segunda-feira, 16 de junho de 2014

ECO WEDDING: Casamento sustentável traz dicas de como tornar a tendência uma coisa séria

Amei esta notícia da Revista Donna, escrita pela Gabi Chanas. O link do post original está no fim desta postagem.
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Elas não têm nada de "ecochatas". Não vão decorar a festa só com folhas recolhidas do chão, não andarão coladas nos convidados juntando cada papel jogado fora do lixo e não darão discurso no lounge por você estar fumando ou usando uma roupa de tecido tingido com química forte. As noivas ecologicamente conscientes fogem dos clichês de chatice e pegação de pé costumeiramente aplicados em cima de quem tenta espalhar a cultura do respeito à natureza. Elas veem o momento especial de seu casamento não como um palco de defesa de ideias, mas como uma possibilidade de conscientizar amigos e familiares sobre um assunto que defendem e prezam com muito carinho.

Os casamentos eco friendly já estiveram mais em voga, é verdade. Por volta de 2010, virou moda aderir à onda do papel reciclado, de plantinhas como lembrança. Passado o frenesi, sobrou apenas quem realmente acredita na ideia. É o caso de Mariana Giongo Duda, a linda noiva que estampa a capa de Donna. No dia 26 de abril, a gaúcha de Passo Fundo fez de sua troca de alianças com Leo Garcia um momento de celebração à sustentabilidade. No caso dela, o casamento foi uma extensão da cultura ecológica que pratica todos os dias. Empresária e diretora criativa de uma marca de moda sustentável, a Envido, Mariana construiu a carreira em cima de convicções relacionadas à proteção do ambiente natural que nos cerca. Para os amigos, era óbvio que a festa de uma noiva assim seguiria a mesma linha.
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Mariana e Leo levaram a sustentabilidade adotada em casa para a festa de casamento
- Em todos os momentos, eu sempre busco aliar alternativas ecológicas à minha vida. A organização do evento foi um desafio para mim, para a decoradora e para a nossa cerimonialista. Nós acreditamos nesse propósito e encontramos formas de criar um casamento sustentável sem deixar de lado o charme que um evento desse porte pede – conta Mariana, que passou a lua de mel na Tailândia, um paraíso famoso por belezas naturais (você não imaginaria uma noiva sustentável em lua de mel na cinza e cheia de concreto Hong Kong, não é?).
O primeiro passo rumo à festa verde foi convencer a família também a adotar a ideia. O que, por histórico de vida, não foi tão complicado:
- O Leo não é tão ligado à sustentabilidade como eu, mas aceitou todas as minhas ideias porque não fui radical. Minha família é do Interior, e a gente sempre deu vida nova aos objetos já utilizados, sempre reaproveitamos alimentos, então eles estão acostumados com esse conceito. Tanto meu noivo como as nossas famílias viram com bons olhos e também com curiosidade essa iniciativa. A gente precisou usar a criatividade para produzir esse acontecimento tão importante nas nossas vidas.

A organização do casamento começou a ser tocada da casa que Mariana e Leo dividem na Zona Sul de Porto Alegre. Entre seus três buldogues ingleses – que participaram da cerimônia – e muitas plantas, se debruçaram primeiro sobre a escolha do local da festa. Tinha que ser estratégico e passar a ideia de acolhimento que os ambientes ao ar livre promovem. A eleita foi a Praia do Rosa, em Santa Catarina, um dos principais destinos de quem pensa em dar toques ecológicos à união.

A praia tem grande preocupação com a preservação do ecossistema e da biodiversidade local (o som mecânico da festa termina à uma hora da manhã para que os animais que habitam a região sejam menos afetados pelo evento). Marcaram a festa para o dia, economizando luz elétrica, seguida por um luau à luz de velas, produziram os convites em papel reciclado e começaram a busca por serviços que se adequassem ao conceito do casamento.
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Uma das ideias de Mariana veio de um dos princípios da sustentabilidade, o reaproveitamento de materiais já usados. No lugar de correr lojas e lojas atrás de um vestido de noiva novo, ela decidiu reciclar o usado pela mãe em 1979. Junto com o estilista Carlos Bacchi, de Caxias do Sul, iniciou uma jornada longa de recuperação do modelo para que voltasse a ter a cor e o glamour de décadas passadas. Bacchi relata todo o processo:
– Meu primeiro contato com a Mariana foi bem normal. Ela agendou um horário para falarmos sobre o vestido de noiva e, nessa primeira reunião, conversamos sobre o aproveitamento do modelo usado pela mãe. O modelo original era muito bonito, estava bem íntegro. Mantivemos a saia intacta, sem mexer em nada do comprimento, medida de cintura, modelagem e aplicações. Apenas modificamos a parte de cima. O original tinha mangas longas e decote careca, com aplicação de rendas nas laterais das mangas. Criamos um novo molde para o top do vestido, com decote em arco nas costas. Misturamos as rendas que estavam nas mangas com duas outras rendas francesas, criando três tons diferentes. Bordamos o top com cristais alemães e três tipos de pérolas. Por último, acrescentamos os botões forrados que serviam para fechar as costas ao novo bordado.
Convites disparados e vestido pronto, chegou a hora de pensar em outros detalhes da festa. E vale até listar as ideias de Mariana e Leo:
- O cardápio foi escrito em quadros negros em vez de estar impresso sobre cada mesa. Economizaram bastante papel com isso.
- A roupa do noivo, do pai e do irmão da noiva foram feitas em linho, tecido natural, sem tingimento.
-Até a gravatinha borboleta usada por um dos cachorros que levou as alianças até ao altar foi sustentável, feita do reaproveitamento do forro do traje do noivo.
- A decoração inteira teve o tema da sustentabilidade, usando flores naturais (sem fertilizantes químicos) e em pouca quantidade.
- Os acessórios de Mariana foram joias da família e flores naturais.
- O espumante veio da Serra gaúcha e foi escolhido a dedo. Seu processo de fabricação era totalmente sustentável, com economia de água e sem adição de açúcar.
- Para o bolo e os doces, os noivos priorizaram o uso de frutas da estação e ingredientes naturais.
- Para o buffet, buscaram o uso de alimentos orgânicos, sem agrotóxicos.

- As lembrancinhas foram mudas de pimenta para que os convidados criassem o hábito de cultivar uma planta.

- Para o casal, a experiência de adequação da festa à sustentabilidade valeu a pena. A noiva dá o depoimento:
– Vivemos num mundo de desperdício, onde acabamos perdendo a nossa essência e passamos a apenas consumir coisas. Não respeitarmos a natureza como fonte da vida. É possível inserir a sustentabilidade com pequenas mudanças no cotidiano, como dar preferência a alimentos orgânicos, consumir menos e melhor, saber que existem produtos de beleza orgânicos e que não são testados em animais, separar o lixo, de vez em quanto deixar o carro em casa e aproveitar uma boa caminhada pela cidade. Plantar também é uma terapia e nos conecta com a natureza.
Moda sustentável
1. Para quem gosta da ideia de levar a sustentabilidade para o casamento, o estilista Carlos Bacchi dá dicas.
“Meus tecidos preferidos são, sem dúvida, os linhos puros naturais (sem tingimentos e lavagens químicas) e a mistura de seda com algodão e garrafas pet recicladas. Este último é produzido manualmente em tear e não possui tratamento químico algum, preservando os tons naturais. A partir daí, temos muitas possibilidades: cascas de frutas, materiais reciclados, o próprio bambu: tudo isso já existe disponível em indústrias especializadas de tecidos ecologicamente corretos.”
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2. A Envido, empresa fundada pela noiva Mariana, funciona como um laboratório de moda com investimento em designers iniciantes em projetos que são concretizados de forma sustentável (pensada desde a matéria-prima até a entrega ao consumidor). Um ciclo que une colaboradores, comunidades, uma rede de designers, sempre com os olhos atentos à preservação do meio ambiente.
“O trabalho na Envido começou com upcycling, reaproveitando resíduos da indústria como tecidos, couros e peles e avançou até o desenvolvimento de tecidos orgânicos e biodegradáveis. No ano passado, fomos selecionadas para participar do Greenshowroom em Berlim, onde marcas de moda sustentável de todo o mundo se encontram”, comemora a empresária.
Quando vale a pena adotar um eco wedding
Quando você acredita em ideais de sustentabilidade. Não precisa ser uma noiva tão envolvida no assunto como a Mariana, mas inserir pitadas de conscientização faz com que o assunto seja debatido em casa, em família e talvez forme uma nova consciência nos amigos que participaram da festa.
Quando não vale a pena adotar um eco wedding
Se você fizer apenas para seguir a moda. Tem que acreditar na proposta. Vale lembrar: afaste a ideia de que casamentos sustentáveis são mais baratos. Os preços se equivalem. A prova está no supermercado: já reparou como os alimentos orgânicos, sem uso de agrotóxicos, são mais caros?
Boas eco ideias
- Casar em lugares como praias e fazendas, mas sem fazer nenhuma alteração no ambiente (quebrar galhos, abrir buracos).
- Usar reciclados em toda a papelaria (convite, tag de lembranças, save the date, cartão de agradecimento).
- Usar latas de metal e vidro e outros recipientes reciclados, como vasos para plantas naturais, que os convidados possam levar para casa e plantar no quintal.
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- Começar a festa mais cedo, economizando energia e usando toda a beleza das velas.
- Convencer os convidados a manter o mesmo copo a noite inteira, evitando a lavagem sem fim na cozinha.
- Marcar uma van para levar todos os convidados, evitando que cada um vá com seu carro.
- Apostar nas flores desidratadas, que duram mais tempo e podem ser reaproveitadas em várias festas, por até três meses.
- Escolher com cuidado as empresas que você contrata. Saiba quais os processos que usam e se agridem o meio ambiente de alguma forma.
Para ver mais fotos do casamento acessem o link do site oficial da notícia: Revistadonna.clicrbs.com.br

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