segunda-feira, 27 de maio de 2013

Por que reciclar os restos de tecidos?



Em busca de melhorar os processos de produção e torná-los mais sustentáveis, as empresas estão investindo em métodos e tecnologias que prezem pela economia, reaproveitamento e reciclagem das matérias-primas. O universo da moda também está aderindo a essa tendência e busca meios de melhorar os procedimentos de confecção.

Um dos problemas para essas empresas são os resíduos têxteis, como os retalhos de tecidos, que, muitas vezes, vão parar na lata do lixo. Com a reciclagem dos restos de tecidos é possível reaproveitar toneladas de matéria-prima, resultando em economia e empregos. Esses retalhos deixam de agredir o meio ambiente e sujar as cidades.

Os restos de tecidos reaproveitados podem ter diversos destinos, como irem para a produção de barbantes, mantas, novas peças de roupas e fio, e até por indústrias de outros setores. Porém, o grande desafio está em selecionar e organizar a coleta destes restos de matéria-prima, pois as confecções no Brasil estão pulverizadas por todo o território nacional e geralmente são pequenas e microempresas.

Em São Paulo, nas regiões do Bom Retiro e do Brás – redutos tradicionais de confecções -, as empresas do setor têxtil são responsáveis por despejar mais de 10 toneladas de restos de tecidos diariamente nos aterros da Região Metropolitana.

Como forma de tentar solucionar o problema, representantes da Cadeia Produtiva Têxtil e do Vestuário de São Paulo, Sinditêxtil, CDL do Bom Retiro e ABIT lançaram no ano passado o projeto “Retalho Fashion”. A iniciativa tem o apoio da Prefeitura de São Paulo e do Governo do Estado.

O projeto tem o objetivo de estimular e conscientizar para o aproveitamento dos resíduos produzidos pelas confecções do bairro Bom Retiro, repassando o material coletado às empresas de reciclagem. O projeto ainda atua no sentido de treinar e capacitar profissionais a separar e a reaproveitar o material.

Outro ponto que deve ser considerado é que o Brasil importa uma quantidade grande retalhos de tecidos. Só em 2011, o país trouxe da Europa 13 mil toneladas desses resíduos, que se comparados com a produção de 175 mil toneladas daquela ano, mais da metade do que é produzido no Brasil não é reaproveitada. Apenas 36 mil toneladas de tecidos foram reciclados em 2011 no país. Será mesmo que é necessário importar?

Hoje no Brasil, existem muitas empresas que atuam com a reciclagem dos resíduos de tecidos. Esse material passa por diversas etapas, como trituração, adição de poliéster, filação, entre outras. O artesanato também é uma forma de reaproveitar parte dessa matéria-prima. Por meio dessa atividade os tecidos viram bonecas, porta documentos, capas de caderno, ecobags, colchas, tapetes e muitas outras coisas.

Imagem: Restos de tecidos utilizados em peças de artesanato - Reciclanto.

Fonte: Audaces.com

quarta-feira, 15 de maio de 2013

11 dicas para exercitar a Criatividade

Você já passou por um bloqueio criativo? Simplesmente esperar que ele passe pode não ser a melhor ideia pois os grandes insights não costumam surgir de uma iluminação romântica e imprevisível. Por isso, desmitificamos a criatividade e juntamos 11 dicas para exercitá-la.



Moda sustentável – o despertar dos consumidores

Fonte da notícia: http://urbscapeblog.wordpress.com

A consultora TexSture divulgou o relatório The Better Consumer in Europe sobre as tendências e comportamentos da procura para o sector da moda. Destaque para a crescente preocupação dos consumidores com o impacto ambiental e social das suas compras de vestuário, calçado e acessórios.
O estudo conclui que uma larga maioria de consumidores faz compras responsáveis mesmo que isso signifique pagar um valor ligeiramente superior (até 20%) e aponta um fator critico para a concretização dessas escolhas: precisam de ter acesso a informação esclarecedora e credível. A certificação é apontada como o melhor meio, seguindo-se as reportagens nos média, rankings de entidades independentes, blogs e recomendação de familiares ou amigos. No contexto europeu, os Portugueses até nem são os mais cépticos – apenas 40% dos inquiridos demonstraram dúvidas relativamente às campanhas eco ou éticas das marcas, sendo a média europeia superior - 54%.
O relatório sublinha o crescimento contínuo das vendas de comércio justo neste sector, entre 2004 e 2011. É atualmente bastante relevante na Croácia, Roménia e Rússia, bem como em Portugal, Áustria e Suíça (pag. 7) e os consumidores preferem comprar estes produtos em lojas especializadas/ independentes em detrimento das grandes superfícies ou da internet.
O relatório revela ainda um dado curioso. Em 2011, o termo socially responsible products tinha 1,26 milhões de resultados no Google e em Fevereiro de 2013, atingiu 5,8 milhões de resultados.
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Do lado da oferta, as principais marcas de moda têm vindo a despertar para esta tendência, por um lado melhorando os seus padrões de sustentabilidade através de novos procedimentos, e por outro lançando coleções e campanhas publicitárias baseadas nestes valores. Por seu turno, as ONG’s internacionais  estão mais atentas. Lançaram recentemente a plataforma MeasureUp que avalia os comportamentos éticos de mais de 60 marcas. São 10 indicadores que retratam condições de trabalho, salários, códigos de conduta nas fábricas, transparência na comunicação ao público, etc. A classificação é simples: cumpre (verde), não cumpre (vermelho), a fazer progressos (laranja).
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Numa análise comparativa, a People Tree é a única empresa que cumpre todos os requisitos. Tem sido pioneira na moda sustentável, trabalha com comércio justo e artesãos de todo o mundo. Também pela positiva, destaca-se a Accessorize que cumpre 8 dos 10 indicadores em análise.
Um alerta à opinião pública é o indicador “Evidence of living wages” (salários). À excepção da People Tree, nenhuma outra pratica remunerações consideradas dignas por esta avaliação.
Comparando a Bershka, Mango, Massimo Dutti, Pull&Bear e Zara, verifica-se que estão bastante niveladas numa média de cumprimento de 7 dos 10 indicadores. No entanto, todas falham na questão dos salários, da divulgação das fábricas de produção e nos procedimentos tomados em casos de queixas de colaboradores. A Primark apresenta uma avaliação satisfatória, ao contrário da H&M que cumpre somente 6 indicadores, apesar da recente campanha Conscious Collection.
No segmento de luxo a situação é alarmante – insígnias como a Louis Vuitton, Mark Jacobs, Givenchy ou Fendi respeitam apenas 2 requisitos. Pior, só mesmo as britânicas Warehouse, Oasis, Coast, Aurora Fashion e Reiss que em Portugal não têm loja física.
Estes dados confirmam que o comportamento ético e ecológico é cada vez mais importante, mas que há um longo caminho a percorrer. Muitas marcas vão ter que ser mais responsáveis, sob pena de perderem quota de mercado. Assim dita a concorrência. Há cada vez mais empresas renovadas a lançar campanhas baseadas nestes bons comportamentos e há cada vez mais empreendedores a diferenciarem-se da oferta standard pela aposta em produtos ecológicos ou de comércio justo. Mas esse é um compromisso de toda a cadeia – lojas, designers, fabricantes e (por opção de compra) consumidores.