quarta-feira, 22 de julho de 2015

Revolucionária técnica de reciclagem de tecido tem como objetivo recriar o futuro da moda

E se pudéssemos reciclar todas as nossas roupas velhas em fibras de alta qualidade, evitando que sejam enviadas para apodrecer nos aterros? Pesquisadores do Centro de Pesquisa Técnica VTT da Finlândia estão a tentar responder a essa pergunta, criando uma nova técnica de reciclagem de tecido desgastado. A Finlândia está ganhando uma vantagem sobre os seus vizinhos europeus, pois todos os países terão de resolver a questão do desperdício têxtil que foi definida por uma diretiva da UE em 1999, que pedia restrições ao envio de têxteis para os aterros sanitários.

A Finlândia tem pouco tempo para resolver isso, pois os resíduos têxteis serão proibidos nos aterros do país a partir 01 de janeiro de 2016. Como disse o filósofo Platão: “A necessidade que é a mãe da invenção“.
Revolucionária técnica de reciclagem de tecido desgastado tem como objetivo recriar o futuro da moda stylo urbano-1
A Finlândia consome cerca de 70.000 toneladas de vestuário e têxteis para o lar a cada ano. As estimativas sugerem que cerca de 30% do consumo é reutilizado, e cerca de 14% é enviado para reciclagem. Felizmente, a equipe da VTT em colaboração com a Escola de Artes, Design e Arquitetura (Aalto) em Helsinque desenvolveram uma revolucionária tecnologia para a produção de tecidos de alta qualidade a partir de tecidos desgastados e muito sujos que atingiram o final do seu ciclo de vida.

O processo envolve várias etapas, a primeira é a limpeza com o branqueamento dos tecidos para prepará-los para a extração da celulose. Descoloração dos tecidos, que faz com que a celulose no tecido fique muito mais solúvel e extraível.
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A separação das moléculas de celulose é feita com substâncias não-tóxicas e amigas do meio ambiente, tais como solventes ionizados que estão sendo testados por pesquisadores da Universidade Aalto. Esta tecnologia é aplicável apenas para fibras à base de celulose, como algodão, linho e viscose, mas qualquer outro material fibroso está misturado com a celulose como o poliéster ou acrílico, eles podem ser derretidos e reciclados em compósitos e plásticos.

Uma vez extraídos, as moléculas de celulose são fiadas em fibras e fios, resultando num produto final que é tão bom, ou possivelmente, ainda melhor do que o material original. O legal é que a nova técnica permite que uma grande quantidade de material residual que era descartado volte novamente para a produção têxtil.
Embora no futuro muito próximo veremos a reciclagem da celulose de milhares de toneladas destes resíduos têxteis em tecidos técnicos e tecidos para moda. As possibilidades para a criação de sistemas de reciclagem em circuito fechado são notáveis ​​com esta nova tecnologia, assim como as oportunidades para o desenvolvimento de métodos de produção têxtil ambientalmente saudáveis ​​à base de celulose.
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Essa tecnologia cria uma diminuição da necessidade de matérias-primas virgens como o algodão, o que irá criar um impacto positivo em toda a cadeia de abastecimento têxtil, fazendo com que os resíduos têxteis que antes eram lixo problemático para o meio ambiente se torne uma nova fonte de matéria prima.
No entanto, para que esse tipo de sistema de reciclagem funcione de forma eficiente, os consumidores devem ser educados sobre as melhores práticas de reciclagem, e devem também serem incentivos para fazer a reciclagem.

O melhor resultado só será alcançado quando a indústria têxtil e do vestuário, os consumidores e outras partes interessadas trabalharem juntos para construir um sistema de reciclagem voluntário e prático.
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Sapato é feito 100% com material retirado de um rio

Organização aproveita materiais jogados em rio para fazer criação
A ONG Everything You Buy is Rubbish (Tudo que você compra é lixo, em tradução livre) transforma resíduos encontrados nas margens do rio Tâmisa - o segundo maior do Reino Unido - em novos objetos capazes de simbolizar nosso desperdício desenfreado.

Recentemente, a organização confeccionou um sapato com 100% de lixo coletado do Tâmisa, desde o solado aos cadarços, que são de plásticos e materiais encontrados por lá. O objetivo é alertar para o consumo de um produto num contexto em que uma simples mudança na moda é capaz de torná-lo completamente inútil aos olhos do consumidor, que acaba por usá-lo apenas por alguns meses, embora seus materiais demorem séculos para sofrerem decomposição.

A concepção do sapato também foi uma forma de tentar conscientizar grandes marcas sobre os processos de produção altamente poluentes, que ainda formam o padrão na indústria.

O rio Tâmisa é um símbolo de como o crescimento econômico acelerado é capaz de matar a natureza, uma vez que, em meados da década de 1960, o rio foi declarado biologicamente morto por conter baixíssimos índices de oxigênio, o que não permitia mais a sobrevivência de espécies aquáticas.

Desde então, vem sendo feito um trabalho por parte do governo e prefeituras das cidades por onde o rio passa, que inclui leis que proíbem o uso do rio por parte de fábricas de despejas poluentes, além de uma série de outras medidas. Com isso, o rio renasceu, mas atualmente ainda são despejadas grandes quantidades de lixo em suas águas.

Confira o vídeo que mostra como o sapato foi criado:
Link do Vídeo: https://vimeo.com/92132180

Como impactar menos o meio ambiente na hora de adquirir roupas?

Veja o que fazer na hora das compras para ajudar o meio ambiente
Você já se perguntou qual o tipo de roupa mais amigável ao meio ambiente? Por exemplo, roupas de algodão orgânico, roupas de bambu, as feitas de materiais reciclados ou as usadas? Na verdade, não podemos afirmar qual dessas opções é a mais ecológica, pois a melhor roupa é aquela que você não compra.

Convenhamos que as roupas permitem que nós nos expressemos, sejamos nós mesmos; isso é divertido e não há nada de errado nisso. O problema está na quantidade de roupas que temos. Estamos cada vez mais imersos em um consumismo excessivo e, principalmente na época após as festas de final de ano (quem dirá a loucura que é a Black Friday em novembro), é interessante pensar se realmente precisamos de todas aquelas camisetas ocupando espaço no armário. É possível estar satisfeito com a quantidade de peças que temos sem transbordar as gavetas.

Todas as roupas têm um impacto no meio ambiente, pois a produção têxtil requer toneladas de água, geralmente utiliza tratamentos químicos nocivos, e faz uso de muita energia. O algodão orgânico pode não ter o banho de pesticida que o algodão convencional tem, mas aquela "camiseta verde" provavelmente passou por uma safra muito intensa de água. Roupas recicladas são vantajosas na questão da reutilização de matérias-primas, mas algumas delas (como as de poliéster) não escapam do uso do petróleo. O bambu orgânico pode ser muito "verde" considerando o lado agrícola, mas ele requer um extenso tratamento químico.

Além de não comprar nada, a próxima melhor atitude é comprar roupas de segunda mão. Uma jaqueta vintage ou um short retrô já tiveram seu impacto no meio ambiente, então trazê-los de volta à sua coleção é um brinde para a sustentabilidade.

Quando quiser comprar algumas peças novas, siga as dicas a seguir:

• Procure a melhor combinação entre local da loja, o comércio justo e veja se as roupas são de material orgânico ou se são recicladas. Não será possível encontrar peças que preencham todos esses quesitos, mas é bacana dar uma procurada para tentar encontrar o máximo deles em uma só peça.

• Prefira o clássico do que a moda. Roupas básicas e estilosas podem ser combinadas de várias maneiras e até mesmo acompanhar as mais loucas tendências. É difícil de se arrepender de ter comprado uma camisa social, por exemplo (mas não podemos dizer o mesmo de calças coloridas).

• Invista em roupas de qualidade. Elas podem ser mais caras a curto prazo, mas provavelmente durarão mais do que itens baratos e descartáveis.

• Para cada novo item que você comprar, considere doar pelo menos um item mais antigo. Além de estar ajudando alguém, essa atitude irá abrir espaço no seu guarda-roupas, sem precisar aglomerar roupas que você não precisa mais.

Aqui se faz, aqui se paga: saiba o que é consumo sustentável

Entenda o que é consumo sustentável e como você pode praticá-lo

As opções de consumo sustentável são variadas, basta procurar na internet: um chocolate sustentável, um jeans sustentável e até uma escova de dentes sustentável. Mas o que significa realmente consumir esse tipo de produto?

A expressão consumo sustentável tem sido empregada com muita frequência em diferentes meios de comunicação. Se você pesquisar em ferramentas de busca da internet surgirão milhares de resultados diferentes com artigos científicos, notícias, ofertas de produtos, entre outros. Todos eles possuem uma forma de definir essa importante atitude que o consumidor contemporâneo deveria assumir para ter uma pegada mais leve e preservar o meio ambiente.

Os números falam por si só. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o mundo já perdeu, na última década, uma área superior a dois Estados de São Paulo em florestas. A poluição atmosférica já causa mais de 2 bilhões de mortes anualmente, de acordo com estudo publicado pela Enviromental Research Letters. E para o World’s Worst Pollution Problems Report, relatório desenvolvido pelo Instituto Blacksmith, o descarte industrial de substâncias tóxicas, como chumbo, cromo e mercúrio, além de agredirem o meio ambiente, já reduziram 17 milhões de anos de vida dos habitantes de países em desenvolvimento. Certamente, a situação do planeta é preocupante e medidas como o consumo sustentável podem amenizar os danos já provocados e evitar que outros aconteçam. Mas antes de praticá-lo, é importante que você entenda bem o que ele é.

Consumir sem agredir

Desde a panela que faz a sua comida até o carro que você dirige, todas as escolhas de consumo trazem algum tipo de consequência para o mundo. No entanto, se essa consequência será boa ou ruim é o que determinará se você está praticando o consumo sustentável ou não.

De acordo com o diretor do Instituto Akatu, Helio Mattar, o consumo mundial, além de estar mal distribuído, está descontrolado: cerca de 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta. E, a cada ano, entram mais de 150 milhões de novos consumidores no mercado. Essa estimativa mostra que, nos próximos 20 anos, teremos três bilhões de pessoas desperdiçando alimentos, demorando demais no banho, idolatrando vitrines dos shoppings, esperando nas filas das lojas e comprando pela internet.

Esse paradigma comportamental de consumo imediatista, que busca uma satisfação rápida sem considerar as consequências, precisa ser alterado. Caso contrário, os danos provocados no meio ambiente assumirão proporções absurdas e irreversíveis. O consumo sustentável pode ser uma das soluções.

O consumo sustentável nada mais é do que o consumo responsável e consciente, sendo o oposto do consumo imediatista. Segundo estudo publicado nos Cadernos Ebape da Fundação Getúlio Vargas, a ideia de consumo sustentável surgiu gradualmente ao longo das gerações. E, nesse percurso histórico, três fatores atuaram conjuntamente para o surgimento do conceito do consumo sustentável: o ambientalismo público da década de 1970, a ambientalização do setor público da década de 1980 e a emergência da preocupação empresarial sobre o impacto que os estilos de vida e hábitos de consumo têm no meio ambiente da década de 1990.

Como definir o consumo sustentável

Consumo verde, consumo consciente, consumo responsável… Para praticar o consumo sustentável é importante entender o que ele é de fato.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, consumo sustentável é aquele que envolve a escolha de produtos que utilizaram menos recursos naturais em sua produção, que garantiram o emprego decente aos que os produziram e que serão facilmente reaproveitados ou reciclados. Desse modo, o consumo sustentável acontece quando nossas escolhas de compra são conscientes, responsáveis e com a compreensão de que terão consequências ambientais e sociais. O consumidor que assume essa atitude é aquele que não é passivo e que, por essa razão, tem senso crítico e pondera, não comprando um produto só porque a mídia o induz a fazer isso.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), da ONU, também considera que o consumo sustentável é aquele em que há o uso de serviços e produtos que correspondem às necessidades básicas de toda população, além de trazer qualidade de vida e reduzir os danos provocados ao meio ambiente. Isso significa que o consumo sustentável pressupõe sobretudo a redução do uso dos recursos naturais e da produção de lixo e outros materiais tóxicos.

Já para o Instituto Akatu, o consumo sustentável é aquele que valoriza:

1. Os produtos duráveis mais do que os descartáveis ou de obsolescência acelerada;
2. A produção e o desenvolvimento local mais do que a produção global;
3. O uso compartilhado de produtos mais do que a posse e o uso individual;
4. A publicidade sustentável e não a consumista;
5. As opções virtuais mais do que as materiais;
6. O não-desperdício de alimentos, promovendo o seu aproveitamento integral e o prolongamento da sua vida útil;
7. A satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso;
8. Os produtos e as escolhas mais saudáveis;
9. As emoções, as ideias e as experiências mais do que os produtos materiais;
10. A cooperação mais do que a competição.

Por fim, podemos entender que o consumo sustentável é uma questão de atitude do consumidor, que não leva em consideração apenas a aquisição do produto, mas também a produção que antecedeu a aquisição, o uso e o descarte. Esse é o consumidor que não se ajusta aos padrões de consumo impostos e que não coloca o meio ambiente a serviço da sua satisfação pessoal.

Como praticar o consumo sustentável

Muitas pessoas acreditam que consumo sustentável é uma prática que diz respeito somente à aquisição de produtos cuja fabricação teve um baixo impacto ambiental e que, por essa razão, são muito caros.

Conhecer bem as marcas de sua preferência, atentar para o rótulo dos produtos, planejar bem as suas compras, a fim de evitar o consumismo excessivo são, segundo o Instituto Akatu, práticas de um consumidor sustentável No entanto, ao contrário do que se imagina, o consumo sustentável vai além disso e pode ser praticado a partir de mudanças de comportamento.

Por exemplo, não demorar no banho é uma atitude de consumo sustentável. Assim como são também outras atitudes, como reciclar o lixo doméstico, poupar energia elétrica, optar por frutas, verduras e legumes orgânicos e praticar o upcycle com objetos desgastados e usados. Até mesmo entrar de cabeça no conceito “faça você mesmo” e produzir a sua própria pasta de dentes e o seu próprio desinfetante também é atitude de consumo sustentável.

Por isso, é importante que as pessoas entendam que consumo não é só compra de algum objeto no shopping. Consumo é também a água que você gasta, a energia que você usa e os alimentos que você ingere.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Ministério do Meio Ambiente desenvolveram um guia que apresenta o passo a passo de como praticar o consumo sustentável. Vale a pena colocar em prática dicas simples como essas apresentadas no guia:

1. Para lavar o carro, use um balde ao invés vez da mangueira;
2. Tente limitar o seu banho a pelo menos 5 minutos e feche a torneira enquanto se ensaboa;
3. Ao lavar a louça, use uma bacia para deixar os pratos e talheres de molho por alguns minutos antes da lavagem. Isso ajuda a soltar a sujeira. Depois, use água corrente somente para enxaguar;
4. Se tiver máquina de lavar, use-a sempre com a carga máxima e tome cuidado com o excesso de sabão, para evitar um número maior de enxágues.
5. Evite abrir a porta da geladeira em demasia ou por tempo prolongado;
6. Na hora de comprar, dê preferência a lâmpadas fluorescentes, compactas ou circulares. Além de consumir menos energia, essas lâmpadas duram mais que as outras;
7. Na hora da compra de um ar condicionado, escolha um modelo adequado ao tamanho do ambiente em que será utilizado. Prefira os aparelhos com controle automático de temperatura e dê preferência às marcas de maior eficiência, segundo o selo Procel;
8. Escolha a compostagem como método de descarte do seu lixo orgânico (é seguro, eficiente e não causa contaminação alguma - cria um novo e fértil adubo para suas plantas).

De olho no Brasil

No que se refere à sustentabilidade, o Brasil ainda precisa traçar um longo caminho rumo à conscientização. Confira algumas dicas em nossa seção Consuma Consciência e, da próxima vez em que você for às compras ou tomar banho, lembre-se de que tudo que for feito hoje repercutirá até a posteridade.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Escultura alerta sobre o descarte de resíduos têxteis nos aterros sanitários

Uma nova escultura pública feita de tecidos  oferece um olhar inquietante sobre os resíduos têxteis em uma das cidades mais cosmopolitas do mundo. A colaboração entre a ONG sem fins lucrativos Redress, a fabricante de eletroeletrônicos Miele, e a Academia de Artes Visuais da Universidade Batista de Hong Kong, patrocinaram a escultura  Y WASTE? para que o público tenha uma ideia visual dos tecidos que inundam os aterros Hong Kong: 360 kg a cada dois minutos. “As taxas residuais de vestuários e têxteis em todo o mundo estão agora em níveis horríveis, o que precisamos enfrentar com urgência”, diz Christina Dean, fundadora da Redress, que organiza o anual EcoChic Design Award. “Nós estamos agora comprando e tratando as roupas como bens descartáveis” tudo isso incentivado pelo fast fashion.
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Consumo gera resíduos, que introduz os seus próprios problemas, acrescenta Christina Dean. “Quando nós consumimos muito, tendemos a descartar mais“, diz ela. “Este padrão intragável de resíduos de vestuário, que vemos em Hong Kong e em outras partes do mundo, acaba criando vastos impactos ambientais e sociais negativos.” A população de Hong Kong envia uma média de 95.550 toneladas de têxteis para os aterros a cada ano, ou cerca de 11.250 peças de vestuário a cada hora, de acordo com o Departamento de Proteção Ambiental que fica na China.
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A modelo e embaixadora da Redress Elva Ni, que inaugurou a escultura, diz que espera que os consumidores comecem a repensar seu relacionamento com seu guarda-roupa. “Encorajo todos a valorizar mais suas roupas e ser parte de uma mudança positiva para ajudar a reduzir o desperdício, antes que seja tarde demais para o nosso meio ambiente”, diz ela. Na verdade vai ser tarde de mais é para nós mesmos!

Y WASTE? tem outra fã na figura de Christine Loh, subsecretária para o meio ambiente. “A questão do que fazer com os resíduos é muito importante para a nossa comunidade”, diz ela.”É gratificante ver a iniciativa Y WASTE? apresentando essas questões fundamentais ao público como também ver que os setores privado, universitário e ONGs estão juntando suas vozes com esta escultura criativa para salientar a necessidade de mudança.“

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Completando a mostra, que vai até 20 de julho no shopping K11 de Hong Kong, haverá uma série de workshops de moda e palestras educativas. No final do evento, todas as peças serão doados para instituições de caridade locais.
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A Redress é uma ONG criada em 2007 em Hong Kong, com a missão de promover a sustentabilidade ambiental na indústria da moda, reduzindo desperdícios têxteis, poluição, consumo de água e energia. A ONG trabalha ao longo da cadeia de abastecimento e seu  trabalho está agrupado em quatro programas principais: O The EcoChic Design Award, The R Cert, Campanhas de Consumo e Eventos.

Coletivamente, os quatro principais programas cobrem uma competição internacional de design de moda sustentável, roupas feitas com têxteis reciclados, oficinas, campanhas de roupas, desfiles de moda, exposições, seminários e pesquisa. O perfil exclusivo da Redress lhes permite colaborar com uma vasta gama de interessados como vários estilistas, fabricantes de têxteis e de vestuário, varejistas, escolas e universidades, organizações multilaterais, governos, ONGs, instituições financeiras e organizações de mídia.
A região do Bom Retiro, em São Paulo (SP), possui 1200 confecções que produzem 12 toneladas de resíduos têxteis por dia. Atualmente, a coleta destes trapos é realizada de forma desorganizada e sem preocupação com a preservação ambiental. Para reverter essa situação, o Sinditêxtil-SP criou o Retalho Fashion. Dividido em três etapas, o projeto irá formalizar o trabalho de catadores e reaproveitar os resíduos descartados, por meio de empresas recicladoras. A iniciativa coonta com apoio do Senai, da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro e da Prefeitura de São Paulo.

Elegância consciente: a moda em seus diversos estilos sustentáveis

"Ética + estética = moda sustentável"
A moda é um conjunto de costumes e valores de uma sociedade que podem ser representados através do jeito de vestir. A estética do que é belo é influenciada por diversos fatores, como desfiles de grandes estilistas, por exemplo. Eles geram tendências que mudam incessantemente. Ao longo da história, o vestuário se estabeleceu como uma forma de status social para diferenciar os nobres da massa. Isso ainda ocorre, e quando uma tendência se torna muito popular ela é trocada por uma nova. Esse sistema gera uma fabricação constante de coleções com obsolência programada por estações e temporadas, conhecidas como fast fashions, comuns no comércio varejista. Os novos looks são rapidamente propagados pela mídia, que age refletindo e legitimando novos hábitos e tendências de mercado.

O consumo de roupas acelerado tem deixado grandes marcas no meio ambiente: a degradação do planeta e o consumo de muita matéria prima não renovável. Segundo a Environmental Protection Agency, a indústria têxtil está entre os quatro tipos de indústrias que mais consomem recursos naturais e que mais poluem. Além disso, esse sistema fomenta a desigualdade sociocultural, ao passo que utiliza empregos sazonais e informais para manter o baixo custo da produção.

Moda e preservação ambiental são aparentemente conceitos conflitantes; o primeiro implica em produtos com curtos ciclos de vida, e o segundo, leva em conta durabilidade, sustentabilidade e reutilização de produtos. Contudo, algumas formas são mais propensas a mudanças do que outras. Os chamados “clássicos” têm design menos datado no tempo, e por isso têm maior longevidade. Além disso, a moda é, sobretudo, uma expressão do estilo pessoal, que demonstra a criatividade e o senso estético das pessoas. Através da moda você pode expressar sua individualidade. Ao usar uma marca, você não está comprando apenas a beleza da peça, está legitimando todo seu processo produtivo e carregando o valor moral da empresa. Se a loja onde você compra utiliza trabalho escravo ou infantil em sua confecção e descarta resíduos químicos nocivos de forma incorreta, você está alimentando essas práticas - mas também é preciso levar em conta que a falta de poder de escolha, devido a preços elevados de certas marcas, deixa os compradores de mãos atadas. Assim, em algumas situações, os consumidores têm o poder de apoiar ou punir marcas por suas atitudes sociais e ambientais, e isso se dá na sua escolha de qual loja comprar. Para isso, é essencial se informar dos produtos que a fabricante utiliza.  Se você deseja se tornar um consumidor responsável e ecofriendly, deve se questionar como, onde e por quem foi feita aquela roupa que você irá comprar.

Muitas são as medidas que podem ser empregadas para reduzir os impactos sociais e ambientais na indústria da moda. Existem inúmeros processos e momentos de decisão diante dos quais uma marca adota seu posicionamento e ela pode investir no paradigma do desenvolvimento sustentável. Na confecção, a empresa pode decidir aumentar a vida útil de uma peça de roupa através do acabamento, pode usar tecidos que causem menor impacto ambiental, verificar a procedência das matérias-primas, assegurar condições dignas de trabalho, realizar o upcycling e etc. Cabe às marcas e aos consumidores a decisão na escolha de um posicionamento ético frente à moda. Diante dessa preocupação, surgiram correntes que visam um consumo mais consciente e estão alinhadas com uma proposta mais ecológica. Entre elas, destacam-se o movimento de moda ética, de slow fashion, eco moda, zero-waste fashion e eco chic.

Eco chic

O termo eco chic surge para provar que é possível estar estiloso, elegante, descolado e antenado, e ter uma responsabilidade com aspectos ambientais e sociais. O estilo de vida eco chic corresponde no desafio das marcas em refletir preocupações morais sem abdicar de uma estética bacana. Ser eco chic é estar bem vestido, se valendo de cor, textura e caimento de forma sustentável. Vestir-se de forma criativa e valorizar a inovação são sinônimos de elegância. Um conceito de moda que atende a perspectiva de um consumidor eco chic é a moda ética.

Moda ética
Moda ética leva em consideração todo o impacto da dimensão sociocultural e ambiental inserida na concepção de um produto. O conceito ganhou destaque em 2004, com o Ethical Fashion Show, evento e manifesto realizado em Paris. O movimento questiona a exploração de trabalho de funcionários de confecções, que muitas vezes são submetidos a condições análogas ao trabalho escravo. No dia 24 de abril de 2013, 1.133 pessoas morreram no pior acidente da indústria da moda, no complexo de fábricas Rana Plaza em Dhaka, Bangladesh. Esse dia deu origem à organização Fashion Revolution, alinhada com os valores de moda ética, que instituiu esse dia como o fashion revolution day. A organização propõe questionamentos como: quem fez minhas roupas? Sob quais condições?
Eco moda

Já eco moda (ou, moda ecológica ou, moda verde) parte do mesmo conceito do eco design. Uma proposta que considera as consequências ambientais em todos os estágios de desenvolvimento de um produto. Nela, reduz-se o consumo de recursos, e são escolhidos materiais e processos que colaborem para diminuir o impacto ambiental durante seu ciclo de vida. Há o uso de tecidos de fibras orgânicas e métodos de produção que minimizem a contaminação de rios e mares, evitando ao máximo produtos químicos poluentes como corantes sintéticos. Algumas alternativas são o algodão orgânico, e fibras de abacaxi, de bambu, de cânhamo, etc. Algumas marcas brasileiras já utilizam o algodão orgânico, como a Use Eco, que produz camisetas masculinas e femininas. O ecoproduto é projetado de acordo com um balanço energético e material, quantifica as perdas e possíveis desperdícios, além de pensar em refrear a geração de resíduos sólidos. A moda verde tem grande influência da onda vegana ou eco vegan, e diversas marcas que adotam esse posicionamento oferecem produtos cruelty free, ou seja, sem crueldade contra animais.

Ao pensar na sustentabilidade de um material, devemos considerar diversos fatores, tais como: a capacidade de renovação da fonte, o processo de como a fibra é transformada em tecido, e a pegada de carbono total do material. De acordo com a fundação Earth Pledge, mais de oito mil produtos químicos são utilizados no processo têxtil e 25% dos pesticidas do mundo são empregados no cultivo de algodão não orgânico. Os esforços para encontrar medidas que reduzam os danos à natureza durante o cultivo da matéria prima, produção e transporte, tornam a moda sustentável tipicamente mais cara do que a fabricada por modelos convencionais.


Zero waste fashion

O conceito de zero waste fashion se refere à produção de vestimentas e acessórios que geram pouco ou nenhum resíduo em sua produção. Ele faz parte do movimento eco fashion e elimina o desperdício durante a fabricação. O designer escolhe padrões que utilizem de forma mais eficiente o tecido e reutiliza retalhos para fazer detalhes de peças.

Upcycle

Uma tendência que colabora para a redução de lixo é o Upcycle, que transforma objetos no fim de sua vida útil que seriam descartados em novos produtos. A utilização de câmaras de ar de pneus para a confecção de artigos de moda vem aumentando e já chegou ao Brasil. A Recman Br produz bolsas e mochilas de luxo que se enquadram na tendência eco chic e moda sustentável.

Slow fashion

Além de uma transformação no processo criativo, no que se refere ao uso de materiais e processos produtivos, para uma moda mais ecofriendly é preciso analisar oportunidades que vão além dessas questões. Um dos movimentos mais fortes na moda com uma pegada sustentável é o slow fashion, que compartilha os ideais do movimento slow, assim como a iniciativa slow food, ligada à alimentação. O slow fashion vem na contramão da produção de roupas massivas e de baixa qualidade (das fast fashions) e propõe um consumo mais lento, e peças com maior vida útil. O movimento questiona o conceito e a velocidade da moda, e visa um design atemporal com acabamento de qualidade que proporcione uma durabilidade à peça. As marcas que funcionam com o ideal do slow fashion têm uma produção em baixa escala e se assemelham mais a ateliês do que a indústrias.

O slow fashion (moda lenta) é uma das formas mais fáceis de iniciar no caminho por um lifestyle mais consciente e sustentável na moda. Você pode se inserir no movimento a partir de práticas como o reaproveitamento de peças de brechós, reforma de roupas vintage e no desapego e compartilhamento de peças em bazares. Dessa forma, reutiliza-se o material que já foi produzido evitando que ele se torne lixo. Assim, você estará refreando a produção industrial de roupas que incentiva o descarte e adquirindo um estilo autoral, que pode ser um retrô super charmoso ou até um look minimalista. Um casaco pode ter seu uso compartilhado e não precisa ser de posse de uma só pessoa, e um vestido pode ser reformado mais de uma vez. E essa lógica pode ir adiante. Na antiga música de carnaval "Marchinha da Cueca", um homem fica bravo porque alguém pegou sua roupa de baixo para fazer pano de prato. Não precisamos chegar a tanto, mas roupas de baixo e bermudas podem virar pano de chão... Por que não?

Seguir o slow fashion, ensinar esses conceitos às crianças e dar roupas desse estilo a seus amigos e parentes é ir além de “tendências”, valorizando um estilo atemporal e ecofriendly. Customizar, reaproveitar e transformar são comportamentos bem vindos na hora de cuidar do planeta.

Fonte: Ecycle.com.br

Eco moda: marca suíça lança linha de roupas 100% biodegradável

Lugar de roupas velhas é na composteira
FREITAG
O novo sucesso da empresa suíça de eco moda Freitag é uma linha de roupas 100% biodegradável. As roupas podem ser descartadas em composteiras quando não puderem mais ser utilizadas, ao final da vida útil.

A matéria-prima das peças é composta por fibra de cânhamo,  modal (uma fibra feita de celulose) e linho - todas elas não demandam muita água durante o plantio. Além dos fios utilizados serem 100% biodegradáveis, os botões são produzidos a partir de castanhas e os itens metálicos das calças podem ser reutilizados.

A Freitag virou queridinha dos suíços com as descoladas bolsas de upcycle com lona de caminhão. A grife ficou famosa pelo design moderno, sustentável e durável. As bolsas são feitas com lona de caminhão, câmaras de ar e cintos de segurança reutilizados. No Brasil, a marca Recman também produz descoladas bolsas a partir do reaproveitamento de câmaras de pneu e cintos.

O projeto da Freitag, fundada pelos irmãos Markus e Daniel Freitag, de criar um vestuário biodegradável começou cinco anos atrás. A marca faz questão que todas as etapas de produção fiquem em um raio de 2,5 mil quilômetros da fábrica, em Zurique, para assim diminuir as emissões com transporte. Além disso, as roupas não são tóxicas. A industria têxtil padrão utiliza corantes artificiais ou tintas com metais pesados que podem causar irritações na pele ou até mesmo câncer. A marca, ao contrário, utiliza o minimo possível de produtos químicos desde o cultivo ao processamento do tecido, e corresponde à Classe I da Oeko-Tex Standard, uma certificação que aponta os níveis de toxicidade dos produtos. Ou seja, você pode até embrulhar um bebê no tecido sem ter que se preocupar.
Mas se engana quem pensa que por serem biodegradáveis as peças têm curta duração. A marca montou uma equipe de especialistas em tecidos para garantir a resistência e ao mesmo tempo o conforto das peças. Apesar das roupas se desintegrarem quando colocadas em uma composteira, elas têm grande duração, especialmente os jeans.
FABRIC
A compostagem é o processo no qual um conjunto de técnicas são aplicadas para estimular a decomposição de materiais orgânicos. As roupas da nova linha da Freitag são 100% biodegradáveis e por isso passíveis de serem descartadas em uma composteira. Ao fazer a reciclagem da roupa no final de vida útil, você diminui a quantidade de resíduos e tem uma postura mais ecológica diante da moda.


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Adidas lança tênis feito 100% com plásticos retirados do oceano

Adidas tênis materiais reciclados plástico oceano Primeknit 01
Depois dessa coleção de roupas feitas por Pharrell Williams e G-Star fazerem sucesso, eis que a indústria da moda começou a levar mais a sério a ideia de reaproveitar materiais recicláveis, ao invés de ter como fim o lixo. Pensando nisso, a Adidas acaba de lançar um novo protótipo de um tênis feito inteiramente com plásticos retirados do oceano em parceria com a Parley for the Oceans, uma ONG que sincroniza a economia atual com o ecossistema da natureza. Além de proteger os oceanos, a Parley faz com que a proteção ambiental seja lucrativa para grandes empresas ao mesmo tempo em que combate o desperdício. Para sua fabricação, os plásticos foram retirados de uma expedição de 110 dias ao longo da costa oeste da África. Parte do material recolhido vem de redes utilizadas por pescadores ilegais, que poluem o mar e podem matar diversas vidas marinhas. Algumas destas redes foram confiscadas por ativistas ambientais da Sea Shepherd.
Adidas tênis materiais reciclados plástico oceano Primeknit

Absolutamente todas as partes utilizadas para criar o modelo chamado Primeknit são recicláveis, como fibras, fios, filamentos. O Primeknit é tricotado e isso gera resíduos zero em comparação com o processo de corte necessário para a maioria dos outros tênis. O objetivo maior do programa é trabalhar novas tecnologias para mudar o status do consumo de plástico no mundo. A marca está em fase de adaptar o material para eventualmente começar a incluí-lo em outros produtos. “Nós não queremos nos limitar”, diz Eric Lietke, membro do conselho executivo de marcas globais da Adidas. “Nós podemos colocar isso em T-shirts, shorts, em todos os tipos de coisas.” “O plástico não pertence à natureza, ele não merece estar na barriga de um peixe. A solução final é cortar este fluxo contínuo de algo que não se acaba facilmente, é reinventar-se. Por enquanto, nós fazemos o que podemos. Isso significa que estamos realizando uma pequena limpeza no mar no momento. Cada pedaço de plástico que recolhemos, cada peça única, pode salvar um pássaro, uma tartaruga, mesmo uma baleia.” – diz Eric. Confira detalhes:
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Apesar da Adidas ter sido acusada pelo Greenpeace de pesada poluição ambiental, isso pode representar um passo na direção certa. Se a ideia for aplicada em larga escala, quem sabe o parâmetro atual dentro da empresa começa a mudar? O Primeknit tem previsão de ser lançado no final de 2015.
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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Lacoste mostra sua futurista camiseta Polo que muda de cor e tamanho

Quando a Lacoste comemorou seu aniversário de 80 anos em 2012 deu-nos um vislumbre de como seria sua camiseta Polo do Futuro. No vídeo feito pela agência MNSTR, mostra uma camisa que pode ser alterada com apenas um toque de sua mão, pois é feita de tecido inteligente OLED com nano-circuitos eletrônicos integrados em suas fibras tornando sua superfície dinâmica podendo mudar de cor e tamanho com o toque das mãos. Um dia essa maravilha da tecnologia wearable vai ser realidade e a indústria têxtil e de moda nunca mais será a mesma.

A LACOSTE prestou uma homenagem ao espírito visionário de seu fundador René Lacoste, mostrando uma visão do futuro da sua invenção mais lendária, a camisa polo L.12.12. Em 1933, René Lacoste lançou a produção em escala industrial da sua camisa polo ele chamada L.12.12. Para a LACOSTE, 1 refere-se ao tecido de algodão Petit Piqué, 2 para o estilo de manga curta e 12 para o número de protótipos feitos antes de René Lacoste dar a sua aprovação. A marca fez esse filme da camiseta polo do futuro que foi lançado no dia 12/12/12 onde a tecnologia têxtil não tem limites. 

A Lacoste pediu a seus fãs no Facebook que mostrassem sua visão da Polo do Futuro. Abaixo estão algumas idéias inovadoras apresentadas por eles:

Polo Musical, por Rodrigo Eidy Uemura do Brasil
“Uma polo que muda de acordo com os sons ao seu redor: o som da natureza, música ou som nenhum …”
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Polo Emoticroc, por Graça Cai da China
“Uma polo que revela seu estado de espírito!”
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Polo Tempo, por Alice Bee da França
“Uma polo que muda de cor dependendo do tempo e a luz do sol.”
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Polo Foto, por Miwa Yamauchi do Japão
“O logotipo crocodilo da Lacoste atua como uma câmera. Tire uma foto pressionando o logotipo e a aplica na superfície da camiseta para personalizá-la! ”
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A Polo que regula a temperatura, por Guilherme Gerber do Brasil
“Uma polo que conserva o calor no inverno e fica fresca no verão. A polo irá adaptar-se à temperatura ideal para você. ”
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Polo de Energia Solar, por Matt Aaron dos EUA
“Um pequeno painel solar em forma de crocodilo, tomará o lugar do logotipo da Lacoste fazendo o possível para carregar dispositivos eletrônicos no final do dia ao vestir a camiseta. “
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Polo que vira vestido, por Hyosook Lee da Coreia
“As mulheres simplesmente puxam a barra da Polo para baixo e o tecido se estender para virar um vestido polo”.
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Polo UV, por vários fãs, incluindo Bennewitz, Julio Bonaldo, Matty Brady
“Uma polo que repele a água, e quando chove se transforma em um capuz”
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Polo de mídia social por Catherine Beaumier Lacroix do Canadá
“Publique um status no Facebook, Instagram Tweet ou foto quando quiser, com sua polo”
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KiHoon Kim da Coréia do Sul está por trás da Polo “fácil de armazenar”.
“No futuro, a uma camiseta Polo vai encolher com um simples toque no logotipo de crocodilo. Ficando fácil de armazenar em seu guarda-roupa ou mala de viagem, ocupando pouco espaço! ”
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Polo ultra compacta e contra amarrotamento por Christophe Pillet
“Um polo que ocupa nenhum espaço quando se viaje e quando retirada da embalagem, fica livre de amassados.”
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A Lacoste imaginou como seria jogar tênis no futuro

Textifood, os tecidos do futuro feitos a partir de resíduos de alimentos

Quais serão os tecidos do futuro? Com a exigência cada vez maior de sustentabilidade na cadeia produtiva da moda, a indústria têxtil está começando a prestar atenção e a investir nos tecidos do futuro que possam substituir o algodão que é a cultura mais tóxica, utilizando mais de 25% de todos os inseticidas no mundo e 12% de todos os pesticidas. O World Wildlife Fund diz que 20 mil litros de água são necessárias para produzir um quilo de algodão, o equivalente a uma única camiseta e um par de jeans. Um completo absurdo ainda mais com esses problemas atuais de falta de chuva e água. Cerca de metade de todos os produtos têxteis são feitos a partir desta fonte ambientalmente insustentável, razão pela qual a indústria do algodão deveria ser substituída.

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A coisa boa é que há várias opções sustentáveis para adicionar ao seu guarda-roupa. Algumas tecelagens e marcas de moda estão desenvolvendo tecidos feito de frutas e outros produtos orgânicos que não só podem competir com a indústria do algodão, mas também usar em sua fabricação partes das plantas que normalmente são jogadas fora. Muito bom não é mesmo?

Na Itália está acontecendo a exposição Textifood que vai até 14/07/15 e que apresenta os tecidos inovadores e sustentáveis do futuro feitos de fibras de espécies vegetais e animais. Instalado dentro do Pavilhão francês na Expo Milano 2015 com o tema “Alimentar o Planeta, Energia para a Vida“, a exposição mostra ao mundo a incrível diversidade dos tecidos, a fim de combinar as sinergias entre a indústria alimentar e têxtil, reutilizando as sobras das frutas e legumes depois de serem consumidos.
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As grandes marcas podem recuperar o atraso na moda sustentável? As empresas menores estão criando tecidos 100% naturais e biodegradáveis com corantes naturais sem produtos químicos, mas as marcas maiores são bem mais lentas para inovar. As empresas maiores também têm um dilema em relações ao público sobre sustentabilidade; assim que introduzem uma roupa “sustentável”, os clientes começam a questionar a sustentabilidade do resto da sua coleção. Assim as grandes marcas tem dificuldades para contar essa história. As verdadeiras inovações estão muitas vezes em pequenas marcas, que começam do zero e não têm o peso de uma história ou uma cadeia de produção massificada. Uma dessa empresas é a Freitag com seu tecido 100% compostável F-Abric.
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Na história bíblica, Adão e Eva usavam folhas de figueira como roupas improvisadas no Jardim do Éden. Desde então os seres humanos têm imaginando maneiras de utilizar materiais naturais para se vestir. Os tecidos de hoje estão mais inventivos e tecnicamente avançados do que nunca como os novos híbridos sintéticos-naturais. Muitos dos exemplos a seguir usam resíduos ou subprodutos de fabricação para criar materiais exclusivos. Designers e fabricantes também estão com uma crescente consciência social para eliminar o impacto ambiental.

O processo de fazer tecidos sustentáveis ​​e produtos relacionados com têxteis exige uma reestruturação em vários níveis, como as matérias-primas, fabricação, design, comercialização e preferências dos consumidores. Já tem alguns anos que a indústria têxtil explora a fibra do bambu e do cânhamo para fazer lindos tecidos sustentáveis mas além desses existem outras fibras vegetais e animais a serem exploradas para aumentar a oferta de tecidos ecológicos.

Nas Filipinas, as fibras do abacaxi se transformam na “organza de abacaxi”...
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Roupas feitas por estudantes de moda nas Filipinas utilizando tecidos de fibra de abacaxi e abacá

Dentro das muralhas do Palazzo delle Stelline em Milão, lar do Institut Français, o Lille3000 conseguiu criar uma exposição única: fibras e tecidos nunca vistos, vindos de vários continentes para mostrar ao público a nova perspectiva ambiental e científica que tornou possível o tratamento de materiais naturais. Laranja, limão, abacaxi, banana, coco, urtiga, café, arroz, soja, milho, beterraba, linho, lótus, algas, cogumelos, vinhos, cervejas, marisco … frutas e legumes estão a serviço da moda! A indústria têxtil do futuro fará do desperdício de alimentos sua fonte de matéria prima, para criar meios inovadores que atendam às necessidades do mercado e para responder às necessidades de sustentabilidade de um planeta cada vez mais degradado.
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As novas gerações de designers têm um objetivo comum, criar uma simbiose entre a indústria alimentar e têxtil. Eles estão com o objetivo de aumentar a conscientização através de suas criações e apresentar a sua visão dos tecidos sustentáveis do futuro. Coralie Marabelle, Design Percept, L’Herbe Rouge, Christine Phung, Orange Fiber e Nina Gautier, são alguns dos novos designers que apostam em resíduos de fibras vegetais e animais provenientes de restos de comida. Eles usam corantes naturais para tingir suas peças sem utilizar qualquer produto químico.
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Aqui está uma seleção dos tecidos sustentáveis do futuro

No Japão, desde o século 13, as bananas são utilizadas para fabricar um tipo de tecido chamado “jusi”, ainda usado na embalagem de quimono. É feito das fibras dos cachos de abacá (bananeira nativa das Filipinas) conhecida como “seda de banana”. A estilista filipina Dita Sandico foi a pioneira na transformação de materiais como a fibra de abacaxi (que vira organza de abacaxi), fibra de abacá( que vira seda de banana) e pinalino, uma combinação de fibra de abacaxi e linho irlandês para fazer suas lindas roupas esculturais. Em 2014, a fibra foi apresentada ao público em geral com o vestido feito por Coralie Marabelle,  tecido de abacaxi e banana por Elodie Brunet e com o vestido do artista Em Riem feito inteiramente de folhas de bananeira secas (foto acima).

Normalmente, achamos o abacaxi uma fruta saudável e deliciosa, mas a Ananas Anam  está usando as folhas do abacaxi para fazer uma alternativa sustentável e mais barata para o couro animal chamado Piñatex. A empresa têxtil compra das comunidades agrícolas as fibras das folhas de abacaxi que passam por um processo de extração chamado decorticação. A biomassa resultante do descasque também pode ser convertido em adubo orgânico ou biogás como uma fonte extra de renda para as comunidades.

Já o Brasil é o maior produtor mundial de abacaxi, uma das frutas favoritas da população brasileira. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país produziu 1,677 milhões de toneladas da fruta em 2015. A indústria têxtil brasileira tem a disposição milhares de toneladas de resíduos que sobram do descarte do abacaxi e da banana que podem ser transformados em materiais sustentáveis para vestuário, decoração, bolsas, calçados, tapeçarias,  não-tecidos e  tecidos industriais.
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Outro tecido versátil vem dos talos da bananeira, uma parte da planta que geralmente é despejada ou queimada uma vez que o fruto é cortado, causando poluição. O tecido é já utilizado no Japão e no Sudeste Asiático, como as camadas exteriores da haste da bananeira sendo usada para cestos ou toalhas de mesa e as finas camadas internas podem ser usadas para embalar os delicados quimonos. As bananeiras muitas vezes não necessitam de pesticidas ou fertilizantes, quando cultivada nos trópicos. Sendo um resíduo da indústria de alimentos, estes caules que já foram muitas vezes apenas jogados fora estão sendo usados ​​como um novo recurso valioso para diversas finalidades.

A empresa eco-têxtil Offset Warehouse reconhece os potenciais da fibra da bananeira, e atualmente tem uma parceria com uma ONG nas Filipinas para garantir a produção de tecidos de banana para apoiar o setor artesanal, baseando-se nas competências locais, onde os trabalhadores são pagos de forma justa e trabalham em condições seguras. O tecido é quase neutro em carbono e sua textura macia tem sido comparada ao cânhamo e bambu, e o material é perfeito para jaquetas, saias e calças.

Nas Filipinas as fibras do abacá se transformam na “seda da banana” 
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O mundo todo consome anualmente milhões de toneladas de coco, mas as cascas e conchas são tipicamente jogadas fora. Mas o coco é algo terrível de se desperdiçar pois além da água e polpa interna, a sua camada externa fibrosa pode ter uma segunda vida. A fibra do coco pode ser transformado em muitas coisas, de itens comuns, como capachos e cerdas da escova, bem como itens não tão comuns como roupas. Em termos de vestuário, o Cocona é feito de cascas de coco que foram recicladas em carvão ativado e o tecido é feito com 55% poliéster e 45% de Cocona. Quando incorporados em fibras e tecidos, o resultado é uma peça de roupa que seca rápido (92% mais rápido do que o algodão), absorve odor, permanece frio no calor e oferece proteção UV, o que o torna ideal para roupas esportivas.

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Quando foi que o café se tornou uma bebida diária? Ninguém pode dizer o tempo exato, mas há uma coisa que podemos ter certeza é que as pessoas já tomam café por um longo tempo. É uma cultura que não poderia ser apagada da nossa vida. E agora, o café não é só para beber, você também para usar. A Singtex Industries de Taiwan descobriu uma coisa que ninguém jamais tenha percebido antes, isto é, combinar resíduos de borra de café com tecido.

Assim criaram o S.Café® que é usado em roupas de inverno ou esportivas pois fornece proteção UV, seca rapidamente e absorve odores. Inicialmente as borras de café foram colhidas de lojas mas com o crescimento da demanda, começaram a recolher os resíduos de fábricas de café, transformando lixo em tecidos úteis para as pessoas viverem melhor. Hoje em dia, o Brasil é responsável pela produção de 1/3 do café mundial, imagina quantas toneladas de borra de café que são descartados todos os anos? Não poderíamos em vez disso tornar esses resíduos em algo mais nobre como tecidos? Lembrando também que o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo ficando atrás somente da China e Índia.
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A urtiga não é usada apenas em sopas! Já desde a Segunda Guerra Mundial, os alemães usaram a fibra de urtiga como uma alternativa ao algodão para fabricar seus próprios uniformes, porque o mercado têxtil foi dominado pela Inglaterra. Felizmente a urtiga fez sua reestreia no mundo da moda graças a vários projetos europeus, incluindo o italiano Grado Zero que é uma camisa 100% feita de fibra de urtiga. As vantagens desta fibra são notáveis: ela não precisa de fertilizantes e seu cultivo requer pouca água, classificando-a entre as fibras naturais mais sustentáveis.
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Até agora, falei de fibras naturais obtidas a partir de materiais encontrados na natureza e utilizados através de processos mecânicos, mas muitos dos novos tecidos são feitos de fibras têxteis artificiais.

Entre as fibras celulósicas à base de vegetais está a Orange Fiber (fibra de laranja), a primeira fibra derivada a partir da polpa de citrinos, que é o resíduo úmido que permanece após a produção industrial de suco de laranja. A Orange Fiber é um tecido cosmético com óleos essenciais de frutas cítricas em suas fibras, que hidratam e nutrem a pele, como se você colocasse um creme de manhã. O tecido também é biodegradável. A celulose é extraída dos resíduos da laranja.
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Nanotecnologia permite, em seguida, fixar os óleos essenciais cítricos no tecido. Um processo de quebra automática das microcápsulas têxteis lançam gradualmente vitaminas na pele do usuário. Portanto, o vestido não é apenas moda, mas também proporciona bem-estar para quem o usa. Os óleos essenciais da Orange Fiber duram até vinte lavagens, mas as duas criadoras estão estudando uma maneira de encher o tecido, com outros emolientes.

Outra novidade fantástica é o poliéster feito com fios 100% de melaço de cana de açúcar. A empresa japonesa Toray desenvolveu um fio de poliéster derivado completamente de materiais de base biológica. Tipicamente, o poliéster é feito do petróleo, ele não é biodegradável e é produzido a partir de produtos petroquímicos que gastam muita energia, é poluente pois utiliza grandes quantidades de água e substâncias químicas nocivas na sua fabricação. O melaço é proveniente de fábricas de produção de açúcar na Índia e no Brasil, onde é um bi-produto natural e abundante.

Ao usar o melaço em vez de combustíveis fósseis, a Toray está cortando os resíduos gerados pelo poliéster de petróleo e usando um material sustentável e biodegradável. A tecnologia para criar este poliéster à base de plantas está ainda em desenvolvimento, mas a empresa japonesa espera em breve poder comercializá-lo em larga escala. A criação de novas linhas de tecidos feitos de plantas poderia ajudar a reduzir o impacto ambiental, eliminando o uso de combustíveis fósseis e substituí-los com materiais mais sustentáveis. O Brasil está em primeiro lugar e produz mais de 30% de toda cana de açúcar no mundo por que não seguir os passos dessa multinacional japonesa e fabricar no país tecidos de poliéster feitos de melaço de cana?
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Existem, em seguida, as fibras artificiais, que são obtidas com o tratamento químico de um material de origem animal. Uma alternativa interessante para a lã e seda, cuja produção e eliminação envolvem danos ambientais significativos, é a fibra de leite . A fibra de leite é derivado da caseína, a principal proteína do leite, com o qual pode-se obter uma fibra artificial muito semelhante à lã. A caseína necessária para a sua realização é extraída somente a partir de leite azedo, tornando-se também um projeto muito inteligente de reciclagem.

O QMilk fez grandes progressos no sentido da sustentabilidade: a fabricação requer apenas 2 litros de água para cada quilo de produto, nenhum agente químico e produção de resíduos zero. Interessante isso pois além de um tecido feito de borra de café agora temos também um feito de leite. Imagine um tecido café com leite?

O tecido Crabyon ao contrário, é uma fibra natural reciclável e biodegradável feita da mistura de viscose com o quitosano, um derivado da quitina. A quitina é um composto natural encontrado em conchas de caranguejos e mariscos para protegê-los de seu ambiente. Como a celulose a partir de fibras vegetais, a quitina é fácil de processar em tecidos, porque tem uma textura macia e tinge facilmente.O Crabyon tem propriedades antibacterianas e de controlo de odores. É proveniente de resíduos da fabricação de carne de caranguejo e é totalmente biodegradável.

A empresa com sede na Suíça, Swicofil afirma que a quitina utilizado no tecido foi cientificamente processada, e o tecido resultante é seguro e hipoalergênico para pessoas com pele sensível. Esta é uma boa notícia para as pessoas com alergias a marisco. O quitosano representa cerca de 5 a 20% da misturas do tecido. Os derivados da quitina também são usados ​​em coisas como lente de contato, pontos cirúrgicos e pele artificial.
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Alguns especialistas da indústria e designers de moda estão começando a experimentar com tecidos alternativos que usam bactérias em sua produção. É nesse sentido que se encaixa a BioCouture da designer de moda Suzanne Lee. Sua receita? Uma mistura de bactérias simbióticas, leveduras e outros micro-organismos que produzem folhas finas de celulose num processo de fermentação.  Quando as folhas estão secas, podem ser cortadas e costuradas como um tecido normal ou modeladas quando ainda estão úmidas. Obviamente que a pesquisa de Suzanne está ainda em fase inicial pois o processo será sintetizado em laboratório para que os bio-tecidos possam ser melhorados e depois comercializados.

“A necessidade é a mãe da invenção” como disse o filósofo grego Platão, por isso existe a necessidade urgente de achar novas soluções eco-sustentáveis para a indústria têxtil pois ela é responsável por 25% dos produtos químicos produzidos em todo o mundo que são despejados no ar, água e terra. Um dos países mais drasticamente afetados pela poluição causada pela indústria têxtil é a China que produz cerca de  ¼ das roupas do mundo.
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Um dos maiores desafios ambientais da China é a poluição da água. A Organização Mundial de Saúde estima que a água poluída é responsável por 75% das doenças na China, e o país usa três vezes mais energia do que a média global, quatro vezes mais do que os EUA e oito vezes mais do que o Japão. A poluição é endêmica pois quatrocentos mil chineses morrem prematuramente a cada ano devido à poluição do ar e devido ao resultado de três décadas de crescimento econômico, 70% das águas da China estão poluídos. Além disso, toda a China sofre cronicamente com falta de água e a produção têxtil usa grandes quantidades de água e energia.

Esse é o “preço do progresso” que  os chineses estão pagando com altíssimos custos para o meio ambiente. Parte dessa poluição química vem impregnada nos produtos “Made In China” como já foi denunciado pelo Greenpeace no caso das roupas infantis. Tudo isso graças ao fast fashion, e já passou da hora de mudar todo esse sistema de consumo descontrolado para um mais baseado na “procura e oferta” e não na “oferta e procura”.

Novas investigações do Greenpeace revelaram que os compradores de todo o mundo estão comprando roupa contaminada e involuntariamente espalhando a poluição na água quando eles lavam suas roupas novas. Dos 78 artigos analisados ​​pelo Greenpeace Dirty Laundry 2 report, 52 testaram positivo para a presença de etoxilatos de nonilfenol (NPE) acima do limite de detecção de 1 miligrama NPE por quilograma de material (mg / kg). Roupa de todos, mas um dos quinze marcas testadas (GAP, duas amostras) continham NPE acima do limite de detecção. As amostras das roupas foram adquiridas de lojas em dezoito países.

Estes resultados demonstram que tanto o uso destes produtos químicos na produção e nas consequentes descargas tóxicos nos cursos de água e rios vão muito além do país de fabricação. O problema e a solução não são apenas preocupações locais, mas sim um problema verdadeiramente global.
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