domingo, 20 de fevereiro de 2011

A comunicação e as estratégias de busca pelo consumidor verde

Nos últimos anos do Segundo Milênio, mais precisamente com a realização do evento Rio 92 que reuniu 108 chefes de Estado de todo o mundo, muitos países começaram a se preocupar, de maneira mais efetiva, com a concepção de estratégias para um desenvolvimento mais sustentável e menos consumista.
Aos poucos, esta conscientização sobre os problemas que o Homem tem ocasionado na Natureza (como a poluição dos rios, o desmatamento, a diminuição da camada de ozônio, só para citar alguns) se popularizou graças aos meios de comunicação e, com essa disseminação, os consumidores em potencial começaram a escolher seus produtos de consumo não apenas pelo preço, pela praticidade ou pelo renome da marca, mas também por uma pergunta: o que esta empresa faz pela conscientização ambiental e pela preservação da Natureza?
Este consumidor que realiza suas compras, ao menos parcialmente, com base nos critérios ambientais é chamado de “consumidor verde”. E cada vez mais as empresas traçam estratégias comunicacionais de responsabilidade socioambiental para convencer os consumidores verdes a comprarem os seus produtos e/ou seus serviços, com justificativas ambientais como a impressão de panfletos em papel reciclado, a plantação de árvores, o apoio a Organizações Não-Governamentais que promovem a conscientização ecológica, entre outras estratégias.

Porém, um fato que não pode ser esquecido pelas empresas é manter a honestidade desta busca. Ou seja, promover a sustentabilidade não apenas como “alçada de Marketing” para os públicos externos, mas também originar uma cultura sustentável no ambiente interno das organizações. E isso se faz necessário no Terceiro Milênio, ainda mais com a distribuição mais rápida das informações e com o desenvolvimento acelerado das novas mídias e de sites de relacionamento.
Como exemplo, se uma empresa for acusada de prejudicar alguma floresta ou algum rio, a notícia (verídica ou não) pode se espalhar rapidamente por sites especializados e ser comentada em comunidades virtuais gerando, além de danos sérios ao meio ambiente, uma grande crise de imagem para a organização.
Pode-se concluir com isso que a verdadeira responsabilidade social das empresas não está em colocar uma “máscara verde” em suas propagandas institucionais ou de apenas publicar releases de vez em quando sobre as ações ecológicas que a empresa promove. É necessário, isso sim, investir numa política responsável de comunicação e conscientização interna e externa para que a organização tenha uma postura honesta e uniforme diante dos problemas ambientais existentes em todo o mundo. A busca por uma boa imagem da empresa irá agradecer, e a Natureza também.

Moda Ecológica

por Claudia Levron, de Paris | 14/02/2011
 
H&M, Osklen, grandes marcas apostam pesado em tecidos eco-responsáveis

Ser eco não é mais moda, é uma questão responsabilidade com as gerações futuras e o meio ambiente. Preservar e reciclar são palavras de ordem que entraram definitivamente na consciência das pessoas. Até o que vestimos ou usamos é um reflexo de quem somos e no que acreditamos. Seguindo essa tendência, tecidos biológicos e reciclados, couros alternativos invadem o mercado fashion e ganham cada vez mais adeptos.
A gigante sueca de fast fashion H&M, com lojas espalhadas pelo mundo, investe pesado em materiais eco-responsáveis na fabricação de suas peças. Atualmente seu carro chefe é o algodão biológico, cultivado sem pesticidas, nem produtos químicos, ideal para o meio ambiente e seguro para os trabalhadores agrícolas.

Desde 2004 a marca vende roupas à base de algodão biológico, e pretende aumentar em 50% a sua utilização até o ano de 2013. Além do algodão, trabalha com poliéster e lã reciclados, tencel e tecidos do gênero.

As peças vêm com uma grande etiqueta verde facilitando a vida do consumidor. Segundo Henrik Lampa, executivo da H&M sueca, os clientes estão cada vez mais buscando esta etiqueta nos produtos. A coleção ecológica do verão 2011 da marca se chama "Garden" e, como não poderia deixar de ser, vem supercolorida e cheia de flores como um jardim.
No Brasil
No Brasil, várias grifes marcam presença na causa eco como a Osklen, que apresentou, na coleção inverno 2011, no último SPFW, acessórios feitos a partir do couro alternativo de salmão. A pele deste peixe é normalmente subaproveitada e descartada causando poluição biológica, sua utilização ajuda a prevenir a geração deste tipo de resíduo.

Há algum tempo, visando fomentar a conscientização ambiental, Oskar Metsavaht, estilista e proprietário da marca, criou em parceria com biólogos e ambientalistas o projeto e-fabrics. O selo, emitido pelo instituto, certifica que as matérias-primas retiradas do meio ambiente não afetam a natureza ou seres humanos. O selo é concedido quando tecidos reciclados ou reutilizados, como tecidos de algodão orgânico, couros alternativos, fibras naturais, tecelagem natural e látex natural da Amazônia foram usados na produção das peças.


Outra iniciativa veio de Chiara Gadaleta, apresentadora do programa de TV Tamanho Único, do GNT, que lançou durante o Fashion Rio, em parceria com a ativista e designer carioca Viviane Martins, o Instituto Ser Sustentável com Estilo, que reúne 13 nomes da moda brasileira, entre os quais Ronaldo Fraga e Luciana Galeão. São marcas que buscam usar, em sua produção, matéria-prima reciclada, tecidos feitos com algodão orgânico e tingidos naturalmente, couro alternativo. O principal objetivo do Instituto será incentivar a troca de experiências no setor, buscando promover a sustentabilidade, a economia criativa e a capacitação dos envolvidos. A natureza agradece.

Fonte: Bolsademulher.com

O que é moda sustentável?

A palavra “moda” vem do latim modus, e significa “modo”, “maneira”. É um código que acompanha o vestuário e o tempo, e que tem sido utilizada como uma via de expressão e identificação. Assim, o simples uso das roupas no dia-a-dia ganha um contexto maior, político, social,  e até ambiental.
Então o que seria a moda sustentável? Para responder a essa pergunta, temos que se pensar em todo o processo de produção da indústria da moda; desde a utilização de materiais orgânicos à valorização de mão de obra local, o que reduz a emissão de gás carbônico.
Jason Mraz com seu Eco-tux
Utilização de produtos orgânicos
Sabe aquela sua camiseta de algodão? Você deve imaginar que ela é uma roupa ecologicamente correta, certo?
Saiba que para confeccionar uma camiseta de 250 gramas, na China, utiliza-se, em média, 160 gramas de agrotóxicos, e que a maioria dos resíduos produzidos na fabricação da camiseta são despejados em rios. Falando em água…  o processo de fabricação de apenas uma calça jeans consome a mesma quantidade de água que uma pessoa precisa para viver durante um ano. Para que sua camiseta de algodão seja realmente sustentável, ela deve ser feita com algodão orgânico, para produzi-lo é necessário evitar o seu contato com produtos químicos e sustâncias tóxicas.
Upcycling
Em uma tradução livre, upcycling significa valorização do ciclo. Trata-se do reaproveitamento/reciclagem de materiais em fim de vida útil, transformando-os em algo novo. Algumas técnicas de upcycling estão sendo usadas na reutilização de garrafas PET para fabricação de ternos, conhecidos como Eco-tux.

Uma técnica mais popular, e uma das mais antigas de upcycling, é a customização de roupas; cortar aquela calça fora de moda, tingir uma camisa velha, pregar um botão, e assim transformando o que não se usa mais em  roupa nova.
A moda sustentável já invadiu o mundo fashion. Durante a São Paulo Fashion Week, o estilista Alexandre Herchcovitch mostrou em sua coleção masculina peças confeccionadas com tecido EcoSimple, feito com técnicas de upcycling.
Já o estilista Ronaldo Fraga, utilizou de algodão orgânico cru, e também de rendas feitas por artesãs paraibanas e bordados por cooperativas de Pernambuco e por artesãs de Minas Gerais.
A seguir uma lista sobre Moda e Sustentabilidade feita com informações do site FashioNYC:
1-    A produção de couro para roupas, bolsas e sapatos está entre as que mais poluem o meio ambiente. Isso porque, para amaciar o couro, são usadas toneladas e mais toneladas de sal, entre outros produtos. Esse sal é dissolvido em água, que vai parar no solo. Anos e anos de produção provocam o acúmulo de água salgada em regiões onde o sal não é parte do ecossistema.
2-    Cerca de 8 mil tipos de produtos químicos são usados para transformar matéria-prima bruta em tecidos. Muitos desses produtos provocam danos irreversíveis na humanidade e no meio ambiente.
3-    Mais de 11 milhões de toneladas de poliéster (isso mesmo, dá 11 bilhões de quilos) são fabricados por ano. O processo de produção deste tecido demanda um consumo de água muito pequeno, mas, por outro lado, exige uma grande quantidade de energia. As fibras do poliester não são biodegradáveis, mas ele é reciclável.
4-    O simples uso de uma camiseta básica pode despejar na atmosfera 4 kg de dióxido de carbono durante toda a útil da roupa. Isso acontece se ela for sempre lavada a uma temperatura de 60º C, for secada em secadora e passada a ferro. No Brasil, não temos o hábito de usar secadora, mas essa maquininha destruidora de roupas é hábito em vários países, inclusive os EUA.
5- Quase 100% dos tecidos existentes são recicláveis, e a indústria que faz essa reciclagem é capaz de reaproveitar mais de 90% das roupas descartadas. Isso é feito sem gerar subprodutos nocivos ao meio ambiente.

Fonte: Blog essetalmeioambiente.com