terça-feira, 20 de março de 2012

Na Rio +20 o Brasil e a “moda verde” dão o tom

Na Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável a indústria têxtil brasileira mostra que está alinhada à "economia verde"


 
Rio +20: mais de 180 nações vão debater o desenvolvimento sustentável
No mundo, a quinta maior indústria têxtil, o segundo posto como produtor de denim e o quarto parque de confecção. Esse é o Brasil que tece dados proporcionais à sua continentalidade. O país que preserva a última cadeia têxtil completa do Ocidente - desde a produção de fibras ao produto final exibido nas passarelas - se empenha em seguir o processo nos moldes da "economia verde" e de uma moda no mesmo tom. A preocupação com o tema ganha espaço nas discussões da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável - a Rio +20 - que acontece entre os dias 20 e 22 de junho deste ano. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) está entre os 16 setores escolhidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para apresentar um panorama referente às práticas de sustentabilidade. 
 
Passadas duas décadas, a capital carioca recebe a Conferência da ONU de braços abertos
O clima é de contagem regressiva. No calendário restam 90 dias para o Brasil ocupar - pela segunda vez - o centro das atenções como sede do maior evento mundial voltado para o meio ambiente. Duas décadas separam a realização da Eco 92 que consolidou com a Carta da Terra o conceito de desenvolvimento econômico baseado na ética e respeito à natureza. Agora, em meio a uma crise econômica global, a conferência objetiva renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável. Para tanto, vai implementar uma avaliação do progresso e das lacunas referentes às decisões tomadas no último evento pelas principais cúpulas, além de tratar de novas proposições para os próximos 20 anos. Os temas "economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza" e "quadro institucional para o desenvolvimento sustentável" incidirão sobre as discussões. 

 
No setor têxtil, o Brasil é auto sustentável em algodão, sua principal cadeia

Práticas sustentáveis e inovações tecnológicas

Alinhada à filosofia da conferência, a ABIT elaborou um material que descreve entre outros pontos a cadeia produtiva têxtil, dados sobre a composição do setor, práticas empresariais sustentáveis, inovações tecnológicas e desafios para os rumos da política de sustentabilidade. "Estamos em um esforço conjunto que representa uma teia de questões sociais, ambientais e trabalhistas. Iniciativas que nos colocam dentro desse estágio de desenvolvimento", explica Fernando Pimentel, diretor-superintendente do órgão.

Valorizando o potencial do setor têxtil e de confecção que agrupa uma força produtiva de 30 mil empresas instaladas, ele destaca que é no trabalho integrado junto aos órgãos governamentais que a ABIT aposta para tornar o país uma referência em tecnologia e inovação assentada nas bases da sustentabilidade. "Em realidade, as práticas justas, limpas e leais foram incorporadas ao fator competitividade. Nós já integramos essa lógica que é inerente às disposições do mercado", assinala Pimentel.
Os desafios que a "economia verde" exige são vistos pelo diretor da ABIT como um percurso de ajustes e entendimentos no mercado internacional, onde os mecanismos devem ser pautados pela igualdade e respeito. "Para um mundo globalizado, métodos de produção também globalizados", declara de forma enfática.  Sobre a moda brasileira? Acredita em uma projeção brilhante guiada pelo traço da criatividade. "A nossa moda é nova, desperta emoção. Traduz a nossa energia", complementa.
Afora o papel de protagonista da Rio +20, o Brasil também deve impressionar por sua economia fortalecida, novas tecnologias e práticas sociais que reduzem diferenças. Para as mais de 180 nações que estarão representados por seus dirigentes, o país quer mostrar que tem muito mais que samba, futebol e carnaval. A ideia é formatar a nova imagem emoldurada no engajamento da economia verde que prima por equidade, além de preservar toda a paleta de cores de sua natureza exuberante.
 
O país ocupa o segundo posto na produção de denim e o terceiro em consumo mundial

 
Imbatível: o país é a última cadeia têxtil completa do Ocidente
 
Faturamento da cadeia têxtil e de confecção em 2011: R$ 60,5 bilhões
 
Exportação: a moda está conquistando mercados externos com criatividade e essência

Nenhum comentário: