domingo, 15 de dezembro de 2013

Para conseguir viajar a Paris, menina de oito anos cria loja virtual de bandanas

Empreendedora desistiu de guardar moedas no porquinho e já tem o próprio negócio

Para conseguir viajar a Paris, menina de oito anos cria loja virtual de bandanas Lidiane Mallmann/Especial
Maira trocou o porquinho para moedas pela máquina de costuraFoto: Lidiane Mallmann / Especial

Em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, Maira Faria Corrêa Vilella recebeu da mãe uma proposta inusitada para uma menina de oito anos: “se você quer, tem que juntar dinheiro”.

A resposta não diz respeito a um brinquedo ou a uma roupa, mas ao pedido da menina para viajar a Paris, na França. A provocação da mãe, Mariana Faria Corrêa, 34 anos, surtiu efeito. Depois de juntar moedas em um cofrinho por algum tempo, Maira percebeu que o método não seria eficiente. Foi aí que, sem nem saber o significado da palavra, teve a ideia de empreender. Começou a costurar bandanas e faixas para o cabelo e criou uma lojinha virtual para vender os produtos.

— Eu queria vender meus desenhos ou fabricar kit de brinco e colar, mas ia ser difícil, porque ia precisar de fábrica. Como a gente tinha máquina de costura e minha mãe já fazia bandanas para mim, tive a ideia — conta a garota.

A iniciativa ganhou forma e nome: Manduá – uma referência ao animal preferido da família, formada por pais biólogos que mantêm uma ONG para salvar o animal, que corre risco de extinção. Cinco meses depois das primeiras fotos no Facebook, Maira já arrecadou cerca de R$ 1 mil com as vendas. 

— Está sendo muito legal, mas o mais importante é o que a Maira está aprendendo com isso, que é construir uma meta, batalhar por ela e investir no que ela quer – observa Mariana.
Maira usando uma das bandanas - Foto: Lidiane Mallmann / Especial 

Com as mãos pequenas e apressadas, Maira costura faixas e produtos com corte reto. Perfeccionista, se não gostou, arranca a linha e faz de novo. Por isso, a mãe é quem costura as bandanas. Na internet, Maira dita, e Mariana publica textos e informações no blog. Na fanpage, só a mãe pode mexer. 

O sonho de conhecer Paris surgiu após a menina ter assistido a um programa de TV sobre a cidade. A paixão cresceu ouvindo a bisavó contar histórias de viagens à capital da França.

— Quero visitar a Torre Eiffel e patinar no gelo embaixo da torre, conhecer chefs de cozinha, experimentar comidas e também conhecer roupas, porque Paris é a capital da moda — projeta.

A viagem deve sair em 2015, com os pais e o irmão João Gabriel, três anos. 

O endereço do blog da Maira: http://mairamandua.blogspot.com.br/
Fan page do Facebook: Maira Manduá

Em vídeo, veja a história da Manduá:

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Estilistas reciclam roupas em reação ao consumo de moda fast fashion

Em reação à moda efêmera e barata de gigantes da moda como H&M e Zara, estilistas de Berlim reciclam roupas usadas, convencidos de que o reaproveitamento pode se aplicar também ao prêt-à-porter.
O chão do ateliê de Daniel Kroh, próximo da estação central de Berlim, está coberto de macacões e coletes laranjas com listras fluorescentes usados pelos trabalhadores da ferrovia alemã.
Descosturados, esses uniformes velhos são matéria-prima desse estilista que tinge e retalha o material para fazer roupas masculinas. Em uma peça de roupa, "procuro o traço autêntico", afirma Kroh resumindo seu trabalho.
O estilista alemão Daniel Kroh mostra a etiqueta de uma de suas criações no ateliê e showroom de sua marca ReClothings, em Berlim, que trabalha exclusivamente com peças feitas a partir de roupas usadas
O estilista alemão Daniel Kroh mostra a etiqueta de uma de suas criações no ateliê e showroom de sua marca ReClothings, em Berlim, que trabalha exclusivamente com peças feitas a partir de roupas usadas.
Cada peça é única. É o oposto de uma gigante da moda como a Zara, integrante do movimento do mercado "fast fashion" (moda rápida em referência à comida fast food), que produz uma roupa rapidamente e a baixo preço.
Daniel Kroh, assim como outros estilistas de Berlim, é especializado na valorização de resíduos têxteis para fabricação de produtos de qualidade superior. Ele recupera uniformes e calças de carpinteiros que seriam queimadas para fazer roupas novas sob medida vendidas para uma clientela de 'dandies'.
Sua abordagem de moda faz parte da luta contra o desperdício e o consumo desenfreado.
John Macdougall/AFP
Daniel Kroh veste uma de suas criações e posa em meio a peças em seu ateliê, em Berlim.
Esses estilistas não inventaram a roda. "Minha mãe e avó (...) faziam saias novas com pedaços de vestidos ou remendavam casacos" para economizar, diz a italiana Carla Cixi, estilistas instalada há cinco anos dem Berlim.
"Mas e hoje? Nos livramos de uma roupa em que falta um botão ou que está com o zíper emperrado", diz Cecilia Palmer. Essa estilista trintona está sempre levando roupas que não usa mais e as troca com outras pessoas. Os participantes dessa "festa" podem também fazer novas roupas graças às máquinas de costura que Cecilia leva.
A ideia subjacente de seu projeto? "Consumir de forma diferente", explica a estilista, denunciando as toneladas de roupas jogadas no lixo a cada ano.
Esses estilistas se revoltam contra as roupas "descartáveis". "É um escândalo o que fazem algumas marcas vendendo roupas que não serão usadas mais do que duas ou três vezes", já que em pouco tempo já estarão fora de moda, diz Carla Cixi, que leva horas trabalhando em criações de crochê.
Comprar na H&M "é como ir a um fast-food e se entupir de hambúrgueres. Nós nos sentimos mal depois", compara Daniel Kroh, para quem "essas roupas não têm alma".
De Atenas até o norte da Noruega, a juventude europeia usa o mesmo jeans "slim" (estreito), produzido em Bangladesh ou Camboja aos milhões de exemplares e vendido a preços imbatíveis. É uma moda que agrada a todos, mas que "termina sendo a mesma coisa" para todos, diz Carla Cixi.
Cada jaqueta ou terno que Daniel Kroh fabrica tem explicações sobre sua origem.
John Macdougall/AFP
Os assistentes Daniel Yuhart (dir.) e Lilika Schulter-Ostermann modificam as roupas usadas no ateliê do estilista Daniel Korh, em Berlim.
Eugenie Schmidt e Mariko Takahashi, que criaram sua própria marca de roupas recicladas, também decidiram "contar a história" dos vestidos e calças confeccionados em seu ateliê no coração da antiga Berlim Oriental.
"Quanto mais uma roupa é usada, mais ela tem uma parte da história da pessoa que usou", explica Eugenie Schmidt, mostrando um vestido rosa tranparente com mangas permanentemente manchadas. "Esses são os traços da pintura", já que ele pertencia a uma pintora.
Mas as roupas recicladas, que necessitam de um longo trabalho, ainda são inacessíveis para a maior parte das pessoas. Uma jaqueta pode facilmente passar dos 400 euros (R$ 1.300).
Os estilistas reconhecem que este ainda é um nicho. Eles denunciam, ao mesmo tempo, os preços praticados pelas cadeias de prêt-à-porter, com camisas vendidas muitas vezes a 5 euros (R$ 16).
A última a embarcar no mundo da roupa descartável foi a irlandesa Primark, que atrai -sem publicidade- milhares de pessoas pelo preço baixo a cada loja aberta na Europa. É exatamente o que acontece em Berlim, onde as mulheres saem com os braços cheios. Os preços baixíssimos alimentam a polêmica sobre as condições de fabricação.
A maior ironia da história: no ateliê de Eugenie Schmidt e Mariko Takahashi, grande parte das roupas recicladas é feita justamente a partir de peças de lojas como a H&M e a Zara.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Estilista ensina a dar cara nova à roupa, recriando peças sem gastar quase nada

A estilita Gabriela Mazepa ensinou técnicas durante curso em Campo Grande.
A estilita Gabriela Mazepa ensinou técnicas durante curso em Campo Grande.

É sustentável e não é brega. A ideia de “reciclar” algumas peças faz parte não só do "politicamente correto", mas também é uma opção para economizar e viver bem vestida. Transformar camisa em vestido, vestido em jaqueta e assim por diante, não é tão complicado como pode parecer.
A estilita Gabriela Mazepa é uma das principais profissionais de customização sustentável no Brasil, e desde 2006 defende o conceito com a marca que leva seu próprio nome. Em Campo Grande, ela ensinou alguns truques e deu conselhos a quem quer mudar o guarda-roupas sem gastar quase nada, com a oficina “Pano pra manga”.
Gabriela aconselha a desenha as ideias, antes de pegar uma peça e recriar modelos e composições. Ela incentiva mesmo os que tem um traço ainda infantil. “Isso é para que a ideia não se perca e com os desenhos você compara com os outros e aí escolhe o melhor”, ensina.
A estilista acredita que a falta de preocupação com o designer é um dos motivos da moda sustentável não ter o mesmo segmento que existe na Europa, por exemplo. “Tem que ter bom gosto e é preciso arriscar, ver as possibilidades de produções”, comenta.
A estudante de moda, Lindinalva Sulina de Souza, de 49 anos, pegou a camisa do marido que foi comprada há dez anos para tentar algo mais moderno. Os detalhes exagerados da estampa fizeram com que a peça saísse do armário apenas uma vez. A roupa ganhou formato novo e virou vestido.
Monique, duas camisas que não usava mais e...
Monique, duas camisas que não usava mais e...
uma delas virou blusa com cinto.
...uma delas virou blusa com cinto.
Monique Klein, já é conhecida na capital pelas ideias sustentáveis, com criações de bolsas a partir de banners que iriam para o lixo. Segundo ela, o trabalho toma todo o tempo e, por isso, não consegue criar outros tipos de produtos, então o jeito foi arriscar no curso da estilista. Duas camisas de mangas longas viraram uma blusa. “O tecido é bom, difícil encontrar hoje em dia, tem que reaproveitar”, explica. 
Mas a estilista adianta que a ideia não é seguir tendência da moda. “Tem que se sentir bem e a combinação tem que ter bom senso, mas nada seguindo a modinha”.
O macacão jeans surrado virou jardineira nas mãos da esteticista Aline Matos, de 21 anos. As alças da roupa foram feitas com tranças de retalhos. O custo das produções foram mínimos, como retalhos, linha e agulha.
E quem não tem máquina de costura em casa, uma solução para dar cara nova às roupas é estilizar, com retalhos de tecidos e acessórios, como arrebites e botões.
Estilista ensina a dar cara nova à roupa, recriando peças sem gastar quase nada

sábado, 30 de novembro de 2013

Chiara Gadaleta dá dicas para aderir à moda sustentável

Peças ecologicamente corretas são bonitas e ainda ajudam o planeta

Chiara Gadaleta dá dicas para aderir à moda sustentável

Pauta cada vez mais frequente no cotidiano, o crescimento e consumo sustentáveis já são uma necessidade real em um mundo onde, segundo a ONU (Organização Mundial das Nações Unidas), se produz cerca de 1,3 bilhão de toneladas de lixo anualmente. Mais do que reciclar, o cuidado com o planeta pode fazer parte de todos os aspectos da sua vida, e um em especial ganha cada vez mais destaque: o vestuário. Com um grande leque de marcas e tecidos, a chamada “ecofashion” tem cada vez mais opções que não deixam de lado a sofisticação das peças tradicionais.

“Hoje ter estilo é ter consciência e se preocupar com o que compramos. Ecofashion é uma moda com preocupação social e ambiental”, explica Chiara Gadaleta Klajmic, idealizadora do SP.ECOERA. Quando se fala em sustentabilidade não é apenas o meio ambiente que é levado em conta, mas também as condições de produção e mão de obra. “Qualquer consumidor precisa se tornar consciente. Ninguém quer vestir uma peça que foi feita com trabalho escravo infantil, não é?”, completa.

Entre nessa moda
Para embarcar nessa tendência socialmente correta, ao contrario do que muita gente imagina, não é preciso abrir mão das roupas de qualidade. Além de tecidos feitos a partir da reciclagem, como os de pneu, garrafas Pet e algodão orgânico, que em nada se diferem do tradicional, também é possível encontrar uma variedade alta de cores e outras fibras. “Hoje existem marcas que são focadas nas fibras orgânicas e no tingimento ecológico, feito com sementes, cascas de árvores e pigmentos naturais, como o açafrão, por exemplo. Esses tingimentos criam possibilidades novas e cores maravilhosas”, conta.

Se por acaso você não encontrar aquela camisa que tanto queria em um desses tecidos, também é possível recorrer às marcas que usam processos que não impactam o meio ambiente de forma negativa: “cada vez mais estão lançando linhas que utilizam menos água e com menor gasto de energia na produção dos produtos”.

Outra parte importante do consumo sustentável é priorizar os produtores locais, o que ajuda a economia do seu país e gera renda para que cada vez mais negócios pequenos e artesanais ganhem força. “Antes de comprar olhe a etiqueta e veja o ‘made in’ e priorize os produtos feitos à mão e no Brasil”, aconselha a especialista.

Nos acessórios
Assim como a sua roupa, os seus acessórios também podem ser ambientalmente corretos. Além das biojoias, que misturam materiais nobres, como o ouro, prata e pedras com fibras naturais, folhas de árvores e outras matérias primas naturais, Chiara afirma que também é possível encontrar colares, brincos, pulseiras e anéis que vem do reaproveitamento de peças e a partir da customização. O melhor? Elas são sempre únicas, com garantia de exclusividade.

Presenteie
Que tal aproveitar o Natal para dar um presente diferenciado e ainda ajudar o planeta? Com tantas marcas conscientes no mercado, você consegue encontrar muitas opções, que agradam a diferentes estilos e idades. "Essa é uma ótima oportunidade para colocarmos em prática o consumo consciente. Artesanato de luxo, peças em crochê, feitas à mão e até por você mesma podem ser presentes exclusivos e muito mais especiais”, reforça.

Para as mulheres românticas, Chiara indica as peças em palha, ou mesmo as rendas. “Uma descolada vai amar uma mochila de câmera de pneu e uma clássica vai ficar linda com um vestido de algodão orgânico tingido naturalmente”, finaliza.

Passo a passo: Colocando seu guarda- roupa de dieta (Fonte: SSE)

Olá leitores do blog ME, super indico sempre o site da Chiara Gadaleta, Ser Sustentável com Estilo.
Este post é um pouco antigo, de maio de 2010. Mas eu gostei muito e decidi compartilhar com vocês! Leiam, comentem...

"Recentemente li um artigo na internet que dizia assim: ” Ir as compras sem consciência era como comer junky food, satisfaz momentaneamente, mas não traz nada de bom a longo prazo”.
Adorei essa metáfora e fiquei pensando em como podemos melhorar essa relação tão próxima e diária que temos com nossas roupas.

Antes de tudo, precisamos entender por que precisamos nos preocupar em deixar nosso guarda- roupa cada vez mais eco-friendly. Uma camiseta simples de algodão normal usa 150 gramas de pesticida e 400 galões de água. Impressionante não?
No que diz respeito a processos de produção, tingimento, costura e acabamentos, são feitos em sua maioria por países do terceiro mundo onde as condições de trabalho são desumanas , além de usarem técnicas e produtos químicos que agridem severamente o meio ambiente.
Dá uma olhada nesse vídeo:

Além disso, quando lavamos nossas roupas, nem imaginamos que os produtos como detergentes e amaciantes têm em suas composições substâncias químicas cancerígenas. Eu sei, acabei de pintar um quandro horrível , mas é verdade!
Bem, mas agora precisamos agir. Nunca podemos nos esquecer do Glocally :Think Global and Act Local. No caso do nosso armários podemos colocá-lo de dieta seguindo os seguintes passos:
1) Dê uma boa organizada nele e pense que as peças mais eco-chics , são aquelas que você já tem, gosta e usa bastante. O segredo é revitalizá-las ou seja, dar uma cara nova a elas. Como? Customizando calças jeans, bordando camisetas e reformando peças antigas que na verdade só precisam de pequenos ajustes.
2) Exija mais das roupas que você compra. Invista na qualidade e tenha certeza de uma coisa, as peças descartáveis acabam custando mais para seu bolso e para meio ambiente.
3) Apoie marcas de moda sustentável, se informe e conheça mais sobre peças de algodão orgânico e acessórios de materiais reciclados. Eu sei que no Brasil, esse mercado ainda está começando, mas pela minha experiência desde que comecei a me envolver com a sustentabilidade, ele vai se crescer bem mais rápido do que imaginamos. Uma dica: quando for a lojas, sempre pergunte se existem peças de tecidos orgânicos nas araras. Dessa forma você começa a fazer pressão e os vendedores passarão esses pedidos `a seus superiores.
t-shirt de algodão orgânico http://loja.verdinhaebasica.com.br/
4) Lave com cuidado suas peças de qualidade para que elas durem o máximo possível. Use mais os mesmos looks antes de mandá-los `a lavanderia. Eu por exemplo, adoro repetir roupas e usá-las dias seguidos. Mudo um acessório e nem parece que estou com a mesma roupa. Além disso existem alguns produtos biodegradáveis que não poluem o meio ambiente.
4) Aprenda a costurar, você pode, além de fazer ajustes, bordar um detalhe que vai deixar sua camisa, saia ou cardigan com cara de peça única. Conheço algumas executivas que nas suas horas livres fazem cursos de costura. Achei interessante esse movimento e acredito que seja uma vontade de voltar aos trabalhos manuais e bem femininos.
5) Compre vintage em brechós. É uma experiência deliciosa descobrir roupas antigas que vão ajudar você a ter mais estilo ainda. Eu sempre adorei garimpar peças antigas que me estimulam e foram fundamentais na construção do meu estilo.
6) Faça bazares para amigas em sua casa. Eu comecei o ” Ser Sustentável com Estilo” há dois anos atrás com uma mega Bazar para estudantes e disponibilizei todo meu acervo. Eu tinha mais de 700 peças paradas em araras e TODAS foram vendidas! Parte da renda foi doada para The Leukemia & Lymphoma Society e deu o ponta pé inicial a vários outros ações.
Na verdade cada um de nós pode encontrar maneiras bem pessoais e soluções criativas para diminuir gastos desnecessários de energia, desperdício de água e promover o consumo consciente. Basta criar hábitos virtuosos, que façam bem ao nosso corpo, nossa mente e ao nosso planeta.
E você, tem mais alguma dica, comente aqui no blog e passe adiante sua experiência!"

Dicas para customizar suas roupas velhas

No inicio deste ano no programa da Eliana no SBT, a consultora de estilo do site Ser Sustentável com Estilo, Chiara Gadaleta, deu diversas dicas de como customizar suas roupas.
De forma barata e ao mesmo tempo sendo sustentável. Evitando consumir mais roupas, reaproveitando o que você tem no armário juntando com pequenos aviamentos ou diversos outros materiais, que são super baratos.

Assistam:

Muito boas as ideias, não acharam???

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Operação da C&A recebe selo sustentável

SÃO PAULO - Unidade é considerada a primeira do varejo de moda brasileiro a receber certificação internacional...

Uma operação da varejista C&A em Porto Alegre (RS) é a primeira loja a receber o selo sustentável Leadership in Energy and Environmental Design (LEED). A certificação é concedida para construções que asseguram os critérios de ecoeficiência reconhecidos internacionalmente.

“Estamos muito orgulhosos pela nossa Loja Eco ser a única do varejo de moda do Brasil a receber esse reconhecimento internacional, que é o selo LEED. Também estamos muito felizes de contribuir para a sustentabilidade de Porto Alegre, cidade engajada com o tema e que ganha agora seu primeiro prédio certificado”, afirma o diretor de operações da C&A no Brasil, Élio França.

A chamada Loja Eco da C&A no Brasil foi inaugurada em dezembro de 2009 e é a segunda da marca no mundo. A primeira foi inaugurada na Alemanha, em 2008. Para obter o selo, a operação por avaliações em vários segmentos, como qualidade ambiental interna e uso eficiente de energia e água.

Em Friburgo, RJ, oficina ensina a reaproveitar lixo têxtil das confecções

Oficina faz parte do Encontro de Bioarquitetura que acontece no município. Objetivo é conscientizar sobre o descarte incorreto desse material.


tecido mais caro (Foto: Reprodução TV Acre)


Nova Friburgo, Região Serrana do Rio,  recebe nesta sexta-feira (15) até o domingo (17), a segunda edição do Encontro de Bio arquitetura (EBA), que tem como objetivo levantar discussões e trocas de experiências sobre formas efetivas de unir desenvolvimento, sustentabilidade e manejo de matérias primas nos mais diversos tipos de edificações e também no manejo e reaproveitamento de resíduos.
Através da exposição de experiências práticas e teóricas, o EBA pretende levantar questões que envolvem a preocupação com a saúde do ambiente projetado, utilizando tecnologias apropriadas que aproveitam recursos naturais, como por exemplo, iluminação natural, ventilação e microclimas, promovendo a obtenção de eficiência energética e redução de resíduos sólidos.
Preocupado com as consequências da produção de toneladas de resíduos da indústria de moda íntima de Nova Friburgo, o Sindvest em parceria com o Instituto Serrano de Economia Criativa realiza a oficina do Projeto Eco Moda, durante o EBA. A oficina aconteceu no dia 15 de novembro (sexta-feira), das 11h às 17h, no Hotel Dominguez Plaza. A entrada foi gratuita.
O Projeto Eco Moda é uma iniciativa da Superintendência de Território e Cidadania (STC), da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), em funcionamento desde setembro de 2012, na comunidade da Mangueira, Zona Norte do Rio. O foco do trabalho são cursos de qualificação profissional na área de moda sustentável que atende a jovens e adultos.
Através das atividades de corte e costura, modelagem, desenho de moda com moulage, estamparia com serigrafia e acessórios e bolsas e oficina de costura, o projeto objetiva estimular a formação de uma nova consciência ambiental com relação a produção da moda. Esta, que é orientada pelo reaproveitamento de materiais recicláveis diversos, oriundos da indústria têxtil ou não tais como banners, retalhos, lonas e roupas sem serventia.
O objetivo da realização da oficina é promover consciência sobre a problemática do resíduo produzido diariamente pela indústria. Segundo Marcelo Porto, presidente do Sindvest, a possibilidade de realizar a oficina é oportuna neste momento que o Sindicato busca parcerias e caminhos para solucionar o grave problema. Esta parceria pretende trazer para Nova Friburgo o projeto integralmente. Todos os cursos do Eco Moda incluem na grade curricular um módulo voltado ao empreendedorismo, que visa qualificar os alunos para a criação de negócios próprios ao fim da qualificação. A ideia é tirar do ambiente toneladas de resíduos e formar profissionais com uma nova postura na produção de bens, norteada pela preservação ambiental.

Mais informações pelo site site do EBA.

Fonte: http://g1.globo.com

domingo, 10 de novembro de 2013

Sustentabilidade: O que é?

A palavra da moda atualmente é sustentabilidade. Em todos os setores, seja no meio ambiente, na economia, educação ou administração pública, todo mundo cita o termo sustentabilidade. E o que significa sustentabilidade? O que é ser sustentável? Teoricamente o termo “sustentável” tem origem do Latim: “sustentare”, que significa sustentar, favorecer e conservar.
Mundialmente a palavra sustentabilidade começou a ser propagada a partir da realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – United Nations Conference on the Human Environment (UNCHE), em junho de 1972, em Estocolmo. A partir deste evento, que foi o primeiro encontro mundial promovido com o objetivo de discutir assuntos relacionados ao meio ambiente e soluções para a preservação da humanidade, o conceito de sustentabilidade passou a ganhar uma maior importância. No Brasil, a expressão “sustentabilidade”, ganhou dimensões maiores após a realização da Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO), em 1992, no Rio de Janeiro.
Na prática, a sustentabilidade está definida como a capacidade que o indivíduo ou um grupo de pessoas tem em se manterem dentro de um ambiente sem causar impactos a esse ambiente. Mas apesar da sustentabilidade estar associada diretamente ao meio ambiente e a tudo o que envolve este, não está limitada somente a esta área. A sustentabilidade também está relacionada a outros setores da sociedade como a economia, a educação e a cultura. A sustentabilidade está diretamente ligada ao desenvolvimento de vários setores da sociedade, sem que estes agridam o meio ambiente. É através da sustentabilidade que os recursos naturais são utilizados de forma inteligente e são preservados para as gerações futuras. Sustentabilidade é isto, é saber suprir as necessidades presentes sem interferir nas gerações futuras. Um conceito correto e amplo de sustentabilidade está associado a soluções, caminhos e planos que busquem resgatar adoções de práticas sustentáveis na vida de cada pessoa e atinjam uma melhora comum a todos. Contribuir com nossas vivências e experiências pessoais e repassar estas ao coletivo, é um fator decisivo para possibilitar a prática da sustentabilidade. A adoção de práticas sustentáveis resulta a médio e longo prazo numa nova perspectiva de vida para nossos sucessores e lhes garantirão a manutenção dos recursos naturais necessários para uma melhor qualidade de vida.
A falta de conhecimento do ser humano em relação à sustentabilidade e ao que isto implica, pode ter conseqüências catastróficas. Nos dias de hoje é preciso que cada indivíduo tenha a consciência de que é necessário se preocupar e cuidar do meio ambiente no qual se vive. E para isto, é preciso estar atento a cada atitude e repensar a forma como se vive dentro deste ambiente. A continuação e sobrevivência da raça humana está totalmente dependente da conservação dos recursos naturais de nossas matas, florestas, rios, lagos e oceanos.
Quer alguns exemplos básicos de como podemos cuidar do meio ambiente e adotar práticas sustentáveis? Veja:
- Comece em sua casa, reciclando o lixo. Separa o que é plástico, vidro e resíduo.
- Não jogue as baterias de celulares ou outros equipamentos eletrônicos no lixo. Estes equipamentos devem ser descartados em lugares específicos.
- Substitua as sacolas plásticas dos supermercados e lojas por sacolas recicláveis ou pelas feitas de papel
- Não desperdice a água ou a energia elétrica


Vou adicionar itens nesta lista acima:
- Customize suas roupas em vez de jogá-las no lixo,
- Compre consciente, evite o consumismo exagerado,
- Pense e atue conscientemente,
- Reduza! Reutilize! Recicle!!

Moda e sustentabilidade ganham espaço no Fashion Rio

Sebrae realizou em seu lounge o painel sobre a relação entre estilo e preservação ambiental durante o evento - Da Agência Sebrae de Notícias - 07/11/2013

Além de gerar um alto impacto no meio ambiente, o conceito de sustentabilidade está em evidência quando o assunto é moda. Para discutir sobre esse tema no mundo dos negócios, o Sebrae no Rio de Janeiro realizou em seu lounge o painel sobre Sustentabilidade e Moda, no 1° dia do Fashion Rio, que começou nessa quarta-feira (6).
costura moda máquina agulha linha tecido roupa costureira  (Foto: shutterstock)
A indústria da moda é a quinta principal manufatureira no mundo. O Brasil ocupa respectivamente o 5° e 4° lugares nos segmento da indústria têxtil e vestuário. É o único país do ocidente a possuir toda a cadeia produtiva, sendo essencialmente formada por pequenas e médias empresas. E, para colaborar com o crescimento desse mercado, o Sebrae busca associação a empresas com responsabilidades ambientais. “Além de fazer parcerias, a instituição gera subsídios para que as pequenas empresas tenham acesso à inovação e ao aperfeiçoamento do processo de produção”, explicou Dolores Lustosa , analista do Sebrae no estado.
A moda sustentável muitas vezes é associada apenas à produção de roupas com materiais recicláveis, mas é importante lembrar que trata-se de uma indústria com grande projeção. O papel da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) também é de grande importância no processo de qualificação. “Procuramos desenvolver as industrias têxtil de forma a ajudar as empresas a se certificarem quanto à sustentabilidade e, dessa forma, adquirir credibilidade”, disse Karine Liotino, especialista do programa Texbrasil da Abit.

domingo, 3 de novembro de 2013

Huck ajuda mulheres que transformam lixo em arte no Mandando Bem

Neste último sábado assistindo ao Caldeirão do Huck, na TV Globo, vejo um quadro muito legal, o Mandando Bem, onde ele ajuda pequenas empresas a melhorarem. E este sábado (02/11/13), o Luciano foi ao Distrito Federal, encontrar uma Cooperativa de mulheres que reutilizam banner transformando-os em bolsas.

Segue a notícia completa retirada do site do Caldeirao do Huck.


"Huck ajuda mulheres que transformam lixo em arte no Mandando Bem
Cooperativa de Brasília transforma faixas e banners em bolsas

Luciano Huck ajuda mulheres que transformam lixo em arte no Mandando Bem (Foto: Caldeirão do Huck/TV Globo)

Mandando Bem deste sábado (02/11) decidiu mudar! O que antes era uma ajuda para quem tinha uma boa ideia de negócio e precisava de uma forcinha, virou algo ainda maior. Luciano Huck foi até Planaltina, a 20 minutos de Brasília, para ajudar quem tem boas ideias de negócio e de quebra, ajudam muitas outras pessoas. Saímos do individual para o coletivo e fomos conhecer a história de Dona Maria da Páscoa e suas companheiras da Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos de Planaltina.
Na Cooperativa, as mulheres desenvolvem um trabalho pra lá de especial. Todo material de propaganda política e publicidade como  faixas e banners é recolhido e se transforma em bolsas, pastas e  carteiras. A iniciativa é totalmente sustentável, mobiliza e dá emprego à varias mulheres da comunidade, mas está indo por água abaixo pela falta de recursos e clientes.
Disfarçado, Huck foi até o local e surpreendeu Dona Maria da Páscoa e suas amigas, que ficaram bastante emocionadas. Convidamos Gilson Martins, o designer de bolsas com mais de 25 anos de carreira e que já teve seus produtos usados por Madonna e Bono Vox, para atestar que o trabalho feito pelas mulheres da Cooperativa é legal e merecia uma forcinha.
E que ajuda elas receberam! Agora, a cooperativa se tornou uma marca, a "Candangas", que expressa a força das mulheres, e tem uma estrutura superequipada! Além de todo o material para a marca como etiquetas, e material para o desenvolvimento dos produtos, elas também vão poder contar com novas máquinas de costura, corte e acabamentos, estrutura para o escritório e até mesmo um caminhão para o transporte dos produtos!"
Para conhecer melhor a marca delas, acessem o site: http://www.candangas.com.br/
Vejam alguns produtos da Candangas:



E elas contaram com a ajuda do Designer de Bolsas e Acessórios Gilson Martins, ele também reutiliza restos de materiais que sobram de sua produção em outros produtos. 
"Gilson Martins descobriu nas sobras e retalhos do corte das bolsas que eram dispensadas em sua fábrica, uma possibilidade de perceber e apresentar o Rio de Janeiro de uma forma inovadora, transformando esse lixo em novos produtos de design. A idéia de aproveitar as suas próprias ex-costureiras de comunidades carentes na produção desse trabalho, batizado de Lixo Nobre, resultou em uma linha sofisticada e artesanal com grande importância no Brasil e no mundo. O luxo da idéia mostra a reciclagem e a responsabilidade social traduzidas no conceito de sustentabilidade."
Conheça mais o designer: http://www.gilsonmartins.com.br/
Temos dois grandes exemplos de Moda Ecológica eim! Quando se tem força de vontade, tudo é possível! Parabéns a todos!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Desfile de Eco Bijuterias do Projeto Mini Estilista

Bom dia leitores queridos do blog ME, depois de muito tempo sem postar, estou aqui hoje para falar sobre meu projeto. Estou no momento mais feliz de toda minha vida, realizada, dando aulas de moda, eco biju e customização para crianças. E por estar dando aulas, estou numa correria danada nos meus dias. E por esse motivo, meu blog ficou meio abandonado. Porém hoje retorno a postar mais vezes, e esse retorno é triunfal!

O Projeto
O Projeto Mini Estilista, funciona na Biblioteca Municipal Profº Barreiros Filho de Florianópolis e em escolas particulares como oficina extra-curricular.  As aulas tem como foco meninas(os) de 06 a 18 anos, onde o aprendizado vai desde de teoria, história e desenho de moda, passa pelas eco bijuterias (feitas com materiais recicláveis) e depois aprendem a costurar a mão para customizar suas próprias roupas. Sempre focando na sustentabilidade, trazendo a importância de reciclar e reutilizar materiais que seriam desprezados. Transformando o lixo em Luxo!

Hoje quero falar sobre o desfile das minhas alunas do projeto, uma turma em especial, da Biblioteca Municipal de Florianópolis, a Biblioteca Profº Barreiros Filho, que fica no bairro Estreito. O desfile ocorreu na biblioteca mesmo, ontem (25/10). O evento ocorreu juntamente e em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do município. As alunas mostraram as eco bijuterias que elas mesmas produziram.

O Desfile:
O desfile de hoje traz Eco Bijuterias conceituais feitas com materiais recicláveis de diverso tipos, como jornal, embalagens PET, embalagens Tetra Pak, retalhos de tecidos, fita VHS, entre outros. Este materiais foram transformados pelas alunas com muita criatividade e tendo como tema principal de inspiração o Boi-de-mamão, tradição marcante de nossa cidade. A coleção foi batizado com o nome “Fuxico Fashion - Festa do boi-de-mamão”. 

Segue abaixo fotos do Editorial e do Desfile das Coleções de Eco Bijuterias feitas pelas alunas do Projeto.


























domingo, 22 de setembro de 2013

Entrevista de Carlos Miele para o Chic

Acho que está mais do que na hora de repensarmos esse consumismo no que é de fora e valorizar o produto brasileiro, valorizar nosso país, não só falando de Moda, de tudo!

Gostei muito dessa entrevista do Carlos Miele, para o site Chic da Glória Kalil.

Há dez anos sem desfilar com sua marca principal no Brasil, Carlos Miele apresentou nesta quinta-feira (19.09) seu verão 2014, marcado principalmente pelo branco e estampa de píton, em desfile comemorativo no shopping Cidade Jardim, em São Paulo. O retorno trouxe tops como Carol Ribeiro, Ana Claudia Michels e Renata Kuerten. Mas é pontual, já que em fevereiro Miele volta a desfilar em Nova York, principal vitrine de seu trabalho desde 2002.

Apesar do momento atual do mercado de moda por aqui pedir por um reforço das marcas nacionais por conta da chegada das grandes grifes estrangeiras, Miele conta que não tem planos de voltar a desfilar por aqui tão cedo. Em conversa com o Chic, o estilista fala mais sobre o tema e também comenta a polêmica Lei Rouanet. “Mesmo com o incentivo à moda vai ser difícil. Sem incentivo, eu diria que vai ficar impossível”, disse.

Por que fazer este desfile agora no Brasil?
Faz dez anos que não estou aqui, que não estou próximo a vocês. Resolvi fazer porque são minhas raízes.

Nesses dez anos sentiu uma mudança no mercado da moda brasileira?
Sim, muito grande. Está bem mais concorrido para os brasileiros com a entrada dos internacionais. Agora você tem que estar nos Jardins, shopping Iguatemi, JK e aqui (Cidade Jardim), e isso dificultou muito para os designers brasileiros, fica tudo muito caro, é o mesmo público. As marcas internacionais realmente estão dividindo esse público de moda, então é o momento de fortalecer o Brasil e deixar forte a moda brasileira. Ou a gente acaba ficando sem ela.

Com tantos anos fora, como você compara o mercado de moda em Nova York e aqui no Brasil?
Nova York é uma vitrine para o mundo, São Paulo é uma vitrine pro Brasil. Temos que tomar cuidado. Os americanos conseguiram muito bem valorizar a moda deles e fazer de Nova York uma capital do mundo. Já o Brasil periga até de perder o que a gente tem de moda por aqui. O consumidor que pode pagar um designer hoje tem tanta opção de moda do mundo inteiro aqui, então vai ser difícil pros brasileiros agora se estabelecerem no Brasil. Diferente dos Estados Unidos, que os americanos comandam. A concorrência é de igual pra igual ou eles são até mais forte que os estrangeiros.

Sempre ouvimos reclamações sobre os impostos brasileiros, a burocracia. Em NY também é difícil?
O estrutural do Brasil, não tenho dúvidas de que torna muito complexo globalizar sua marca, porque é tudo muito caro. Muito caro e não tem. Encargos sociais são caros, o tecido mais qualificado não existe, e se existe é muito caro, então tem que trazer de foral. Realmente, em comparação, para internacionalizar a partir do Brasil é bem complexo.

Desde que foi para Nova York, tem acompanhando o São Paulo Fashion Week?
Não tenho acompanhado. Fui um dos fundadores, mas não tenho mais acompanhado, nunca mais fui, então não consigo nem emitir a minha opinião.

Pensa em algum dia voltar para o line-up?
A gente nunca tem que estar fechado pra nada, né? Não é fácil ser designer no Brasil, não é fácil concorrer com empresas globalizadas. Você faz o que você pode. Se dentro do que eu posso for interessante, for viável, então me interessa. Não está nos meus planos porque não está nos planos da empresa, mas não digo que não pode um dia entrar. Hoje, a médio e longo prazo, não vejo como uma prioridade isso.

E você acompanhou a polêmica em torno dos incentivos da Lei Rouanet para a moda? O que acha?
Acompanhei. Acho que é uma oportunidade de manter nossa moda viva, e a moda ajuda na identidade do Brasil. Obviamente, você pode viver sem moda brasileira? Pode. Sem música, cinema nacional? Pode, você pode viver. Mas cinema, mesmo cobrando ingresso, mesmo com incentivo, já é difícil fazer cinema no Brasil. E mesmo com o incentivo à moda vai ser difícil. Sem incentivo, eu diria que vai ficar impossível, está se tornando impossível.

Pensa em algum dia recorrer à lei?
Ah, se eu tiver com um projeto bom, né, cultural.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A Desaceleração do Fast Fashion e o Começo de um Novo Momento - Ecotece.org.br

Hoje gostaria de compartilhar com vocês um post que li no site Ecotece.org.br, muito interessante para ler e pensar em como caminha a evolução e as mudanças do mundo da Moda. Leiam e reflitam.
Muito bom!

 

 
Quando olhamos para a história da moda no século 20, temos uma divisão bem definida das décadas e seus respectivos estilos. Glamour nos anos 20, masculinização nos 40, revolução sexual nos 60, supermercado de estilos nos 90… Porém, não é fácil identificar uma estética que defina os primeiros anos do século 21.
Foi dos anos 2000 pra cá que a moda começou a se inspirar historicamente nas décadas do século anterior, revisitando-as e criando imagens novas. Pense na grande miscelânea de estéticas vistas nos últimos 13 anos: as mulheres de Sex & The City, Gaga e seus Little Monsters, o movimento emocore, os ecofriends com seus tecidos sustentáveis, o lenço étnico da Balenciaga, high low, androginia, unissex, hipsterismo… Impossível listar todas as referências, e muito menos escolher a mais marcante.
Mas arrisco dizer que um bom resumo dos “anos 00” é o multiculturalismo. A moda nunca foi tão globalizada, e nunca tantos jovens — em tantos lugares diferentes do mundo — se vestiram da mesma maneira. E um dos grandes responsáveis por isso, além da nossa estimada Rede Mundial de Computadores, é o fast fashion.
Desde o final dos anos 1990, o fast fashion vem dominando o planeta com seus preços camaradas, design contemporâneo e qualidade questionável. É uma engrenagem que defende exatamente a grande essência da moda: a efemeridade.
O filósofo Gilles Lipovetsky comenta que, desde os anos 1950, a chamada “estratégia da obsolescência planejada” faz com que as empresas criem pequenas mudanças estilísticas em seus produtos, lançando-os como novos. Embora obras “imortais” ainda possam ser realizadas, os projetos de curta duração são o principal fruto dessa cultura, na qual os objetos tem sua morte programada com antecedência e, muitas vezes, são consumidos antes mesmo de sua posse.
O sociólogo francês Jean Baudrillard defende uma relação mais ativa com os objetos. Segundo ele, em todos os tempos comprou-se, possuiu-se, usufruiu-se, gastou-se e, contudo, não se consumiu. O consumo se dá quando se estabelece uma relação entre o indivíduo e o significado do objeto, ou seja, é o signo do qual o objeto se reveste que o torna consumível.
É aí que nasce o “objeto de desejo”: algo carregado de valores e signos que é oferecido ao homem contemporâneo como capaz de suprir suas carências internas. No entanto, ao perceber que o objeto não pode preencher esse vazio, ele permanece frustrado, gerando uma doentia compulsão para o preenchimento dessa realidade ausente. É um ciclo infinito que jamais se realiza, por não ter limites.
Porém, este cenário já começou a apresentar sinais de desgaste. Observa-se hoje uma tendência comportamental em relação à moda: a vontade por uma maior valorização de tudo que consumimos. Os produtos estão cada vez mais incorporando ao seu design valores intangíveis, deixando de ser apenas objetos para se transformarem em sujeitos que constroem com os consumidores uma relação mais emocional.
Marcas que acreditam neste conceito já estão pipocando mundo afora. Recentemente, a especialista em moda vintage Gill Linton deu uma entrevista ao PSFK em que aborda o enfraquecimento do atual formato da indústria do vestuário. Segundo ela, sua loja Byronesque existe para “instigar a imaginação das pessoas e não deixar que elas se vistam todas da mesma maneira”. Gill acredita que peças vintage são cada vez mais valorizadas, não somente pela autenticidade de seus designs ou pela história que carregam, mas pela durabilidade que oferecem, por terem sido confeccionadas com um primor de qualidade muito superior ao que estamos acostumamos.
Aqui no Brasil, os incríveis tricôs da Helen Rödel nadam forte contra a corrente do fast fashion. Assista o vídeo.
Outras tentativas — ainda tímidas — levantam a bandeira do Slow Fashion tupiniquim, como por exemplo a coleção MB Infinito da grife Maria Bonita, com modelagens clássicas que duram muito mais do que apenas uma estação; a estilista Flávia Aranha, que utiliza materiais orgânicos na confecção de peças atemporais; ou Martha Medeiros, conhecida por seu trabalho realizado junto às rendeiras do Rio São Franscisco.
A Folha de São Paulo publicou um ótimo depoimento que salienta esse cansaço geral em relação ao efêmero. O texto de Vivan Whiteman critica a grande fábrica de “tendências” que as fashion weeks se tornaram, e como é humanamente impossível acompanhar essa montanha russa de lançamentos. Concomitantemente, em uma série de entrevistas do Style.com sobre o futuro da moda, o estilista Azzedine Alaïa disse que “é inconcebível que um designer tenha uma grande ideia a cada dois meses”.
Tanto é que muitos apelam para a cópia, como mostrou uma polêmica matéria da revista Piauí em 2007. Mesmo grifes consideradas carros-chefe da moda mundial já assumiram ter copiado modelos de outras marcas.
Aliás, esse debate sobre criação autoral de moda vai esquentar na próxima edição do São Paulo Fashion Week, com a provável inclusão da Lei Rouanet na moda brasileira, dando ao estilista o direito de captar patrocínios para suas coleções. Haverá uma triagem para detectar quais são as grifes que desenvolvem um trabalho de pesquisa criativa e quais são aquelas que não contribuem para a intelectualidade da nossa produção. Provar que uma “obra” é autêntica não será tarefa fácil!
O fast fashion, esperto que é, já está sacando todas essas novas correntes, e começa a pensar em alternativas de engajar sua clientela. Nessa indústria onde criadores copiam criadores, resgatar o “significado” de uma roupa — aquele capaz de gerar desejo no consumidor — será o grande desafio do setor para os próximos anos. Afinal, a busca pela autenticidade é o que deve marcar a imagem desta segunda década do século 21.
 
Texto escrito por: Eduardo Biz
Fonte: Ponto Eletrônico
 
Link da onde tirei a postagem: http://ecotece.org.br/