terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Slow Fashion: sustentabilidade na moda


Em meados de 1980, o italiano Carlo Petrini criou, para protestar contra a abertura de um restaurante de uma rede de fast food na Piazza di Spagnem Roma, o slow food. O objetivo do slow food é promover a maior apreciação e a qualidade da comida, reivindicando por um maior destaque para as tradições culinárias regionais, e pelas informações a respeito da procedência e do método de preparo de cada alimento.

Podemos dizer que o conceito de slow tem sua melhor definição em: desaceleração do consumo, isto é, consumir não só por consumir, mas sim valorizando o prazer e a qualidade, criando uma relação de afeto com o produto. Desde então, esse conceito vem sendo aplicado a diversas outras áreas, inclusive na moda onde se usa o termo slow fashion.

No geral, o nosso sistema de moda é totalmente descartável e insustentável. A cada estação, as tendências mudam, o guarda-roupa precisa passar por uma completa transformação e a massa popular se veste praticamente de maneira igual, pois isso é o que é imposto na mídia e no sistema de fast fashion. O slow fashion surge principalmente para ir contra essa sazonalidade frenética, dando mais valor ao processo criativo e de produção do produto.
Movimento slow fashion valoriza o trabalho artesanal/ Reprodução

“Compro de Quem Faz” é um dos sub-movimentos que surgiram a partir do conceito de slow fashion, que valoriza o artesanato, o do it yourself e tudo aquilo que é feito com carinho e com atenção especial ao produto e não tanto à venda e ao lucro.

Além de toda essa história ser uma macrotendência mundial, é um movimento muito favorável à moda, a quem faz (e ama) moda e a quem luta por um mundo melhor, mais sustentável, não tão focado no lucro e com uma ênfase maior nos sentimentos e percepções humanas.

Por Isadora Guercovich
Estudante de Produção de Moda do Senai/SC

Fonte: Audaces.com

Reciclagem de fibras: roupas velhas viram matéria-prima

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A preocupação com a exploração dos recursos e com a preservação do meio ambiente leva a uma busca por iniciativas que priorizem a reciclagem. Essa preocupação também está presente na indústria têxtil e de vestuário, que passa a olhar com outros olhos para as roupas já utilizadas pelo consumidor e que vão parar no lixo. Algumas empresas já fazem a reciclagem das fibras e acrescentam o material reaproveitado aos produtos novos.

Empresas como a H&M, G-Star e Kuyichi visualizaram essas questões e investem na reciclagem das fibras têxteis. Um sistema que tem como característica o fechamento do ciclo na cadeia de produção e comercialização da roupa e que reduz o impacto ambiental provocado pela indústria de vestuário, pois diminui a quantidade de rejeito levado para os aterros. Um exemplo de sucesso dessa reciclagem é da H&M, que está recolhendo roupas velhas em diferentes países.
A H&M lançou em 2011 uma coleção feita com algodão orgânico e poliéster reciclado/ Reprodução

A empresa criou um incentivo para que as pessoas contribuam com a iniciativa. A cada sacola de roupas velhas que o consumidor entrega na loja, ele recebe descontos na compra de novos produtos. As lojas aceitam peças de todas as marcas e o consumidor pode contribuir, no máximo, com duas sacolas por dia. O especialista de ciclo de vida da H&MErik Karlsson, aponta que até 95% do vestuário que são jogados nos lixões poderiam ter outras utilizações e que na Suécia, por exemplo, as pessoas põem fora cerca de 15 quilos de roupas por ano.

Já a G-Star começou a reciclagem das roupas usadas dentro de “casa”, ou seja, o jeans velho usado pelos funcionários e as peças defeituosas estão sendo reaproveitados. A reciclagem de fibras também é feita pela Kuyichi. A empresa tem a intenção de ampliar em até 40% o uso desse material nos seus jeans. E para garantir a qualidade e a resistência do material final, o material reaproveitado é fiado com algodão virgem orgânico e depois será usado como denim.

A reciclagem das fibras evita com que toneladas de produtos vão pára o “lixão” e ajudam a natureza, uma vez que camisetas, jeans e tecidos de algodão – fibra natural – podem levar até um ano para se decompor. Esse tempo aumenta quando se trata dos tecidos sintéticos que podem levar, no máximo, um século para se desintegrarem, mesmo período que metais e borrachas levam para se decompor.

A reciclagem das fibras pode se tornar uma prática ainda mais frequente, mas para isso é necessário que os consumidores entendam a importância destas iniciativas e tornem-se mais criteriosos com os métodos utilizados para se desfazerem das suas peças de vestuário.

Fonte: Audaces.com

Eco Fashion destaca-se por produção mais sustentável

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A crescente preocupação com o meio ambiente têm gerado reflexões sobre a produção e o ciclo de vida de muitos produtos a fim de avaliar se são sustentáveis. Uma forma de conseguir atingir uma produção mais consciente e menos agressiva ao meio ambiente é produzir dentro do conceito eco fashion.

De acordo com o que é apontado na dissertação Eco fashion - sustentabilidade no Setor Têxtil, o vestuário eco fashion é criado com preocupações sustentáveis, ou seja, é concebido “para um longo período de uso; é produzido num sistema de produção ético; possivelmente até local; causa pouco ou nenhum impacto ambiental e faz uso dos rótulos ecológicos ou dos materiais recicláveis” (Joergens, 2006, p. 360-371).

O conceito de eco fashion está intimamente ligado ao fato de criar acessórios e vestuário que visem a redução dos impactos no meio ambiente. Para conquistar este objetivo é essencial que moda, tecnologia e sustentabilidade caminhem juntas de forma que a produção de peças tenham o suporte necessário para a confecção e com a menor agressão possível à natureza.

Uma forma de atingir essa produção que agrida o mínimo possível o meio ambiente é o uso de tingimento natural, algodão orgânico, couro ecológico, plástico biodegradável e outros materiais naturais e reciclados. Essa matéria-prima pode ser transformada em roupas, sapatos, bolsas e até joias e atingir os consumidores que buscam produtos mais sustentáveis.

Além da substituição da matéria-prima utilizada, mudanças no processo produtivo que visem o melhor aproveitamento e a economia dos materiais, bem como alterações que gerem menos resíduos nas confecções contribuem para a construção de uma peça mais sustentável. A incorporação deste conceito e trabalho nas confecções reduz o impacto ambiental e gera valor à marca, abrindo para que ela se posicione no mercado de uma outra forma.

A indústria do vestuário começa a abrir os olhos e a investir em opções que agridem menos o meio ambiente. Uma mostra disso é o desfile das marcas OsklenRonaldo Fraga e Alexandre Herchcovitch que apresentaram no 29º São Paulo Fashion Week peças produzidas de forma mais sustentável.

Fonte: Audaces.com

Moda e Meio Ambiente: Como produzir sem agredir a natureza?


Durante toda a evolução da humanidade, inúmeras preocupações foram levantadas e muitas solucionadas, porém, o acelerado ritmo do crescimento tecnológico fez com que preocupações básicas de cuidado e preservação do meio ambiente fossem postas de lado em prol de um mundo mais integrado, globalizado e interativo.

Esse advento da tecnologia e a alta velocidade do fluxo de informações leva, cada dia mais, ao aparecimento de novas formas de construir o mundo, formas de produzir, de outra maneira, elementos que só a natureza nos proporciona.

Contudo, o aparecimento dos processos químicos e sintéticos, revolucionou parte dessa evolução. A maneira com que tudo é desprezado ao final da sua vida útil ou mesmo após o seu processo de produção, nomeadamente na indústria têxtil, é uma grande preocupação atual, ou seja, como privar a natureza de seus efeitos colaterais.

Devemos, como profissionais de moda, nos preocuparmos cada vez mais com esse propósito de preservação ambiental, de sustentabilidade e de retorno às raízes socioambientais. Mas como a moda e o meio ambiente podem conviver em harmônia? Usando fibras, fios e tecidos preocupados com o meio ambiente e que não o prejudique.
A lã é natural, biodegradável e renovável,deixando claro que é possível a relação entre moda e meio ambiente/ Reprodução

Na prática, essa relação entre moda e meio ambiente pode ser vista a partir da utilização de fibras naturais que não usem química na sua produção, desde o fio até a roupa pronta. Uma fibra que particularmente atende essas exigências é a lã, que durante todo seu processo não necessita de produtos químicos, é 100% natural, biodegradável e renovável
.
Assim, olhando de forma diferente os processos primitivos, faz surgir elementos novos!

Por Ana Luiza Olivete
Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial

Fonte: Audaces.com

Mercado de Orgânicos: Um nicho para a indústria do vestuário

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Uma produção que cada vez mais vêm se destacando no Brasil é a de orgânicos, que têm se firmado como uma alternativa para aquelas pessoas que se preocupam tanto com a saúde quanto com o meio ambiente. De olho nesta fatia do mercado, empresas e agricultores estão investindo em sistemas de produção mais sustentáveis e menos agressivos à natureza e vale destacar que esta preocupação deixou de ser apenas na alimentação e está chegando a outros setores, como o têxtil e de vestuário. A estimativa é que o mercado de orgânicos cresça 20% ao ano.

Cooperativa Central Justa Trama, situada em Porto Alegre (RS), adotou o material orgânico na sua produção de vestuário e o utiliza como matéria-prima na fabricação das roupas de algodão produzidas de forma agroecológica. A cooperativa envolve em todo o processo cerca de 700 pessoas que atuam da produção à confecção das peças e da tecelagem à fiação.

Para a diretora-presidente da Cooperativa, Nelsa Fabian Nespolo, este é um mercado que se firma por meio da consciência dos consumidores. A crescente procura por produtos que tenham em sua produção esse apelo e agridam o mínimo possível o meio ambiente é uma forma que os consumidores têm de dizer aos empresários que há o desejo de melhorar o meio ambiente e o planeta. Porém, como o mercado de orgânicos é algo que está em desenvolvimento, ainda há dificuldade na aquisição de matéria-prima, como o algodão, que no caso da Justa Trama vem do sertão do Ceará.

Regulamentação
Apesar do crescimento do mercado de orgânicos e dos incentivos de instituições e do governo, a legislação e a burocracia ainda são barreiras para o desenvolvimento da produção de orgânicos no Brasil. A falta de uma regulamentação unificada que incida sobre todos os tipos de produtos é um problema, uma vez existem diferentes normas que incidem sobra cada produto, ou seja, dependendo do tipo de produto, ele é regulado por órgãos diferentes, como os alimentos pelo Ministério da Agricultura e o de cosméticos pelaAgência Nacional Sanitária (Anvisa).

Apesar do cultivo e comércio de orgânicos terem sido aprovados no final de 2003, eles foram regulamentados apenas quatro anos depois. Já em 2011 foi criado o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos pelo Governo Federal, no qual constam produtores, cooperativas e associações que atuam nesta área registrados. 
A lista está disponível para download aqui.

Fonte: Audaces.com

domingo, 15 de dezembro de 2013

Para conseguir viajar a Paris, menina de oito anos cria loja virtual de bandanas

Empreendedora desistiu de guardar moedas no porquinho e já tem o próprio negócio

Para conseguir viajar a Paris, menina de oito anos cria loja virtual de bandanas Lidiane Mallmann/Especial
Maira trocou o porquinho para moedas pela máquina de costuraFoto: Lidiane Mallmann / Especial

Em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, Maira Faria Corrêa Vilella recebeu da mãe uma proposta inusitada para uma menina de oito anos: “se você quer, tem que juntar dinheiro”.

A resposta não diz respeito a um brinquedo ou a uma roupa, mas ao pedido da menina para viajar a Paris, na França. A provocação da mãe, Mariana Faria Corrêa, 34 anos, surtiu efeito. Depois de juntar moedas em um cofrinho por algum tempo, Maira percebeu que o método não seria eficiente. Foi aí que, sem nem saber o significado da palavra, teve a ideia de empreender. Começou a costurar bandanas e faixas para o cabelo e criou uma lojinha virtual para vender os produtos.

— Eu queria vender meus desenhos ou fabricar kit de brinco e colar, mas ia ser difícil, porque ia precisar de fábrica. Como a gente tinha máquina de costura e minha mãe já fazia bandanas para mim, tive a ideia — conta a garota.

A iniciativa ganhou forma e nome: Manduá – uma referência ao animal preferido da família, formada por pais biólogos que mantêm uma ONG para salvar o animal, que corre risco de extinção. Cinco meses depois das primeiras fotos no Facebook, Maira já arrecadou cerca de R$ 1 mil com as vendas. 

— Está sendo muito legal, mas o mais importante é o que a Maira está aprendendo com isso, que é construir uma meta, batalhar por ela e investir no que ela quer – observa Mariana.
Maira usando uma das bandanas - Foto: Lidiane Mallmann / Especial 

Com as mãos pequenas e apressadas, Maira costura faixas e produtos com corte reto. Perfeccionista, se não gostou, arranca a linha e faz de novo. Por isso, a mãe é quem costura as bandanas. Na internet, Maira dita, e Mariana publica textos e informações no blog. Na fanpage, só a mãe pode mexer. 

O sonho de conhecer Paris surgiu após a menina ter assistido a um programa de TV sobre a cidade. A paixão cresceu ouvindo a bisavó contar histórias de viagens à capital da França.

— Quero visitar a Torre Eiffel e patinar no gelo embaixo da torre, conhecer chefs de cozinha, experimentar comidas e também conhecer roupas, porque Paris é a capital da moda — projeta.

A viagem deve sair em 2015, com os pais e o irmão João Gabriel, três anos. 

O endereço do blog da Maira: http://mairamandua.blogspot.com.br/
Fan page do Facebook: Maira Manduá

Em vídeo, veja a história da Manduá:

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Estilistas reciclam roupas em reação ao consumo de moda fast fashion

Em reação à moda efêmera e barata de gigantes da moda como H&M e Zara, estilistas de Berlim reciclam roupas usadas, convencidos de que o reaproveitamento pode se aplicar também ao prêt-à-porter.
O chão do ateliê de Daniel Kroh, próximo da estação central de Berlim, está coberto de macacões e coletes laranjas com listras fluorescentes usados pelos trabalhadores da ferrovia alemã.
Descosturados, esses uniformes velhos são matéria-prima desse estilista que tinge e retalha o material para fazer roupas masculinas. Em uma peça de roupa, "procuro o traço autêntico", afirma Kroh resumindo seu trabalho.
O estilista alemão Daniel Kroh mostra a etiqueta de uma de suas criações no ateliê e showroom de sua marca ReClothings, em Berlim, que trabalha exclusivamente com peças feitas a partir de roupas usadas
O estilista alemão Daniel Kroh mostra a etiqueta de uma de suas criações no ateliê e showroom de sua marca ReClothings, em Berlim, que trabalha exclusivamente com peças feitas a partir de roupas usadas.
Cada peça é única. É o oposto de uma gigante da moda como a Zara, integrante do movimento do mercado "fast fashion" (moda rápida em referência à comida fast food), que produz uma roupa rapidamente e a baixo preço.
Daniel Kroh, assim como outros estilistas de Berlim, é especializado na valorização de resíduos têxteis para fabricação de produtos de qualidade superior. Ele recupera uniformes e calças de carpinteiros que seriam queimadas para fazer roupas novas sob medida vendidas para uma clientela de 'dandies'.
Sua abordagem de moda faz parte da luta contra o desperdício e o consumo desenfreado.
John Macdougall/AFP
Daniel Kroh veste uma de suas criações e posa em meio a peças em seu ateliê, em Berlim.
Esses estilistas não inventaram a roda. "Minha mãe e avó (...) faziam saias novas com pedaços de vestidos ou remendavam casacos" para economizar, diz a italiana Carla Cixi, estilistas instalada há cinco anos dem Berlim.
"Mas e hoje? Nos livramos de uma roupa em que falta um botão ou que está com o zíper emperrado", diz Cecilia Palmer. Essa estilista trintona está sempre levando roupas que não usa mais e as troca com outras pessoas. Os participantes dessa "festa" podem também fazer novas roupas graças às máquinas de costura que Cecilia leva.
A ideia subjacente de seu projeto? "Consumir de forma diferente", explica a estilista, denunciando as toneladas de roupas jogadas no lixo a cada ano.
Esses estilistas se revoltam contra as roupas "descartáveis". "É um escândalo o que fazem algumas marcas vendendo roupas que não serão usadas mais do que duas ou três vezes", já que em pouco tempo já estarão fora de moda, diz Carla Cixi, que leva horas trabalhando em criações de crochê.
Comprar na H&M "é como ir a um fast-food e se entupir de hambúrgueres. Nós nos sentimos mal depois", compara Daniel Kroh, para quem "essas roupas não têm alma".
De Atenas até o norte da Noruega, a juventude europeia usa o mesmo jeans "slim" (estreito), produzido em Bangladesh ou Camboja aos milhões de exemplares e vendido a preços imbatíveis. É uma moda que agrada a todos, mas que "termina sendo a mesma coisa" para todos, diz Carla Cixi.
Cada jaqueta ou terno que Daniel Kroh fabrica tem explicações sobre sua origem.
John Macdougall/AFP
Os assistentes Daniel Yuhart (dir.) e Lilika Schulter-Ostermann modificam as roupas usadas no ateliê do estilista Daniel Korh, em Berlim.
Eugenie Schmidt e Mariko Takahashi, que criaram sua própria marca de roupas recicladas, também decidiram "contar a história" dos vestidos e calças confeccionados em seu ateliê no coração da antiga Berlim Oriental.
"Quanto mais uma roupa é usada, mais ela tem uma parte da história da pessoa que usou", explica Eugenie Schmidt, mostrando um vestido rosa tranparente com mangas permanentemente manchadas. "Esses são os traços da pintura", já que ele pertencia a uma pintora.
Mas as roupas recicladas, que necessitam de um longo trabalho, ainda são inacessíveis para a maior parte das pessoas. Uma jaqueta pode facilmente passar dos 400 euros (R$ 1.300).
Os estilistas reconhecem que este ainda é um nicho. Eles denunciam, ao mesmo tempo, os preços praticados pelas cadeias de prêt-à-porter, com camisas vendidas muitas vezes a 5 euros (R$ 16).
A última a embarcar no mundo da roupa descartável foi a irlandesa Primark, que atrai -sem publicidade- milhares de pessoas pelo preço baixo a cada loja aberta na Europa. É exatamente o que acontece em Berlim, onde as mulheres saem com os braços cheios. Os preços baixíssimos alimentam a polêmica sobre as condições de fabricação.
A maior ironia da história: no ateliê de Eugenie Schmidt e Mariko Takahashi, grande parte das roupas recicladas é feita justamente a partir de peças de lojas como a H&M e a Zara.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Estilista ensina a dar cara nova à roupa, recriando peças sem gastar quase nada

A estilita Gabriela Mazepa ensinou técnicas durante curso em Campo Grande.
A estilita Gabriela Mazepa ensinou técnicas durante curso em Campo Grande.

É sustentável e não é brega. A ideia de “reciclar” algumas peças faz parte não só do "politicamente correto", mas também é uma opção para economizar e viver bem vestida. Transformar camisa em vestido, vestido em jaqueta e assim por diante, não é tão complicado como pode parecer.
A estilita Gabriela Mazepa é uma das principais profissionais de customização sustentável no Brasil, e desde 2006 defende o conceito com a marca que leva seu próprio nome. Em Campo Grande, ela ensinou alguns truques e deu conselhos a quem quer mudar o guarda-roupas sem gastar quase nada, com a oficina “Pano pra manga”.
Gabriela aconselha a desenha as ideias, antes de pegar uma peça e recriar modelos e composições. Ela incentiva mesmo os que tem um traço ainda infantil. “Isso é para que a ideia não se perca e com os desenhos você compara com os outros e aí escolhe o melhor”, ensina.
A estilista acredita que a falta de preocupação com o designer é um dos motivos da moda sustentável não ter o mesmo segmento que existe na Europa, por exemplo. “Tem que ter bom gosto e é preciso arriscar, ver as possibilidades de produções”, comenta.
A estudante de moda, Lindinalva Sulina de Souza, de 49 anos, pegou a camisa do marido que foi comprada há dez anos para tentar algo mais moderno. Os detalhes exagerados da estampa fizeram com que a peça saísse do armário apenas uma vez. A roupa ganhou formato novo e virou vestido.
Monique, duas camisas que não usava mais e...
Monique, duas camisas que não usava mais e...
uma delas virou blusa com cinto.
...uma delas virou blusa com cinto.
Monique Klein, já é conhecida na capital pelas ideias sustentáveis, com criações de bolsas a partir de banners que iriam para o lixo. Segundo ela, o trabalho toma todo o tempo e, por isso, não consegue criar outros tipos de produtos, então o jeito foi arriscar no curso da estilista. Duas camisas de mangas longas viraram uma blusa. “O tecido é bom, difícil encontrar hoje em dia, tem que reaproveitar”, explica. 
Mas a estilista adianta que a ideia não é seguir tendência da moda. “Tem que se sentir bem e a combinação tem que ter bom senso, mas nada seguindo a modinha”.
O macacão jeans surrado virou jardineira nas mãos da esteticista Aline Matos, de 21 anos. As alças da roupa foram feitas com tranças de retalhos. O custo das produções foram mínimos, como retalhos, linha e agulha.
E quem não tem máquina de costura em casa, uma solução para dar cara nova às roupas é estilizar, com retalhos de tecidos e acessórios, como arrebites e botões.
Estilista ensina a dar cara nova à roupa, recriando peças sem gastar quase nada