quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Oskar Metsavaht fala de moda sustentável e de sua preocupação em preservar o planeta

Um dos assuntos que mais entusiasmam Oskar Metsavaht é a preservação ambiental!
Oskar Metsavaht anunciou na quarta-feira, em sua loja da Oscar Freire, em São Paulo, um acordo do seu Instituto e (Earth, Environment, Energy, Education, Empowerment) com a CantorCO2e (Energy, Environment, Innovation), uma das maiores instituições internacionais de desenvolvimento de projetos sustentáveis. O presidente da Cantor, Laurence Rose, veio ao Brasil para a ocasião. A parceria vai se chamar GPSA – Global Partnership for Sustainable Attitude. Esse é um dos assuntos que mais entusiasma Oskar Metsavaht. Preservar o meio ambiente, desenvolver produtos sustentáveis que redundem em promoção social são ações que estão no sangue da família e até no nome: os Metsavahts vêm da Estônia, onde seu nome quer dizer, naquela língua que não tem parentesco com quase nenhuma outra, “guardião da floresta”. E, de fato, na Estônia, está a maior floresta milenar da Europa, intocada graças a seus ancestrais. Em Caxias do Sul, onde se instalaram, os Metsavahts fundaram faculdades de Medicina e Filosofia. Oskar cresceu entre intelectuais e ecologistas. É médico formado, como seu irmão, mas enveredou para a moda, levando para o setor a preocupação com o social e o sustentável. “Sempre tive amigos na área socioambiental. Que me traziam projetos, que eu ia ajudando a viabilizar de maneira informal. Colocava neles minha visão empreendedora, mostrando como gerir, como dar melhor acabamento. É isso que pretendemos fazer com o GPSA. Vamos fomentar gestão, acabamento, criatividade. O sustentável também pode ser um negócio”.O Protocolo de Kioto, em 1997, foi uma mola propulsora para o trabalho de Metsavaht. “Aí, percebi que dava para salvar o planeta. Pois a salvação não estava ligada apenas a restrições, mas a outras soluções. Há cerca de cinco, seis anos, a Unesco viu que meu trabalho era sério e o nomeou Empreendedor Amigo da Unesco, junto com Nizan Guanaes e João Roberto Marinho. E há cerca de um ano e meio, a própria Unesco me sugeriu que eu trabalhasse com uma estrutura. Então, fundei o Instituto e”. É na Osklen, a grife de Metsavaht, que muito desta mentalidade sustentável aparece. “Eu acho que a moda, hoje, é formação de atitude, comportamento. Você olha como uma pessoa se veste, as escolhas que ela faz, e isso diz muito sobre ela. Gente usando peças de tecidos artesanais, que foram produzidos por uma comunidade que se beneficia deste trabalho, isso é bacana. Esse é o novo luxo, sobre o qual tenho falado em palestras em Paris, Lisboa, Milão, e em breve no Japão. É você pagar um pouco mais caro por um produto que você tem certeza que foi feito sem alterar o méio ambiente, dando trabalho a artesãos, mantendo tradições e processos culturais. Numa destas palestras, uma platéia mais jovem começou a falar mal das grandes grifes. E eu tive de defendê-las. Lembrei a eles que a Louis Vuitton fez sucesso, quando começou, por sua qualidade. Não porque a grife dava status. E que Coco Chanel foi uma mulher corajosa, que quebrou paradigmas. Que tínhamos que respeitar essa trajetória. Deu muita discussão, mas eles entenderam”. Metsavaht continua: “Hoje o comprador quer o melhor pelo menor preço. Mas quem compra o produto sustentável sabe o que tem por trás. E eu olho uma mulher com uma roupa que eu reconheço assim e sei que ela tem uma coisa a mais. É como um ato nobre. E quando os formadores de opinião começam a usar, passa a ser luxo”.Esse trabalho de Metsavaht já tem reconhecimento internacional. Há pouco tempo, a WWF publicou um trabalho, intitulado Deeper Luxury, de pesquisadores suíços sobre empresas e marcas que tinham preocupações socioambientais, que resultou numa lista com apenas seis marcas internacionais. A primeira mencionada era a Osklen, que hoje também é conhecida no mundo todo por ter lojas em cidades importantes do planeta. Uma marca que começou fazendo roupa de esqui de neve num país tropical, o que não deixa de ser corajoso, e hoje faz uma moda informal, elegante e criativa, com inspirações étnicas que Oskar vai buscar entre as populações que mais mantiveram vivas suas tradições. Aliás, como ele mostra bem no documentário que fez com o irmão, Surfando nas Neves do Himalaya. Oskar é hoje considerado, neste mundo de preocupação sustentável, como um Future Maker. Não é por nada que a Cantor, maior empresa do mundo em créditos de carbono, com sedes em Londres e São Franciso, se juntou a ele neste projeto. Aliás, apenas como curiosidade, quando caíram as Torres Gêmeas, a Cantor teve o maior número de funcionários entre as vítimas. “Pelo Instituto e, apresentei produtores de juta do Amazonas à Alpargatas, que criou um produto hoje vendido no mundo todo. É essa visão de trading que podemos dar ao mundo sustentável. Criei o selo E, para empresas e produtos ecológica e socialmente corretos. Eu acho que essa é a marca que o Brasil vai passar para o mundo. Se o Japão dá tecnologia, a Itália dá o estilo e o design, nós podemos dar ao mundo não só produtos como a noção da sustentabilidade. O Armani, na coleção verão passada, já tinha bolsas de couro de tilápia, que eu uso na Osklen há muito tempo. Está começando. E que fique claro que esse meu discurso não é romântico, mas tem uma visão de negócio. Dá pra fazer. O Brasil precisa de uma marca mundial como Virgin, como Apple”. Isso pode ser possível pela indústria têxtil. O conceito do e-fabric, projeto do Instituto e que reúne mais de 15 diferentes categorias de materiais de origens recicladas, orgânicas, naturais, artesanais, desenvolvidas por comunidades e cooperativas, foi absorvido pela Abit, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil. “Esse é um case de sucesso. Lança um conceito que vai reger o pensamento estratégico da futura indústria têxtil brasileira. Eu acredito, e o plano é que, em 15 anos, o Brasil tenha a maior indústria têxtil sustentável do mundo A GPSA vai viabilizar projetos de neutralização de carbono. “Vamos tranformar esses créditos em moeda. Vai começar a entrar dinheiro nessa nova economia, levando estudo, educação, melhora da qualidade de vida à comunidades produtoras. A empresa que quiser participar vai ter de se adequar a critérios de sustentabilidade. No que ela não conseguir, ela paga compensações em créditos. Essas adaptações não devem ser vistas como desperdício. Nem é para ser considerado um ato promocional de marketing. É, na verdade, um investimento. É claro que há maquiagens. Mas nesse novo mundo há um conceito que deve predominar: a confiança. Você tem de acreditar naquele selo. E isso se conquista com transparência, confiabilidade, credibilidade”.Metsavaht vê novos paradigmas de comportamento se apresentando para os novos tempos. “O mundo está vivendo uma mudança de comportamento, especialmente no cunsumo. E as empresas que tiverem essa atitude nova vão se dar bem. Isso é moderno, não é chato, não é acadêmico. É cool”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom dia,
Caro Oskar Metsavaht,
Há muito venho tentando desenvolver um projeto nas praias de Saquarema (Jaconé, Barra Nova,Vila,Itaúna), mas infelizmente não consigo reunir os jovens para tal evento.
Nossas praias são abandonadas pelo poder público e as vezes parecem mais com um lixão, por este motivo e em favor da natureza sempre luto para a limpeza das praias.
Gostaria de contar com a ajuda da sua marca, para chamar a atenção dos jovens e poder reuni-los para uma palestra educacional na praia e uma competição a qual quem reunir mais lixo será comtemplado com um prêmio, mas para que isso seja possível, preciso de alguns itens para premiação, ou seja poderia ser até usado mesmo:
Ex.: Prancha, roupa, ou qualquer outro objeto com ligação ao mar e que chame a atenção dos jovens.
Precisamos muito dar o primeiro passo para essa conscientização e conto com a colaboração da sua marca.
Quem adora o mar e sua fauna sabe dos que eles necessitam.
Aloha!
JR Silva
Ps.: Comunidade no orkut:
Vamos Salvar o Mar!
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=27092226&refresh=1