quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Povo da moda e da ecologia levanta prós e contras - Erika Palomino




Em tempos de aquecimento global e preocupação com o meio-ambiente, algumas marcas tentam adequar seu produto à nova realidade do mercado, produzindo roupas orgânicas e ecológicas. A atitude é sempre bem-vinda, mas o design de moda ainda fica a desejar para um tipo de consumidor um pouco mais exigente _e menos engajado, talvez.
Exceção à regra, a Osklen faz isso com sua linha E-brigade, de camisetas e moletons feitos com malhas de garrafas pet recicladas, algodão orgânico e lã e seda ecológicas. "O design é um dos cinco critérios da linha", conta Nina Braga, diretora do Instituto E, que cuida da E-brigade e da E-fabrics.
"Temos restrições, sim, como a uniformidade e a padronagem _uma cor nunca fica igual à outra e o mesmo vale para materiais, como escama de peixe", completa, levantando algumas dificuldades de trabalhar com essa proposta.
O estilista Ronaldo Fraga já trabalhou com tecido orgânico há algumas coleções, mas encontrou outro empecilho do mercado: o volume de material disponível. "O orgânico é um produto nobre, mas desisti de produzir por falta de quantidade e de fornecedor", conta ele, que afirma que se "houvesse mais opções de vestuário", usaria roupas orgânicas.
Nina Braga enfrenta o mesmo problema no que diz respeito à matéria-prima. "Temos que nos preocupar em aumentar a quantidade do fio orgânico para que possamos até baratear o produto e atingir a um número maior de consumidores", reforça.
Outra questão que envolve este universo é de ordem conceitual já que roupas ecológicas/ eco-friendly e orgânicas são duas coisas bem diferentes. "O vestir consciente não se restringe apenas aos materiais, deve considerar os processos produtivos, os ativos sociais que o produto gera e seu ciclo de vida do consumidor ao descarte", diz Ana Cândida Zanesco, presidente do Instituto Ecotece, definindo os orgânicos.
Para Gwendall Bellocq, responsável pelo operacional do Instituto Biodinâmico (IBD), órgão privado que certifica produtos orgânicos, "ser ecológico quer dizer tudo e nada ao mesmo tempo, pois alivia certa pressão no meio-ambiente, mas ainda contém agrotóxicos".
"O mesmo acontece com o tecido de bambu que tem sido amplamente divulgado como um tecido ecológico, mas tem um processo produtivo altamente poluente", exemplifica Ana Cândida.
Para pôr fim à confusão, estas instituições lutam por uma regulamentação do governo neste sentido. "Existe um estudo de normas brasileiras para têxteis orgânicos que pede a reserva do termo ‘ecológico' apenas para têxteis que sejam de fato de origem orgânica", conclui Ana Cândida.
Até mesmo na loja do Greenpeace as roupas não entram na categoria das orgânicas. "Cada um tem o seu ecologicamente correto", lamenta Samy Menasce, dono da loja, explicando que o deles tem critérios bastante sérios, como origem, matéria-prima renovável, processo de produção limpa (que não contamine ar e água), economia de água e energia,além de entrar em decomposição sem contaminar o solo.
As únicas empresas atualmente que contam com certificado de produto orgânico pelo IBD no país são a Natural Fashion, marca da Paraíba, e a Eden, que abriu recentemente sua primeira loja na Vila Madalena.
"Elas seguem diretrizes que vão da conservação do solo na propriedade em que é cultivada, respeito à biodiversidade do local e proibição do uso de agrotóxicos, adubos químicos e produtos transgênicos", explicam Alexandre Harkaly e José Pedro Santiago, diretores do IBD.
Ambas confeccionam suas peças de vestuário, que ainda não tem um design de moda muito atraente, é verdade. Para Maysa Gadelha, diretora-presidente da cooperativa Coopnatural, detentora da Natural Fashion, "a questão do design ainda não dá pra ser melhor trabalhada pelo escasso volume da matéria-prima", finaliza.


Nina Braga enfrenta o mesmo problema no que diz respeito à matéria-prima. "Temos que nos preocupar em aumentar a quantidade do fio orgânico para que possamos até baratear o produto e atingir a um número maior de consumidores", reforça.
Outra questão que envolve este universo é de ordem conceitual já que roupas ecológicas/ eco-friendly e orgânicas são duas coisas bem diferentes. "O vestir consciente não se restringe apenas aos materiais, deve considerar os processos produtivos, os ativos sociais que o produto gera e seu ciclo de vida do consumidor ao descarte", diz Ana Cândida Zanesco, presidente do Instituto Ecotece, definindo os orgânicos.
Para Gwendall Bellocq, responsável pelo operacional do Instituto Biodinâmico (IBD), órgão privado que certifica produtos orgânicos, "ser ecológico quer dizer tudo e nada ao mesmo tempo, pois alivia certa pressão no meio-ambiente, mas ainda contém agrotóxicos".
"O mesmo acontece com o tecido de bambu que tem sido amplamente divulgado como um tecido ecológico, mas tem um processo produtivo altamente poluente", exemplifica Ana Cândida.
Para pôr fim à confusão, estas instituições lutam por uma regulamentação do governo neste sentido. "Existe um estudo de normas brasileiras para têxteis orgânicos que pede a reserva do termo ‘ecológico' apenas para têxteis que sejam de fato de origem orgânica", conclui Ana Cândida.
Até mesmo na loja do Greenpeace as roupas não entram na categoria das orgânicas. "Cada um tem o seu ecologicamente correto", lamenta Samy Menasce, dono da loja, explicando que o deles tem critérios bastante sérios, como origem, matéria-prima renovável, processo de produção limpa (que não contamine ar e água), economia de água e energia,além de entrar em decomposição sem contaminar o solo.
As únicas empresas atualmente que contam com certificado de produto orgânico pelo IBD no país são a Natural Fashion, marca da Paraíba, e a Eden, que abriu recentemente sua primeira loja na Vila Madalena.
"Elas seguem diretrizes que vão da conservação do solo na propriedade em que é cultivada, respeito à biodiversidade do local e proibição do uso de agrotóxicos, adubos químicos e produtos transgênicos", explicam Alexandre Harkaly e José Pedro Santiago, diretores do IBD.
Ambas confeccionam suas peças de vestuário, que ainda não tem um design de moda muito atraente, é verdade. Para Maysa Gadelha, diretora-presidente da cooperativa Coopnatural, detentora da Natural Fashion, "a questão do design ainda não dá pra ser melhor trabalhada pelo escasso volume da matéria-prima", finaliza.


Para pôr fim à confusão, estas instituições lutam por uma regulamentação do governo neste sentido. "Existe um estudo de normas brasileiras para têxteis orgânicos que pede a reserva do termo ‘ecológico' apenas para têxteis que sejam de fato de origem orgânica", conclui Ana Cândida.
Até mesmo na loja do Greenpeace as roupas não entram na categoria das orgânicas. "Cada um tem o seu ecologicamente correto", lamenta Samy Menasce, dono da loja, explicando que o deles tem critérios bastante sérios, como origem, matéria-prima renovável, processo de produção limpa (que não contamine ar e água), economia de água e energia,além de entrar em decomposição sem contaminar o solo.
As únicas empresas atualmente que contam com certificado de produto orgânico pelo IBD no país são a Natural Fashion, marca da Paraíba, e a Eden, que abriu recentemente sua primeira loja na Vila Madalena.
"Elas seguem diretrizes que vão da conservação do solo na propriedade em que é cultivada, respeito à biodiversidade do local e proibição do uso de agrotóxicos, adubos químicos e produtos transgênicos", explicam Alexandre Harkaly e José Pedro Santiago, diretores do IBD.
Ambas confeccionam suas peças de vestuário, que ainda não tem um design de moda muito atraente, é verdade. Para Maysa Gadelha, diretora-presidente da cooperativa Coopnatural, detentora da Natural Fashion, "a questão do design ainda não dá pra ser melhor trabalhada pelo escasso volume da matéria-prima", finaliza.

Ambas confeccionam suas peças de vestuário, que ainda não tem um design de moda muito atraente, é verdade. Para Maysa Gadelha, diretora-presidente da cooperativa Coopnatural, detentora da Natural Fashion, "a questão do design ainda não dá pra ser melhor trabalhada pelo escasso volume da matéria-prima", finaliza.

Um comentário:

winnie disse...

estou a construir uma "webshop" das ropas ecologicas para criancas na Holanda. Estou a procurar marcas brasileiras que posso vender na Holanda. Quem pode-me advisar nisso?

obrigada