segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pesquisa aborda opinião da sociedade sobre o novo Código Florestal

novo c�igo florestal estende explora��o de �eas de preserva��o permanente
Cerca de 95% dos entrevistados não aceitam manter plantações e a pecuária existentes hoje em APPs/Foto: Alexandre R. Costa

Uma pesquisa encomendada por seis Organizações Não-Governamentais (ONGs) ambientalistas ao Instituto Datafolha buscou medir o que a população brasileira sobre o projeto do novo Código Florestal brasileiro, aprovado no final de maio na Câmara dos Deputados e, atualmente, em tramitação no Senado.
Segundo o levantamento de âmbito nacional, que ouviu 1.286 pessoas entre os dias 3 e 7 de junho, 95% dos entrevistados não aceitam manter plantações e a pecuária existentes hoje em Áreas de Preservação Permanente (APPs), como encostas íngremes, topos de morro e margens de rios.
Para 77% dos entrevistados, o Senado deveria ouvir a comunidade científica antes de votar a questão. E 20% consideram que o Código deveria ser votado imediatamente para resolver o problema das multas - produtores que desmataram tiveram a cobrança das multas adiada até que o projeto seja votado.
De acordo com a pesquisa, 79% dos entrevistados apoiam um eventual veto da presidente Dilma Rousseff, caso o Senado aprove a mesma proposta aceita pela Câmara. Ela reiterou ser contra a anistia para quem desmatou - o projeto prevê o perdão para quem cortou a mata até julho de 2008.
Um total de 45% dizem que devem ser perdoados apenas aqueles que concordarem em repor a vegetação desmatada. E 48% avaliam que quem desmatou deve ser punido de qualquer forma para dar exemplo para as gerações futuras. Apenas 5% dos ouvidos consideram que todos devem ser perdoados, sem necessidade de repor a vegetação, pois o fizeram para produzir.
Na opinião da maioria das pessoas ouvidas pela pesquisa (85%), o País deve priorizar a proteção das florestas.
Encomendado pelas ONGs Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Imaflora, Imazon, Instituto Socioambiental, Fundação SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil, o trabalho foi considerado "insignificante" por Assuero Doca Veronez, da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). "Essa pesquisa significa pouco e tem baixa influência para a decisão do Senado", afirmou ao Estadão.com.
Segundo ele, a pesquisa deveria ter incluído nas perguntas se as pessoas estavam dispostas a pagar mais pelos alimentos no caso de o produtor ser obrigado a restaurar as áreas ocupadas.
Já Roberto Smeraldi, diretor da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, destacou que a pesquisa indica que os brasileiros estão atentos à questão. "Os resultados são expressivos e mostram uma grande contradição entre o país real e o país que legisla na Câmara dos Deputados."
A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais.

Nenhum comentário: