quarta-feira, 1 de setembro de 2010

De tendência para comportamento, a moda sustentável alça vôo


Pessoal, encontrei essa notícia no site Eco Desenvolvimento, onde tem meu nomezinho, lá em baixo no final. Fiquei muito feliz quando li. Leiam também toda ela, está muito interessante.


 A marca inglesa People Tree é a queridinha entre celebridades e pioneira no comércio justo - um exemplo de empresa de moda verde


Enfim, a moda sustentável alçou vôo no século 21 e passou de uma simples tendência para um comportamento. Deixando o básico de lado para buscar destaque em vitrines e passarelas de todo o mundo, a moda responsável encontrou espaço entre os estilistas e hoje é um rentável ponto de encontro entre as grandes marcas e a elegante consciência verde.


"Indústria" da moda sustentável


Indo além dos tecidos “inteligentes” (menos agressivos ao meio ambiente), promovendo o comércio justo e com responsabilidade social atrelada à produção, a moda sustentável abraçou o ideal de equilíbrio entre natureza, economia e sociedade para alcançar o novo consumidor, mais exigente e preocupado com as pegadas que deixa sobre o planeta.


Incorporando às criações de vestuário valores como consumo consciente e personalidade, a moda engajada ganhou poderosos defensores em todo o mundo, que vão desde as cooperativas de moda artesanal ao mais alto público da moda de luxo. A editora da revista Vogue, Anna Wintor, uma das primeiras a citar em um editorial o tema moda atrelado à ecologia, deixou o recado: “fashion não é sobre olhar para trás, é sobre olhar para frente”.

 A fusão entre uma grande marca e uma estilista preocupada com a sua pegada ecológica só poderia resultar em um produto viável, rentável e responsável - este foi o caso da parceria entre Stella McCartney e a gigante Adidas
 E foi percebendo que o "verde é o novo pretinho básico" que produtores e consumidores transformaram o conceito em sinônimo de glamour, originalidade e responsabilidade, e deram início a criação de uma nova cadeia de produção de moda, voltada, justamente, para o olhar “a frente”.
Entre os nomes que têm despontado na nova vertente da indústria fashion, um dos mais influentes é o da estilista inglesa Stella McCartney. Com suas roupas sofisticadas - objetos de desejo de mulheres em todo o mundo – a filha do músico Paul McCartney é prova de que é possível unir elegância, responsabilidade e rentabilidade em uma mesma peça.
Entre as suas positivas transformações na moda mundial, Stella apresentou coleções luxuosas sem o uso de couro de vaca e peles de animais, criou uma linha exclusiva para a Adidas produzida com tecidos de PET reciclado e algodão orgânico, e desenvolveu uma linha de lingerie feita somente com a fibra natural. E mesmo com as suas lojas abastecidas por energia eólica e utilizando sacolas de papel reciclado ou feitas de milho biodegradável para entregas, o novo símbolo do movimento eco fashion assume não ser totalmente sustentável e defende que “alguma coisa é melhor do que nada”. “Nós temos que pensar e agir responsavelmente”, afirma Stella.

Uma questão de consciência, mas também de estilo

A bolsa de algodão da designer Anya Hindmarch que trazia a frase 'I'm not a plastic bag' ('Eu não sou de plástico') causou frisson no mundo da moda e virou sinônimo de consciência e estilo em todo o mundo


Quem adota uma postura semelhante é a estilista Vivienne Westwood. Famosa por vestir ícones da moda, como a personagem Carrie Bradshaw, no filme Sex and the City, Vivienne desenvolveu um manifesto em prol do consumo com qualidade e não com quantidade. “Temos que comprar menos e escolher melhor”, defende.
“A moda vai e vem muito rápido. Gostaria de não ter que produzir tantas coleções. Gostaria de fazer menos e cada vez melhor”, completa a estilista, apoiada por antigos “conselhos” da lendária Coco Chanel, que não se conformava com as mulheres que dispensavam um guarda-roupa inteiro a cada estação. “A atitude denota muito dinheiro, mas pouco estilo”, dizia Chanel.
E mais indícios de que a moda sustentável veio para ficar surgem a todo o momento. Grandes grifes como Armani e Levis já se renderam à causa e lançaram linhas especiais de roupas com algodão orgânico. A gigante Cartier, que lidera um programa mundial de certificação na exploração de pedras preciosas, e a “bonequinha” da moda Tiffany & Co, que abriu mão dos corais naturais na fabricação das suas joias, também são exemplos de que o conceito já faz parte do comportamento da moda mundial.

Estilistas brasileiros na vanguarda


Sapatos, acessórios, vestidos e peças intímas: tudo ganhou sua respectiva versão "sustentável" para chegar ao público "sustentável"
Aqui no Brasil, o pioneirismo fica por dos estilistas, que trabalham defendendo conceitos como a reutilização de tecidos, a redução de resíduos e a reciclagem do que parecia perdido para o mundo fashion. Nomes como Geová Rorigues, Priscila Gomide e Carollina França caminham a passos largos na representatividade brasileira dentro do cenário dos estilistas susntentáveis.
Entre as grifes nacionais, pequenas marcas, que utilizam materiais alternativos menos agressivos e valorizam as pequenas comunidades que participam da cadeia produtiva, também ganharam força e hoje se transformaram em grandes nomes do mercado da moda, sempre ligados aos conceitos sustentáveis.
É o caso da grife brasileira Osklen, que utiliza mais de 20 tipos de materiais de origem reciclada, orgânica, natural e artesanal em suas roupas, como fibras de PET, bambu e cânhamo. A empresa ainda trabalha com produtos de comunidades e cooperativas, ajudando no desenvolvimento sócio-econômico dos grupos envolvidos ao longo da cadeia de produção, como a juta de Castanhal, no Pará, que produz os acessórios da coleção da grife.



 Em destaque, o tecido de paetês da Osklen, feito com látex sustentável, extraído responsavelmente e em parceria com comunidades de borracheiros

Outra marca bem sucedida é a Éden Organic Style. Localizada no bairro de Vila Madalena, a marca paulista possui fornecedores próprios de algodão orgânico, todos certificados pelo Instituto Biodinâmico (IBD), e utiliza produtos químicos alternativos, como açúcar invertido e corantes naturais, para garantir que a textura, lavagem e cores das peças (inclusive de calças jeans) fiquem bonitas de maneira responsável.
Desafios
O mercado em crescimento, porém, não esconde as dificuldades encontradas por quem quer produzir ou comprar esses produtos. Para a fundadora do Instituto Ecotece, Ana Cândida Zanesco, o problema para quem fabrica é se adequar a uma nova lógica de produção, diferente da que já está operando há décadas.
“Pesquisa, consultoria e adequação nas produções requerem investimento e isso pode inicialmente impactar o financeiro da empresa”, afirma. Já para os consumidores, a maior dificuldade é encontrar esse tipo de produto. “Ainda é pequeno o mercado de roupas sustentáveis”, afirma a designer de moda e adepta à moda sustentável, Micheli Hoffmann.
Fonte:http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/moda-sustentavel-de-tendencia-para-comportamento


Um comentário:

Andreia da Silva disse...

Nossa parabéns pela iniciativa,Estudo moda e estou fazendo tcc sobre moda sustentavel,muito bom texto.Tomora que as pessoas se concientizem disso cada vez mais.