quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Roupas recicladas e sustentáveis

Roupas feitas de retalhos e garrafas PET são opções mais verdes na hora de se vestir

Nos dias de hoje está se tornando uma tendência que marcas de roupas optem por matérias-primas recicladas na hora de confeccionarem suas peças.
Saias feitas com retalhos de tecidos, por exemplo, se transformam em roupas únicas e diferentes, além de reaproveitarem o que sobrou de outras peças. Outra opção de moda reciclável são camisetas e moletons feitos de garrafas PET recicladas.

Mesmo com a indústria da moda sustentável crescendo, ainda é difícil encontrar esse tipo de peça em lojas comuns. A exceção se dá com camisas de times de futebol. Recentemente, os modelos da Seleção Brasileira e do Corinthians, sem contar os de alguns clubes europeus, adquiriram tal tecnologia. Mas, de maneira geral, apenas, algumas butiques de estilistas e redes de loja colocam roupas recicladas ou feitas com materiais reciclados à venda.

Propaganda enganosa e opções

Fique atento a propagandas exageradas de grandes empresas que confeccionam roupas sustentáveis. Verifique se toda a cadeia de produção é ecologicamente correta. Outra possibilidade é dar uma olhada na etiqueta antes de efetuar a compra.

Marcas, como a inglesa FromSomewhere e a norte-americana Patagonia são algumas que fabricam ou revendem roupas recicladas. Procurar na internet também é uma boa alternativa para encontrar esse tipo de peça.

Fonte: Ecycle.com.br

Designer faz peça incríveis a partir de roupas usadas de brechós

Já pensou em transformar aquela roupa velha em uma completamente nova?
Muitas vezes não sabemos o que fazer com aquela roupa velha e sem graça que está no fundo do armário. Já pensou em reutilizá-las para criar novas?

A escritora e designer americana Jillian Owens decidiu promover uma moda diferente. Ela foi atrás de brechós e lojas de segunda mão em busca de roupas velhas e baratas que ninguém jamais pensaria em comprar. Depois de adquiri-las gastando muito pouco, ela usou muita criatividade para transformá-las em elegantes peças da moda.

É fácil, rápido e barato. Basta pegar linha, agulha, tesoura e máquina de costura para deixar a criatividade aflorar. Abaixo, algumas fotos encontradas no site da designer:
Reciclar peças antigas e que ninguém utiliza mais também é uma maneira de economizar, além de possuir uma roupa exclusiva. Pode apostar que ninguém terá um modelo igual ao seu!

Veja o vídeo a seguir para outras maneiras de reutilizar suas roupas velhas:

Fonte: Ecycle.com.br

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sapato ecológico é confeccionado com borracha de seringueiros do AC

Marca francesa produz 120 mil pares de sapatos sustentáveis por ano. Cooperativa de seringueiros do AC vende borracha a R$ 8,50 o quilo. 

Sapatos da marca Vert é feito com borracha de seringueiros (Foto: Veriana Ribeiro/G1)
Eliza se apaixonou por sapato ecológico feito com borracha do AC (Foto: Eliza Nayonara / Arquivo Pessoal)

Sapatos da marca Vert é feito com borracha de seringueiros (Foto: Veriana Ribeiro/G1)
Eliza se apaixonou por sapato ecológico feito com borracha do AC (Foto: Eliza Nayonara / Arquivo Pessoal)
Foi durante a 66ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que a estudantes de engenharia floresta Eliza Nayonara, de 21 anos, conheceu os sapatos da empresa Vert, uma marca francesa de tênis sustentável que utiliza desde 2007 a borracha nativa de seringueiros do Acre na fabricação.O preço do calçado varia entre R$ 129 a R$ 550, dependendo do modelo.
"Estava tendo um sorteio do tênis da SBPC e eu não ganhei, mas me apaixonei pelo sapato e decidi comprar pela internet. Em uma semana recebi o produto. Eles mandam até uma cartinha escrita à mão, agradecendo, é um diferencial", conta Eliza.
Foi justamente a proposta ecológica do sapato que encantou a estudante. "Achei legal por causa da ideia da sustentabilidade e da valorização da borracha do seringal. Eles pagam um preço justo para essas comunidades", diz.

A marca foi criada após os empresários franceses François-Ghislain Morillion e Sébastien Kopp deixarem seus empregos e partirem em uma viagem ao mundo, em 2003, estudando projetos de sustentabilidade. François conta que na viagem ficou decepcionado com os projetos de grandes empresas e motivados a montar um negócio voltado para a sustentabilidade.
"Somos apaixonados por tênis desde a adolescência, e achamos um produto simbólico para trabalhar de forma sustentável. O objetivo da marca é ter um impacto positivo, tanto na economia, na sociedade, e no meio ambiente. É o famoso tripé da sustentabilidade", diz.
Desde o inicio a empresa trabalha com a borracha nativa, mas foi apenas em 2007 que eles conheceram o trabalho que os seringueiros acreanos produziam através da técnica do FDL (Folha Defumada Liquida). "É um projeto que envolve vários parceiros, a Vert é a ponta comercial, que permite ao ecossistema do FDL de funcionar", explica.

Empresa manda, junto com sapatos, uma carta personalizada  (Foto: Eliza Nayonara / Arquivo Pessoal)
Empresa manda, junto com sapatos, uma carta personalizada (Foto: Eliza Nayonara / Arquivo Pessoal)

Ao todo, são três associações de seringueiros que têm contrato com a empresa, sendo uma em Assis Brasil (Amopreab, com seringueiros da Reserva Chico Mendes) e duas de Feijó (Comunidades do Parque da Cigana e do Curralinho). O empresário explica que, diferente do mercado convencional, onde o preço de venda esta sujeito a uma especulação dos intermediários, o contrato com as associações estabelece para cada ano o preço e a quantidade que as duas partes envolvidas se comprometem a comprar e fornecer.
"O seringueiro está produzindo já sabendo a quanto vai vender a sua borracha. Os preços são negociados com as associações, em reuniões em que participam todos os produtores. Na última reunião, foi decidido coletivamente um aumento do preço da borracha. Passou de R$ 7,00 para R$ 8,50 por kg de borracha. O preço deve ser atraente para o seringueiro, para ser uma alternativa viável ao desmatamento", diz.
Além de ser considerada como uma matéria prima 'fantástica', a borracha nativa é vista pelo empresário como uma forma essencial à produção devido a visão ecológica da marca. "Não acreditamos numa visão romântica da ecologia, mas sim numa visão pragmática, aonde a iniciativa privada pode ser uma parte da solução, valorizando economicamente os produtos que têm um maior valor agregado ambiental. Claro que isso só é possível em parceria com terceiro setor e setor público. Nosso objetivo além de calçar bem os cidadãos do mundo, é de mostrar que é possível mudar o mundo com uma empresa", acredita Morillion.
A Vert conta, atualmente, com uma produção anual de 120.000 pares e presença em 36 países. A equipe é multicultural e está espalhada entre Paris, Berlin, Milão, Rio Branco, Fortaleza, Novo Hamburgo, Rio de Janeiro e São Paulo. Lojas em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e Recife, entre outras, comercializam a marca no Brasil.
Além de usar a borracha nativa para a produção dos sapatos, também são utilizados algodão orgânico cultivado, sem insumo químico nem agrotóxicos, por associações de agricultores familiares do Semiárido Brasileiro e couro curtido com extrato vegetal.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Mormaii lança roupas eco sustentáveis

Camiseta masculina  d coleção Eco Vibe - Foto: Marmaii. Divulgação
O modelo Guilherme Roth com camiseta masculina da coleção Eco Vibe – Foto: Mormaii
Fotos: Michele Cruz

A Mormaii criou mais novidade que será lançada ainda neste mês: a linha sustentável Eco Vibe. São produtos masculinos e femininos fabricados com mix de fios desfibrados e fibras de garrafas PETS.

As estampas das peças masculinas foram desenvolvidas pelo artista Duka, designer da marca há 14 anos. Suas obras são feitas com palitos e caixas de fósforo reutilizados para criar formas e objetos.  A sustentabilidade entra na reutilização de resíduos de algodão colorido, evitando que substâncias poluentes sejam descartadas no meio ambiente. Além disso, a cada rolo de malha produzido são eliminadas 165 garrafas pet da natureza.

Camisetas femininas também entraram na coleção
Camisetas femininas também entraram na coleção, como esta na pele de Jessica Alana

Vestidos lindos feitos de garrafa PET e algodão com tingimento natural - é a Eco Vibe da Mormaii
Vestidos lindos feitos de garrafa PET e algodão com tingimento natural – é a Eco Vibe da Mormaii

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Lixo têxtil usado para cultivar árvores da Mata Atlântica

Elas Ecomodas está implantando um viveiro para cultivar cerca de 3 mil mudas da palmeira Palmito-juçara em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

Com tradição em projetos sustentáveis, a confecção de moda para bebê Elas Ecomodas, de Nova Friburgo (RJ), está implantando um viveiro para cultivar cerca de 3 mil mudas da palmeira palmito-juçara. A iniciativa faz parte do Projeto Ambiental Elas Preservando que consiste no reaproveitamento de lixo têxtil para cultivar mudas de árvores originárias da Mata Atlântica. São reaproveitados cones de linhas vazios gerados pelas confecções de Nova Friburgo, usados como recipientes para armazenar a terra.

Para montagem do viveiro, a Elas Ecomodas firmou parcerias com seis empresas da região: a Pedrinco; a HN Comunicação Visual; a Serraria ACN; a Horto Terra Viva; a Fritubos; e a JP Distribuidora Rocha. O local onde o berçário de árvores está sendo montado é o Parque Municipal Juarez Frotté com o apoio da Secretaria de Turismo de Nova Friburgo. Ainda faltam alguns acessórios para concluir a instalação como uma tela de sombreamento que será usada para revestir toda a estrutura do viveiro.


Os frutos do palmito-juçara, cuja espécie está ameaçada de extinção, servem de alimento para mais de 60 animais e aves que vivem no bioma da Mata Atlântica, além da gastronomia. Depois de desenvolvida no berçário da Elas, a polpa extraída dos frutos será doada através do programa Plante árvores e salve a Mata Atlântica, para serem plantadas na região serrana do Rio de Janeiro. O projeto, que contará com um sistema de irrigação, busca um terreno maior onde serão cultivados mudas em grande escala e construída uma sede cujas paredes serão feitas em 90% de lixo têxtil em parceria com a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Nova Friburgo.

O viveiro de mudas também envolverá estudantes. Escolas da região receberão um comunicado via correios, e as primeiras a manifestarem interesse serão convidadas a participar fazendo o acompanhamento periódico das mudas, cuidados com as árvores e pesquisas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Paraty Eco Fashion: Ronaldo Fraga, um artista muito além da moda

A cada nova coleção que Ronaldo Fraga coloca nas passarelas e vitrines, confirma-se a suspeita de que a palavra “estilista” seja muito pequena para definir a atuação profissional deste designer, pesquisador, ilustrador e mais. Há sempre muito mais em suas coleções do que cartela de cores-modelagem-silhueta-tendências da estação. 


A roupa criada por Ronaldo traduz o Brasil, traz emoção, conteúdo e, nem por isso, perde graça e leveza. Irreverência, criatividade e estética afinam o conjunto. Quando escolhe um tema – como, por exemplo, a obra de Cândido Portinari, no lançamento para o verão 2015 na última edição do São Paulo Fashion Week –  ele vai fundo, o incorpora, amplia inventa: não é mera referência ou sutil inspiração.

Ronaldo Fraga fará palestra no evento Paraty Eco Festival (16 a 19 de outubro), onde pretende falar de dois de seus projetos: Design na Pele, que deu origem a sua coleção Carne seca (para o inverno 2014) e outro que envolveu seis meses de trabalho junto a artesãs no Sudeste do Estado do Pará e deu origem à coleção Um Turista Aprendiz na terra do Grão-Pará, para o inverno 2013. Em comum entre os dois, a parceria com artesãos brasileiros e a valorização de suas técnicas e práticas tradicionais. Design na Pele envolve o trabalho artesanal em couro e reunirá artesãos do sertão nordestino (Pernambuco e Ceará) a um curtumedo Rio Grande do Sul que, segundo ele, “é mais um vetor cultural, ainda trabalha de forma bastante artesanal”.

Em sua última coleção (O Caderno Secreto de Cândido Portinari), Ronaldo utilizou um novo tecido produzido com fio que se decompõe mais rapidamente ao ser descartado em aterros sanitários (mas não se decompõe quando ainda está em uso, não!). Ao ser questionado sobre de que outras maneiras seu trabalho preserva o meio-ambiente, responde: “Eu poderia falar que uso material orgânico, que trago o artesanato, mas prefiro mencionar uma questão muito maior, que é a humanização do processo, promover uma apropriação cultural da memória com seu entorno. É uma sustentabilidade estética: evitar o rompimento que é esta memória cultural indo embora por causa da industrialização. Outra coisa que faz meus olhos brilharem para uma nova coleção é ver como o designer funciona como ponte entre o Brasil feito à mão e a indústria. Trouxe isso em várias coleções, por exemplo, as joias em Tucumã, no Turista Aprendiz, e agora com a cultura do couro, no sertão do semiárido.”

Este tipo de atuação pode ser ampliado? “Sim, e é muito importante que o Brasil tenha outros Renatos (Imbroisi, designer e artesão, diretor artístico do evento), outros Ronaldos, porque tem muito lote pra capinar, muita laje pra gente bater. Mas sou otimista: há 15 anos, não entendiam minhas coleções, achavam que eu fazia ‘traje típico’, mas hoje vejo muitos novos estilistas entrando no mercado com essa visão. Isso não é exclusivo do Brasil, é um momento do mundo em tempos desmemoriados.”

E o que Ronaldo Fraga espera de sua participação no Paraty Eco Festival? “Um diálogo de diferentes frentes com foco na mesma questão, especialmente neste momento em que a palavra ‘sustentabilidade’ está desgastada, por ter entrado na moda e ser usada a torto e a direito – qualquer pessoa que faça 3 camisetas de fibra de bambu já diz que tem trabalho sustentável; neste momento, acho importante levar a sustentabilidade para além da questão ambiental.”

Fonte: Camila Maria - Relacionamento Institucional - Instituto Colibri
contato@colibri.org.br  - http://paratyecofashion.com.br

Paraty Eco Fashion: Ricardo Lima e o Projeto EcoMuseu Recicla, da Ilha Grande

O antropólogo Ricardo Lima, pesquisador da cultura popular e do folclore, trabalhou durante muito tempo no Museu do Folclore do Rio de Janeiro e, desde 2009, dirige o Ecomuseu Ilha Grande, vinculado ao departamento cultural da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), do qual também é diretor. É idealizador e responsável pelo projeto Ecomuseu Recicla, “do qual tenho muito orgulho e me traz muita alegria”, diz. O objetivo desta ação cultural, ecológica e social é atender à população da Vila Dois Rios, na Ilha Grande, onde se localizava o extinto presídio e hoje é sede do museu. Em pesquisa e entrevistas, constatou-se que a principal queixa dos moradores era “ficar parado, não ter o que fazer”, e, claro, dificuldades financeiras. Ricardo criou o projeto Ecomuseu Recicla, em que foram oferecidas capacitações em artesanato em diferentes técnicas. As escolhidas pelos participantes foram escultura em madeira de descarte e as flores de garrafa pet, tornando a reciclagem meio de criação, produção e geração de renda.


“O projeto começou a partir da observação do lixo que o mar jogava pra fora de manhã e de tarde”, conta Ricardo. “O lixo, aliás, é um dos grandes problemas da Ilha Grande, pois todo ele tem de sair de lá, mas isso só o desloca da ilha para o continente, não soluciona. Hoje, desafio você a encontrar uma garrafa pet jogada na Vila Dois Rios”, relata. E conta que as artesãs fazem belíssimas flores de pet, em versões de ímã de geladeira, cortinas, bijoux, ou simplesmente flores com caules, que ficam muito bem em vasos e arranjos. Um dos artesãos que trabalha com madeira recolhida no mar e madeira morta faz miniaturas dos barcos de verdade e figuras sugeridas pela própria madeira; o outro também produz barquinhos, mas com uma vagem chamada dente-de-macaca, que são bem típicos da região.Há, ainda, bonequinhos de pano vestidos de presidiários, produzidos por uma artesã do Rio de Janeiro, lembrancinhas para os turistas que visitam o museu onde antes havia um presídio.

Para concluir, Ricardo Lima comemora: “Atendemos 40% da população de Vila Dois Rios, que tem 90 pessoas, portanto, são quatro artesãos no projeto: dois homens e duas mulheres”, conclui divertido, sem qualquer sombra de dúvida sobre o sucesso da empreitada e a importância do trabalho de formiguinha que cabe a cada um de nós para melhorar a vida ao redor.

Ricardo Lima participará como palestrante do Ciclo de Palestras do Paraty Eco Festival (16 a 19 de outubro de 2014). Pedimos que falasse aqui brevemente sobre a diferença entre artesanato e arte popular. Mesmo considerando o assunto complexo demais para uma “breve fala”, disse: “Para mim, são coisas radicalmente distintas. O termo ‘artesanato’ se refere ao processo de feitura de um objeto – feito à mão no caso, em oposição a ‘objeto industrial’, enquanto ‘arte’ se refere ao campo de significado do objeto. As duas coisas são distintas e não precisam estar em oposição. Não hierarquizo artesanato e arte popular.”

Fonte: Camila Maria - Relacionamento Institucional - Instituto Colibri
contato@colibri.org.br - http://paratyecofashion.com.br

Paraty Eco Fashion - Mayumi Ito: Conexão Brasil - Japão

 

Mayumi Ito é uma criadora múltipla: arquiteta, ilustradora, designer com foco em criação têxtil e moda, envolveu-se com o artesanato, o respeito ao meio-ambiente e o aproveitamento de materiais e recursos. Sua trajetória pessoal e percurso profissional também passam por múltiplos lugares e situações: nasceu no Espírito Santo, mudou-se para São Paulo na infância (onde e se formou arquiteta nesta cidade), viveu quinze anos no Japão, país ao qual chegou com uma bolsa-trabalho que ganhou em um projeto da Câmara de Comércio do Japão; lá, trabalhou como arquiteta e em áreas ligadas ao design de moda, ao design gráfico, travando conhecimento com criadores que valorizam o artesanato, a habilidade de produzir objetos manualmente com maestria, e também com exímios artesãos. No Japão, hoje, não se faz muito artesanato, mas há enorme respeito por esta habilidade e conhecimento tradicionais. As pessoas que o detêm – como aqueles que dominam a fiação e a tecelagem com fibra de banana ou a confecção de tipos específicos de papel artesanal – recebem o título de “patrimônio vivo” e são tratadas com deferência.

De volta ao Brasil no início dos anos 2000, Mayumi escolheu viver na pequena cidade de Muzambinho, no Sudoeste de Minas Gerais (447 km da capital Belo Horizonte), ao perceber que ali poderia realizar seu projeto de trabalhar em parceria com artesãs. Um grupo de sete costureiras e cerca de quinze bordadeiras cria e desenvolve junto à designer peças de roupas exclusivas, produzidas com delicadeza e maestria, em que se utilizam técnicas como tingimento vegetal (ensinado pela mestra Hisako Kawakami), a renda frivolitê, que é tradicional na região, ou o patchwork: este, foi ensinado pela mãe de Mayumi e o objetivo é o aproveitamento total dos retalhos e resíduos de tecidos resultantes da confecção.

Mayumi Ito será uma das palestrantes do Ciclo de Palestra do Paraty Eco Festival (16 a 19  de outubro). Diz que aceitou o convite para participar “porque há uma convergência de objetivos e conceito deste evento com o que venho fazendo em Muzambinho: a valorização da riqueza do trabalho artesanal, da tradição local, desenvolvimento de novos produtos a partir de conhecimento e técnica existentes visando permanência de artesãos na sua região. Espero divulgar nosso trabalho de quase onze anos em Muzambinho e poder trocar experiências com projetos que estarão acontecendo no Paraty Eco Festival”.

Fonte: Camila Maria - Relacionamento Institucional - Instituto Colibri