perda de qualidade após a recuperação e transformação de resíduos de nylon.” O Econyl está sendo incorporado no jeans Levi 522 masculino, com uma composição de 61% algodão, 38% poliamida (Econyl), e 1% elastano.

Essa poliamida reciclada é usada para produzir uma ampla gama de produtos têxteis para moda praia, moda esportiva, roupa de banho e tapetes. O futuro da moda é a sustentabilidade, e a melhor forma de fazer isso é desenvolver  novas tecnologias para reciclar de forma eficiente e sem desperdício os materiais industrializados que são descartados. Felizmente a cada dia surgem mais empresas empenhadas nisso.
Levi lança nova coleção masculina de jeans feita de redes de pesca velhas stylo urbano

A descolada moda upcycling do renomado estilista Greg Lauren

O talentoso estilista americano Greg Lauren cria fantásticas coleções masculinas e femininas feitas inteiramente de materiais upcycled. Com foco nos tecidos militares descartados como as tendas do exército americano, ele também trabalha com uniformes de escoteiros, cobertores, denim e até pára-quedas. Suas coleções são uma incrível mistura de Cowboys, Dandis e Mad Max criando um visual de estilo nômade, onde cada item foi habilmente adaptado, rasgado e remendado criando um padrão inteiramente original.
A descolada moda upcycling do renomado estilista Greg Lauren stylo urbano-1
Trabalhando com materiais americanos icônicos, a estética de Greg Lauren é uma visão romantizada de moda masculina. Uma sensação áspera de nostalgia é encontrada nos tecidos com aparência de gastos pelo tempo, oferecendo uma segunda vida ao material que havia sido descartado. Greg além de estilista é artista plástico e já fez sucesso como ator de filmes e série.

Talvez seja por isso que ele faz uma mistura incrível do vintage com o futurista em cada coleção, com looks que lembram cowboys, dândis, operários e nômades da virada do século misturados com guerreiros urbanos, heróis futuristas e lutadores. A pegada de Greg é essencialmente masculina mas a sua linha feminina também é muito bem elaborada utilizando materiais descartados. Para sua nova coleção de Outono o estilista se inspirou no arquétipo do herói.
A descolada moda upcycling do renomado estilista Greg Lauren stylo urbano-2
A estética das coleções de Greg Lauren focam no design upcycled dos mais diferentes tecidos que encontra em suas pesquisas com uma paleta de cores ditadas pela natureza dos materiais como o verde militar, índigo denim, preto, terra e ocre além do branco como marcantes pitadas de cor.  Greg Lauren cria coleções mágicas. 

Veja a notícia completa em: Stylourbano.com.br

segunda-feira, 14 de março de 2016

Práticas sustentáveis para criação e produção de Moda são tema de curso em 5 módulos no LAB Fashion

No dia 16/03, próxima terça-feira, o espaço de coworking vai receber o primeiro módulo, que aborda o design de moda sustentável - São Paulo, 10 de Março de 2016


Espaço voltado para a discussão de temas relacionados ao universo de Moda, o LAB Fashion recebe na próxima terça-feira, 16/03, o primeiro módulo, de um curso de 5 etapas, que tem como tema as práticas sustentáveis nos processos criativos e produtivos da moda.
Desenvolvido pela UN, agência especializada em moda e sustentabilidade criada pelas consultoras e representantes do Fashion Revolution Brasil, Fernanda Simon e Eloisa Artuso, o curso PANORAMA DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NOS PROCESSOS CRIATIVOS E PRODUTIVOS DA MODA oferece uma visão prática para quem deseja incluir métodos éticos e sustentáveis no processo de desenvolvimento de moda.
O curso está dividido em 5 módulos, de 2h30 cada, com duração total de 12:30h. É possível fazer a inscrição para o curso completo ou para cada um dos módulos individualmente:

Módulo 1 – Design de moda sustentável: como transformar os processos de criação e produção
Dia 16 de março às 19:30h

Módulo 2 – Comportamento de consumo consciente: como os designers de moda podem se preparar para essa nova demanda?
Dia 06 de abril às 19:30h

Módulo 3 – Tecnologia para um futuro sustentável
Dia 11 de maio às 19:30h

Módulo 4 – Têxteis e sustentabilidade: Tradição e Inovação
Dia 15 de junho às 19:30h

Módulo 5 – Moda ética e novos modelos de negócio que fomentam boas relações socioculturais
Dia 5 de Julho às 19:30h

Valores:
Modulo individual – R$ 176,00
Pacote 5 módulos – R$ 748,00

Inscrições ou outras informações podem ser obtidas no e-mail: contato@labfashion.com.br

www.labfashion.com.br

Tel.: 11 3467 – 1747

Informações para a Imprensa:
Gisele Araújo
gisele@ralcoh.com.br 
(11) 3257.4741 - ramal 16



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Será que os resíduos têxteis serão a próxima fronteira da moda sustentável?

Mais uma notícia interessantíssima do site Stylo Urbano:
Será que a reciclagem dos resíduos têxteis é a próxima fronteira da moda sustentável? Com certeza esse seria um passo necessário para fechar o ciclo na indústria têxtil, mudando-a de uma economia linear predatória para uma economia circular eficiente. Os seres humanos são a única espécie no planeta que criam resíduos, e as toneladas de lixo que criamos anualmente foi ampliado pelo aumento da revolução industrial.

O que precisamos fazer urgentemente é manter essas toneladas de resíduos sob controle e reciclá-los sempre que possível. Só no Brasil, 95% dos resíduos vão parar nos aterros. Existem dois tipos de resíduos criados quando você compra um produto. O resíduo de pré-consumo que é desperdiçado no processo de fabricação de um item para venda e consumo. O resíduo de pós-consumo que é o que sobra depois de consumir o produto adquirido: a embalagem, o próprio item, ou outros itens que sobraram.

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Os resíduos que criamos podem gerar uma fonte infinita de recursos sem sobrecarregar o meio ambiente. Em 30 anos, devido ao crescimento das redes de fast fashion, o consumo de moda cresceu 400% no mundo todo e isso gerou toneladas de resíduos têxteis que vão para no lixo.

No século XXI, quem é da vanguarda da moda sabe que a sustentabilidade é o único futuro possível num mundo que enfrenta cada vez mais problemas de falta de água e de recursos naturais. A marca espanhola Ecoalf faz um incrível trabalho de reciclagem de materiais para criar coleções de moda sustentáveis e modernas.  O último projeto da marca foi o Upcycling the Oceans criado para limpar os oceanos dos resíduos plásticos, em pareceria com pescadores.

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Lembrando que na fabricação desses materiais que foram descartados, se gastou toneladas de água, energia elétrica e matéria prima que depois foram parar no lixo. Isso não é racional. Por isso grandes empresas de moda estão cada vez mais investindo em novas tecnologias sustentáveis para resolver de uma vez o problema da reciclagem de toneladas de roupas e tecidos que são descartados todos os anos. O concurso internacional de economia circular Global Change Award 2015 criado pela H&M é uma dos exemplos disso.

De acordo com Annie Leonard da divertida série “A história das coisas”, gasta-se em média 70 latas de lixo para produzir o excesso de pré-consumo para fazer os itens que você joga fora em sua lata de lixo a cada semana. É apenas lógico pensar que os resíduos que criamos podem gerar uma fonte infinita de recursos sem sobrecarregar o ambiente ainda mais.

Em termos de materiais têxteis, o poliéster se tornou o tecido número um fabricado no planeta. É um produto à base de petróleo, que responde por cerca de 2%  do consumo mundial de petróleo. Como o barril de petróleo está super barato hoje, o consumo de tecidos de poliéster aumentou e ajudou a diminuir o consumo de algodão.

Mas as roupas e tecidos sintéticos não são biodegradáveis como os tecidos naturais ou artificiais, assim precisam ser reciclados para não contaminar o solo. O algodão é o segundo tecido mais utilizado no planeta, e é um produto muito dependente da água. Gasta-se 2.900 litros para fabricar uma simples camisa de algodão comum e 1 quilo de jeans exigiria cerca de 11.800 litros. Em comparação aos 400 a 715 litros de água que se gasta para fazer uma camiseta de algodão orgânico.
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Um exemplo do impacto ambiental da produção de algodão pode ser encontrada no Mar de Aral , na fronteira do Cazaquistão e Uzbequistão. No passado ele foi o quarto maior lago de água doce do planeta. Agora, ele está 90% seco, porque seus afluentes foram desviados para irrigação do cultivo de algodão. Basta dizer que, quanto menos água doce tivermos no mundo,  teremos também menos acesso ao algodão.

Uma fábrica média de roupas joga fora cerca de 27.215 Kg de materiais de pré-consumo a cada semana. Isso inclui fios, botões, aviamentos e retalhos de tecidos que sobram depois de um produto é feito. A economia circular visa dar um novo uso a esses resíduos e os usar eficientemente para criar novos produtos que podem ser reciclados na cadeia produtiva de moda criando novos tecidos e materiais.

Os dias da moda descartável devem terminar se realmente desejamos criar produtos sustentáveis. Então, se é preciso transformar todos os resíduos de materiais descartados em novos materiais para a moda, então sim, os resíduos têxteis realmente são a próxima fronteira de moda sustentável. Vamos chegar lá juntos.
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Para as marcas de moda, ser sustentável já não é mais uma escolha

Gosto muito das postagens do site Stylo Urbano, principalmente as que se relacionam com os assuntos de Moda & Sustentabilidade. Essa abaixo é mais uma delas.

Devido a seca sem precedentes de quatro anos no estado da Califórnia, muitas empresas da região foram obrigadas a resolver suas taxas de consumo de água. Várias marcas de jeans do estado mais rico dos EUA desenvolveram maneiras de reduzir as centenas de litros de água que são necessários para produzir um par de calça jeans. A resposta que encontraram foi usar máquinas a laser e lavagem de ozônio, que exigem menos água do que as máquinas convencionais.

Essa mudança não está acontecendo só na Califórnia mas em centenas de empresas de moda em todo mundo, que estão fazendo mudanças a fim diminuir sua pegada ambiental e também seus gastos com água e energia. Uma década atrás, esse não era o caso. Antes que chavões como “sustentabilidade”, “consumo consciente”, “moda ética” e “economia circular” se tornassem assunto corriqueiro na mídia e redes sociais, as pessoas costumavam associar esses termos a “moda hippie”. Em 2014, a empresa Nielsen fez uma pesquisa com mais de 30.000 pessoas em todo o mundo, e mais de metade disseram que elas estão dispostas a pagar mais por itens feitos por empresas “comprometidas com impacto social e ambiental positivo.”
Para as marcas de moda, ser sustentável já não é mais uma escolha stylo urbano-1
52% dos entrevistados pela pesquisa da Nielsen disseram que verificam os rótulos dos produtos antes de comprarem para garantir que a marca está empenhada no impacto social e ambiental positivo. As compras ​​que são mais influenciados pelas informações sustentáveis na embalagem são: Ásia-Pacífico (63%), América Latina (62%) e Oriente Médio / África (62%) e em menor medida na Europa (36%) e Estados Unidos (32% ).

Da mesma forma que as as grandes redes de fast fashion, as marcas de luxo também não estão podendo ignorar a sustentabilidade na fabricação de seus produtos.  O mercado de luxo que é formado por jóias, carros esportivos, relógios, bebidas premium, sapatos de alta qualidade e roupas, é a combinação de alta qualidade, glamour, celebridade e atitude.

Para as marcas de moda, ser sustentável já não é mais uma escolha stylo urbano-2
Com poucas exceções, essa tem sido uma indústria que tradicionalmente não estava associada com as preocupações sobre impactos ambientais, direitos humanos e bem-estar, mesmo quando essas tendências estavam tomando conta do setor de consumo de produtos. Mas de acordo com o novo relatório “Previsões para a Indústria de luxo 2016: Sustentabilidade e Inovação“, a indústria do luxo também vai ter que se reinventar.

Duas organizações que trabalham em estreita colaboração com empresas de luxo, a Luxury Institute e o Positive Luxury, produziram também um estudo. Diana Verde Nieto, a fundadora do Positive Luxury e principal autora do estudo, apresenta um argumento convincente de que a sustentabilidade e a responsabilidade social são agora requisitos obrigatórios para as marcas de luxo.

O relatório estabelece algumas pressões importantes.

Primeiro, a pressão direta: as leis estão mudando. O relatório aponta para a aprovação da “Lei da Escravidão Moderna” na Inglaterra em 2015, o que exige que grandes empresas que fazem negócios no país façam uma declaração pública anual contra a escravidão e tráfico de seres humanos. Este tipo de lei exige claramente muito mais transparência e monitoramento da cadeia de fornecimento. E é uma coisa boa, pois 71% dos varejistas e fornecedores da Inglaterra acreditam que é provável que existam escravos em sua cadeia de fornecimento.

Em segundo lugar, a pressão indireta é mais poderosa: as normas sociais estão mudando, começando com formadores de opinião de alto perfil. Celebridades estão mais do que nunca investindo em sustentabilidade e promovendo novas formas de tornar a moda mais ética e sustentável como é o caso de Lavia Firth esposa do ator Colin Firth, e diretora criativa da consultoria de marcas sustentáveis Eco-Age, e criadora do “Desafio do Tapete Verde”. Para o Metropolitan of Art’s Costume Institute Gala 2015,  Lavia Firth apareceu com um lindo vestido vermelho desenhado pelo estilista Antonio Berardi feito 100% de garrafas pet recicladas para promover o consumo responsável no século 21.

Em uma escala maior, as expectativas das empresas estão mudando devido á influência da Geração Y que têm diferentes pontos de vista sobre como as empresas devem agir. O relatório cita pesquisa mostrando que 88% dos integrantes das gerações Y e Z na Inglaterra e  EUA, acreditam que as marcas precisam fazer o melhor, e não apenas o “menos ruim”. Esta geração está questionando o consumo em geral e a maioria deles dizem que estão gastando mais em experiências (o que significa, menos ênfase em coisas), o que é uma ameaça para o mundo do luxo.

E eles estão dirigindo uma tendência de “marca limpa” , onde as empresas sentem a pressão para explicar de onde vieram e como foram feito seus produtos. Em terceiro lugar, o relatório destaca o fato de que os investidores estão prestando mais atenção nas marcas de consumo que fazem um gerenciamento ambiental e social eficiente. Finalmente, há a dura realidade dos limites biofísicos que comprometem seriamente a capacidade dessas empresas e a fonte de matéria prima de seus produtos. A mudança climática está alterando a disponibilidade de água e produção de algodão e outras culturas ao redor do mundo.

A gigante do fast fashion H & M e o grupo de luxo Kering se uniram para juntas, investirem em novas tecnologias para criar uma economia sustentável de moda e fechar o ciclo sobre os resíduos têxteis. A Kering pretende ser o conglomerado de produtos de luxo mais sustentável do mundo e a H & M Conscious Foundation financia o Global Change Award para criar tecnologias inovadoras que possam criar novos tecidos sustentáveis feitos de resíduos têxteis e materiais plásticos.

Todo esse investimento em sustentabilidade não visa somente “salvar o meio ambiente” mas também criar mais eficiência e economia para as empresas na redução do consumo de água, energia elétrica, produtos químicos e desperdício de matérias primas valiosas que vão parar no lixo e que podem ser reaproveitadas na fabricação de novos produtos. A sustentabilidade e a economia circular estão se tornando o “novo normal” e com certeza não vai ser uma das inúmeras tendências passageiras na indústria da moda.
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Conheça 11 tecidos inovadores para a moda do futuro sustentável

A indústria têxtil mundial está entre as que mais poluem e criam desperdício no mundo, mas existem algumas tecidos inovadores feitos de materiais estranhos e maravilhosos sendo desenvolvidos. Nos últimos anos tem surgido um interesse cada vez maior sobre a moda sustentável e novas formas de tornar as roupas mais “conscientes”. Provavelmente você já deve ter ouvido falar de tecidos feitos de algodão orgânico, bambu e cânhamo, mas e sobre os tecidos feitos de algas? Soja? Abacaxi? Banana? Pó de Café? Urtigas? (sim, urtigas.)

Embora atualmente haja um número limitado de vendedores de algodão orgânico ou tecidos reciclados, a tendência do futuro dos tecidos será a utilização de refugos de alimentos, plantas e reciclagem de tecidos desgastados. Abaixo estão algumas amostras da mais nova onda de inovação que sai da indústria têxtil, com foco na sustentabilidade:

1. CRAiLAR é uma fibra de linho que drasticamente reduz o uso de produtos químicos e de água. É um tecido que parece e tem toque quase idêntico ao algodão, enquanto ajuda a evitar o ciclo de dano ambiental que o plantio do algodão tradicional faz. O que poderia se sentir mais natural?

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2. Qmilk é uma fibra natural e renovável 100% derivada de uma proteína de leite coalhado. (Sim, tal como o leite em sua geladeira) O resultado é um tecido semelhante a seda, mas bem menos caro, ao mesmo tempo que suficientemente durável para suportar lavagem e cuidado. Qmilk é naturalmente antibacteriano e pode regular a temperatura, tornando-o ideal para esportes e activewear.

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3. O Econyl é um tecido reciclado da Aquafil que utiliza 100% dos resíduos das redes de pesca feitas de nylon. A inovação tem sido amplamente comemorada por aqueles que estão querendo uma opção de nylon reciclado desde que o poliéster reciclado tornou-se disponível anos atrás. O estilista Kelly Slater usa o tecido Econyl para sua marca Outerknown da mesma foram que a marca espanhola Ecoalf e a italiana Wave-O. O tecido Recyclon é fabricado pela Repreve e é feito de garrafas pet recicladas e é utilizado nas coleções da marca esportiva Patagonia.

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4. S.Cafe é uma nova fibra fabricada de Taiwan que recicla as borras do  café. Grandes nomes como North Face, Puma e Timberland já estão usando o tecido, enquanto empresas  como Starbucks são alguns dos fornecedores. Aparentemente o café tem propriedades para mascarar os odores naturais do corpo sem deixar cheiro nas roupas. Diz-se que  as borras de café requerem menos energia no processo de fabricar  a fibra do tecido, tornando-se uma alternativa mais sustentável aos tecidos tradicionais.

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5. EcoCircle é um tecido feito de PET à base de plantas. A nova fibra contém 30% da cana, que substitui 30% do óleo necessário para o poliéster tradicional. Teijin, a empresa por trás da fibra, disse que o tecido tem um sistema de reciclagem em circuito fechado no final da sua vida útil. A Nissan é uma das primeiras empresas a usar o tecido para o estofamento do seu carro elétrico Nissan Leaf em 2014.
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6. Evrnu é uma nova tecnologia inovadora que promete reciclar resíduos de vestuário de algodão para criar uma fibra renovável de qualidade. Mais de 12 milhões de toneladas de resíduos de vestuário são eliminados a cada ano nos EUA. A Evrnu emergiu uma nova forma de pensar sobre a indústria do vestuário e têxtil, por especialistas têxteis que adoram moda. A equipe Evrnu está atualmente trabalhando para trazer a tecnologia para uma escala maior.

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7. Seacell e uma fibra derivada da polpa de madeira ( Liocel) e algas que, de acordo com o seu fabricante Smartfiber AG, tem propriedades protetoras e anti-inflamatórias na pele, estimulando o metabolismo. É como se suas roupas estivessem vivas! Além do tecido a Seacell tem um colchão cuja tampa removível contém partículas microscópicas de fibra de algas marinhas que ajudam na regeneração celular, segundo a empresa.

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8. Lenpur é um tecido biodegradável feito da árvore do pinheiro branco, e “oferece o conforto de seda e o toque de cashmere que dá leveza a roupa.” A Lenpur afirma que é um fibra acima das outras fibras de celulose devido a sua suavidade, sua capacidade de absorção e capacidade de liberar a umidade, e sua capacidade de sustentar uma gama térmica mais elevada para mantê-lo fresco no verão e quente no inverno. O fio de Lenour é usado em roupas, jeans, roupas íntimas, meias e acessórios para casa.
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9. Liocel é uma fibra celulósica extraída da polpa de madeira utilizando processos livres de produtos químicos. Os solventes não tóxicos que são utilizados na sua produção são em seguida, reciclados, gerando um processo de fabricação com muito pouco subproduto. (No entanto, parece que ele ainda usa uma tonelada de energia, por isso não é perfeito.) Ele pode ser misturado com outras fibras para criar tecidos como SeaCell (Liocel e alga, mostrado acima) e Hempcel (Liocel e Cânhamo).

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10. Tecido de soja é um tecido sustentável 100% biodegradável pouco conhecido e é feito a partir de resíduos de fabricação de tofu. A proteína de soja é liquefeita e, em seguida, esticado em fibras longas, contínuas que são cortadas e processadas como qualquer outra fibra de fiação. Porque a soja tem alto teor de proteína, o tecido é muito receptivo a corantes naturais, por isso não há necessidade de corantes sintéticos. A fibra de soja é macia, delicada e mais resistente que a seda e o algodão, e como é completamente natural, também é biodegradável.
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11. O tecido de urtiga pode ser o tecido mais sustentável de todos. O tecido de urtiga produz uma fibra têxtil excepcionalmente forte, elástica, suave e naturalmente retardadora de fogo. O uso de urtigas para tecido remonta à Idade do Bronze na Dinamarca, onde as fibras de urtiga foram encontrados em locais de sepultamento.

A urtiga é muitas vezes considerada uma praga, pois crescem em terra, muitas vezes inadequados para outras culturas, sem a necessidade de pesticidas, herbicidas ou muita água. Quando a urtiga é mistura com o linho, o tecido se torna naturalmente anti-bacteriano e resistente ao bolor.

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Então é isso. É muito legal ter um vislumbre dos processos inovadores que estão traçando o futuro dos tecidos. Seria bom se a indústria têxtil brasileira parasse de reclamar da concorrência dos tecidos chineses e começasse a investir em tecidos que utilizem matérias primas diferentes dos tradicionais.

Existem várias empresas no exterior que estão tendo sucesso desenvolvendo tecidos que utilizam matérias primas diferentes das tradicionais e também reciclados pois não sofrem concorrência direta dos tecidos chineses que em sua grande parte são feitos de algodão e sintéticos.

10 inovações sustentáveis que estão prestes a mudar a indústria da moda

Notícia do Site: Stylourbano.com.br


A NASA, USAID, Nike e o Departamento de Estado dos EUA estão trabalhando juntos numa aceleradora internacional com foco em inovações sustentáveis ​​e bem social. Em 2010, o quarteto fez parceria com a LAUNCH, uma espécie de incubadora de startups que tem se dedicado a solucionar o impacto ambiental, econômico e social dos métodos de fabricação atual até o ano de 2020. Isso significa numa reformulação dos produtos que usamos todos os dias, e introdução de novos compostos para tomar o lugar dos materiais mais caros e menos ecologicamente sensíveis ao meio ambiente.

Foram escolhidos pelo programa dez empresas inovadoras que participaram de um fórum de três dias na NASA para trocar ideias e colaborar com um conselho de especialistas com o intuito de tornar a sustentabilidade uma norma nas indústrias, incluindo a moda. Conheça as 10 inovações discutidas, e o potencial de mudança que cada uma representa.

1. QMilk : Milhões de litros de leite azedam anualmente e não servem para consumo humano, para solucionar esse desperdício uma empresa alemã criou um tecido maravilhoso que compete com o algodão. A QMilk começou a fabricação de protótipos de uma nova fibra antimicrobiana, resistente a chamas e feita inteiramente de leite. A fibra super macia é 100% biodegradável, criada apenas com recursos renováveis através da caseína do leite azedo, produz desperdício zero e pode ser usado para fazer roupas e tecidos de decoração.
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2. Geckskin : Adesivos inspirados nas patas de lagartos, mas sem o resíduo. A startup americana projetou o produto para se prender e soltar sobre as superfícies repetidamente, sem perder as suas propriedades adesivas. Pense nisso como um poderoso velcro, mas que nunca perde sua força. As aplicações potenciais incluem o setor de eletrodomésticos, militar e moda. A Geckskin ainda está em seus primeiros estágios, e vai legar ainda um tempo antes de colocar seu produto no mercado.

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3. Barktex : Couro feito de casca de madeira? É isso mesmo, transformando a casca de árvore num material que lembra couro, o processo envolve a remoção da casca exterior das árvores, absorvendo essas tiras em água e, em seguida, através de um processo composto, transforma as tiras em um material que funciona como couro para as mais diversas aplicações.

O projeto foi concebido para ser de baixa energia, ecologicamente seguro e fornecer emprego a centenas de agricultores em Uganda na África. O objetivo é levar esse modelo para outras partes da África e do mundo em desenvolvimento. O vídeo abaixo mostra o couro de árvore, muito legal.


4. Blue Flower : Uma iniciativa têxtil que visa apoiar e capacitar as mulheres em situação de risco e reduzir o impacto ambiental da fabricação. O fundador da empresa, a designer de moda Eileen Fisher, quer criar cadeias de valor sustentáveis ​​em todo o mundo. A iniciativa destina-se a ajudar as comunidades pobres a desenvolver de bio-fibras de baixo impacto provenientes de roupas de segunda mão, substituindo a viscose, um têxtil artificial tratado com produtos químicos tóxicos.

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5. Seda artificial de abelhas: Seda bio-sintética produzida através da fermentação dos casulos onde as abelhas estocam o mel. O processo foi criado pela agência de ciência nacional da Austrália, CSIRO, e utiliza bactérias geneticamente modificadas para reproduzir as “teias”, altamente flexíveis que podem ser usadas ​​para tecelagem e tricô, ou enrolados em esponjas, filmes transparentes ou nanofibras.

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6. Ambercycle : Essa startup utiliza micróbios modificados para degradar as garrafas de plástico, como as de refrigerante, tornando a reciclagem do plástico rentável e sustentável. O sistema  reduz o custo da reciclagem e utiliza processos orgânicos sem pegada de carbono. Isso também permite que os produtores possam fazer a reutilização dos plásticos e removê-los dos aterros. A Ambercycle foi uma das selecionadas para a competição Global Change Award da H&M.

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7.  Benigna by Design : Essa startup recolhe e analisa os dados para entender o impacto dos tecidos, e a intenção é mostrar para as empresas como o desgaste têxtil leva à poluição da fibra, e oferecer soluções para o controle de emissões. A Benigna criou um sistema de análise que cientificamente seleciona o material de melhor custo-benefício com o menor impacto ecológico. O Dr. Mark Anthony Browne, que surgiu com a ideia durante o  seu pós-doutorando na Universidade da Califórnia , diz que seu programa “vai criar tecidos mais eficazes e de baixo custo que poluem menos e tem menos fibras tóxicas … em todo o seu ciclo de vida.”

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8. Ecovative : Imagine uma embalagem totalmente biodegradável e isolante feita de cogumelos? O produto é projetado para servir como um substituto para o poliestireno, um polímero sintético utilizado para produzir produtos prejudiciais ao meio ambiente, tais como copos de isopor e material de embalagem. As embalagens da Ecovative “podem ser compostadas a baixas temperaturas em pilhas de compostagem doméstica, e elas vão se desfazer naturalmente“, explica o diretor de design, Sam Harrington. Outros usos para o material são sandálias, pranchas de surf e isolamento.


9. BioCouture : Cria materiais sustentáveis através de micróbios, transformando-os em alta costura. O conceito foi criado pelo designer de moda Suzanne Lee, que prevê que a celulose microbiana é um catalisador que pode revolucionar a moda. A celulose microbiana pode ser cultivada em um balde e utilizada para criar couros biodegradáveis para roupas e acessórios. E, de acordo com sua filosofia “faça você mesmo”, Lee também planeja usar o BioCouture para compartilhar receitas e ferramentas educacionais.

10 inovações sustentáveis que estão prestes a mudar a indústria da moda stylo urbano-7

10. CRAiLAR:  Essa empresa quer tornar o linho competitivo em custos e conforto, com o algodão. Além de sua ampla disponibilidade em todo o mundo, o linho também usa muito menos água, pesticidas e terra para plantio do que o algodão, resultando em emissões de CO2 mais baixas. O processo da CRAiLAR utiliza menos de 97% da água do ciclo de vida necessária para produzir um quilograma de algodão. O produto final é uma fibra suave e natural que é praticamente indistinguível do algodão, sem o preço elevado.