terça-feira, 19 de junho de 2012

Moda ética e ecológica – o despertar dos gigantes


Olá leitores do Blog ME, segue mais uma notícia muito interessante, dou todos os créditos ao blog Urbscape.
Segue nota:
A moda ética e ecológica tem tido um crescimento acentuado nos últimos 2/3 anos e começa a ditar regras num mercado extremamente competitivo. Tal como outras tendências verdes, é um fenómeno com origem em pequenos empreendedores que se tentam diferenciar da oferta standardizada e acabam por ditar tendências. Utilizam matérias-primas amigas do ambiente, zelam pelo bem-estar animal e defendem o comércio justo. É muito mais do que utilizar tecidos naturais ou orgânicos, significa um compromisso de toda a cadeia de um produto, desde lojas, designers, fabricantes e (por opção de compra) consumidores.
Neste segmento, a qualidade é um imperativo, pela preocupação com a longevidade das criações e porque não conseguem concorrer pelo preço. Apostam em design’s personalizados e incentivam à participação dos clientes no processo criativo e na escolha dos materiais. Recorrem a matérias primas locais e ao saber de artesãos. Nos casos que já atingiram dimensão internacional, exercem pressão na defesa de salários justos, de melhores condições de trabalho e privilegiam parcerias com fábricas ecológicas.
A criadora escocesa Henrietta Ludgate é um bom exemplo. Tem-se destacado na alta costura pela postura inovadora e ética e a suaconcept-store Work-shop é um sucesso no Whiteleys Shopping Center, mesmo rodeada de gigantes do retalho. As linhas minimalistas, elegantes e modernas da criadora reflectem sobretudo uma visão da moda como arquitectura e um estilo que se conecta aos contornos do corpo.
Outro bom exemplo é a Honest, do criador belga Bruno Pieters que, como o nome indica, tem uma estratégia comercial assente na transparência. Além de trabalhar exclusivamente com materiais orgânicos, revela ao público os custos dos seus produtos em toda a cadeia.
Por cá, a moda ecológica tem sido uma ferramenta de empreendedorismo, sobretudo feminino. Ainda recentemente o P3 do Publico divulgou a experiência de Marlene Oliveira, uma designer portuguesa que criou a sua linha de moda ecológica, especificamente eco-vegan. Esta freelancer apenas vende no site Tecidos Ecológicos e todos materiais são provenientes de fornecedores de comércio justo.
A Internet tem sido o principal canal de venda e detonador destas marcas, acompanhado de estratégias de marketing bem concebidas e direccionadas. Dispõem de centrais de compras conjuntas e outras ferramentas de networking em portais como o Source4Style, o Eco-Age ou o Ethical Fashion Forum.
É o poder das ideias a influenciar o mercado. A principal evidência está nas próprias insígnias do retalho tradicional que disponibilizam cada vez mais opções ecológicas. A Adidas tem uma parceria com Stella Mccartney, uma das estilistas mais empenhadas na protecção do ambiente. A Marks & Spencer já estabeleceu o seu programa eco/ ético para o futuro, o Plano A. Contém 180 compromissos para fomentar boas práticas em todos os intervenientes, desde o fabrico à comercialização. Lançou também a campanha Shwopping para aproveitamento de resíduos têxteis pós-consumo.
H&M está a publicitar a sua colecção consciente sob a premissa de ser a nº 1 em uso de algodão orgânico. A Replay que já havia surpreendido a concorrência com espectaculares jardins verticais, mostrou que está determinada em marcar posição na tendência eco e investiu em tecnologia que reduz 85% do consumo de água no fabrico das gangas.
E este é um bom exemplo para tirar conclusões. A moda ecológica, ética, slow, deve tirar proveito das novas tecnologias e das prácticas inovadoras. Não há outra saída na encruzilhada da economia verde. E as grandes marcas vão ter de continuar a melhorar a sua eco-eficiência, mesmo que isso signifique diminuir produção, consumo e, consequentemente, margens de lucro. Há uma nova geração de criadores capazes de influenciar tendências e sobretudo, há consumidores cada vez mais informados e críticos. E a curto prazo, muitos vão exigir a transparência total das marcas.
Para mais informações segue link do site original: Urbscapeblog.wordpress.com

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