segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Moda sustentável: Um estudo de maquinários

Acervo pessoal

Moda e sustentabilidade é um tema recorrente nos dias atuais. Para tanto é fundamental que o designer se coloque diante das tecnologias de forma receptiva. Os profissionais devem estar abertos às inovações, atualizando velhas metodologias, otimizando e abstraindo novas ideias e funcionalidades. Esse é o desafio que proporciona progressos inesperados no campo da moda.

No desenvolvimento do produto, ao final do processo, na parte do acabamento ou beneficiamento existem algumas técnicas consideradas tecnologias inovadoras que promovem a substituição de práticas convencionais pelas de menor impacto ambiental. A primeira é o desgaste a laser que é capaz de reproduzir os padrões de desgaste e os processos a seco do jeans, evitando dessa forma os processos manuais de lixamento e o sandblasting, que são processos prejudiciais à saúde do trabalhador.

Existem no mercado ecolavadoras de última geração que funcionam apenas com oxigênio ativo e ozônio, o que permite dar ao jeans um aspecto envelhecido sem a utilização de água e de produtos químicos. Obviamente, este método é mais caro do que lavar com alvejante tradicional, todavia, o fato de não poluir a água residual, que terá que ser limpa posteriormente, compensa os custos de investimentos de maquinários, além de reduzir os gastos com energia decorrentes das lavagens convencionais.

Outra tecnologia existente é o amaciamento com nanobolhas onde reduz o tempo do processo tradicional e requer três etapas: lavagem, centrifugação e secagem em máquinas secadoras. O amaciante com as nanobolhas evita um dos banhos, graças ao seu sistema micronizado, que distribui a mistura de nanobolhas dentro do tambor. Tendo em vista que o uso de água durante esse processo é menor, a centrifugação deixa de ser necessária, reduzindo o tempo de secagem na secadora e fazendo com que consuma menos água e energia.

Referência: 
SALCEDO, Elena. Moda ética para um futuro sustentável.

Por Francys Saleh
Designer e Docente no curso de design de moda na Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Reciclagem na Moda

Sabe aquela calça ou camiseta que você já se cansou de usar? Pois elas podem se transformar em novas peças e com muito charme, sabia? Pesquisei na internet e encontrei estes modelitos muito charmosos e fáceis de fazer. Tudo muito simples e descomplicado, porém com muito estilo e charme.
Na foto abaixo, uma camiseta de malha mescla foi totalmente recriada com renda.


Nesta outra dica, uma calça básica se transforma num short.
Deixe a camiseta básica com ares de festa.

Você diria que esta linda blusa foi uma camiseta sem gracinha? Creio que não...
Olha só que gracinha! Uma camiseta de festa com tule bordado. Veja o passo-a-passo ao lado e divirta-se. Ela ficará linda com uma saia rodada ou de pregas para usar na balada e também com calça jeans para o dia a dia.

Fonte: Audaces.com

3R's – A Sustentabilidade na Moda

"O desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades" é o conceito criado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento para designar a ideia de Sustentabilidade.

As questões de sustentabilidade social, econômica e ambiental têm ganho expressivo destaque na mídia e nas reuniões gerenciais e, não seria diferente, também chegaram à Indústria da Moda.

A moda, aliás, foi colocada no centro dessas discussões, uma vez que no passado foi a força motriz do consumo conspícuo, além de promover severa degradação nos rios a partir dos processos de tinturaria nas tecelagens. Mas isso tudo ficou – praticamente – no passado.

Hoje o estilo individual favorece a atemporalidade das roupas em detrimento a efemeridade das tendências de moda. Os brechós e a customização tornaram-se sinônimo de cool e os processos produtivos, como a tinturaria, estão cada vez mais limpos.

Essa evolução pode ser facilmente entendida a partir do fluxo da metodologia dos 3Rs, oriunda da hierarquia dos resíduos usada na gestão de resíduos sólidos, que consiste em prevenir a geração de resíduos (reduzir), reaproveitar resíduos (reutilizar) e, quando nada mais for possível, parte-se para recuperação dos resíduos (reciclagem).

1. Reduzir – na indústria de confecção e varejo, reduzir significa a otimização dos processos, isto é, coleções mais adequadas ao perfil do consumidor, com maior qualidade e durabilidade. A redução de retalhos de tecidos também deve ser uma meta na gestão de resíduos e, para isso, hoje há softwares como o Audaces Vestuário Encaixe que otimizam o encaixe na hora do corte minimizando as perdas.

2. Reutilizar - é dar novo uso a um material que já foi usado, isso pode significar o aproveitamento de retalhos para criação de novos modelos ou variantes a partir de coordenações, ou mesmo a destinação dos resíduos para uma categoria de produtos completamente diferente, como os exemplos abaixo de uma poltrona e uma bolsa feitos com restos de denim. Os brechós também ressignificam peças que não servem mais aos interesses do proprietário, mas que ainda têm boas condições para outros. 

3. Reciclar - é transformar de modo artesanal ou industrial um produto usado em um novo produto, igual ou diferente do original. Essa transformação deve ser química e/ou física e é a última opção na gestão de um resíduo. Hoje já existem processos de reciclagem em larga escala para tecidos sintéticos e naturais.
Tecidos 100% reciclados feitos pela Denovo.

Fonte: Audaces.com

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Empresa de SC fabrica camiseta com 100 metros de comprimento com tecido feito de garrafa PET

Objetivo é entrar para Guiness Book e arrecadar recursos para Rede Feminina de Combate ao Câncer

Empresa de Navegantes fabrica camiseta com 100 metros de comprimento Marcos Porto/Agencia RBS
Uma empresa de Navegantes pretende entrar para o Guiness Book, o livro do recordes, por fazer a maior camiseta ecológica do mundo. Nesta quinta-feira, a Equilibrios, responsável pela confecção, apresentou parte da peça, que terá 100 metros comprimento — três vezes maior que o Cristo Redentor (veja mais abaixo). O modelo ficará pronto no dia 11 de outubro, quando será exposto à comunidade.

A camiseta gigante será rosa, em alusão ao Outubro Rosa — campanha mundial para conscientização contra o câncer de mama — e a iniciativa vai arrecadar recursos para a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama (RFCC). Para confecção do tecido foram usadas 30 mil garrafas pet e 85 rolos de malha. A produção envolve 80 pessoas direta e indiretamente. Ao final, o modelo terá 13,5 mil metros quadrados.


O evento de reconhecimento do recorde contará com a presença de um juiz oficial do Guiness Book vindo Londres. A camiseta será hasteada com ajuda de dois guindastes e cerca de 2 mil metros de cordas, também feitas com garrafas pet. Depois de certificada, a peça vai se transformar em 10 mil camisetas, que serão vendidas pela empresa ao custo de R$ 25 (primeiro lote). Do total arrecadado, 40% será destinado a RFCC — 2% irão para as esferas nacional e estadual do movimento e o restante para a municipal.

A presidente nacional da Rede Feminina, Aglaê Nazário de Oliveira, conta que para a entidade a ação é importante tanto pela ajuda como pela divulgação do trabalho desenvolvido.

— Para nós, que sobrevivemos de doações, é muito importante para dar continuidade aos atendimentos. Ficamos orgulhosas de ser convidadas para essa ação, isso traz credibilidade ao nosso trabalho — afirma.

A Rede Feminina atua principalmente na prevenção do câncer de colo de útero e de mama. A entidade oferece exames, banco de perucas e atendimentos com psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta, entre outros profissionais.

Ação social e ambiental

A camiseta gigante está 80% concluída, faltando apenas acabamentos. No próximos dias, a empresa vai transferir os trabalhos para outro galpão, onde tenha mais espaço para acertar detalhes. O diretor da Equilibrios, Rogério Tomaz Corrêa, explica que além de apoiar uma causa social e defender ações ambientais, a ação irá comemorar os 20 anos de atuação da fábrica.

Comparando

- A camiseta vai ultrapassar a altura de um prédio de 33 andares
- Será três vezes maior que o Cristo Redentor
- Pode cobrir mais de três campos de futebol oficiais
- Será mais alta que a Estátua da Liberdade dos Estados Unidos
- Terá altura equivalente a 63 carros populares empilhados
- 25 motos entrariam lado a lado apenas na gola da peça

A camiseta gigante

Para a confecção da peça gigante foram necessárias cerca de 30 mil garrafas pets, 85 rolos de malha fabricados especialmente para a camiseta e uma numerosa equipe envolvida na produção, entre costureiras, engenheiros e especialistas na área têxtil. A maior tinturaria das Américas, Tinturaria Florisa, localizada na cidade de Brusque (SC) foi a responsável pela coloração da malha.

Também foram utilizados cerca de 2 mil metros de cordas (também produzidas de garrafas pets) que serão utilizadas para a estabilização no dia do hasteamento por dois guindastes de grande porte. A parceira da Pré-metal estruturas metálicas, empresa com 15 anos de experiência, situada em Guaramirim (SC), forneceu a estrutura metálica que sustentará a peça gigante. Toda a malha chegará aos incríveis 13.500², o que daria para cobrir mais de três campos de futebol oficiais. Além de promover a consciência ecológica e a preservação do meio ambiente, a ação arrecadará recursos para a RFCC e irá enaltecer o tradicional "Outubro Rosa".

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Algodão colorido selvagem é 'domesticado' e vira artigo de exportação

Espécie de algodão colorido produzido no interior da Paraíba
Espécie de algodão colorido produzido no interior da Paraíba

Utilizado na confecção de roupas há mais de 4.000 anos, o algodão colorido perdeu espaço para o tipo branco no século 19, pois tinha fibras fracas que se quebravam nas máquinas. Porém, com um trabalho de melhoramento genético nos últimos anos, o algodão colorido ficou mais resistente e volta a ter valor de mercado.

Após o cruzamento com o algodão branco comercial, em um trabalho desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no início de 2000, o tipo colorido do algodão voltou a ser produzido em escala comercial e já é exportado para França, Japão, Estados Unidos e Alemanha.

A principal vantagem do algodão colorido é o menor impacto ambiental. Uma peça de roupa feita com o produto utiliza, em média, apenas 10% da água gasta em uma confecção tradicional. Além disso, o produto é valorizado por ser orgânico, ou seja, não utiliza agrotóxicos ou adubos artificiais.

Algodão colorido representa menos de 1% do mercado
Apesar de todos os benefícios ambientais, o algodão colorido ainda representa menos de 1% da produção nacional do setor. E não deve passar muito disso, segundo especialistas.

"Ele se encaminha muito bem para o nicho, para pequenas e médias propriedades; não deve aumentar muito a área total plantada no país", disse Lucílio Alves, que pesquisa o mercado do produto no Cepea (Centro de Pesquisa Agropecuária).

Por ser um produto de nicho, o algodão colorido é mais caro do que o tradicional. Enquanto o quilo do algodão branco sai por R$ 5, a mesma quantidade do produto colorido é vendida por R$ 8,5 (70% mais cara).

O produto é desenvolvido em cinco cores: marrom claro, marrom escuro, vermelho claro, vermelho escuro e verde.

Algodão colorido contribui para aumento da renda de pequenos produtores

Pequenos produtores ganham mais
Quem tem aproveitado para ganhar mais são os pequenos produtores do interior da Paraíba. Margarida Alves, conhecida como "Dona Preta", já planta o algodão colorido há quase oito anos. "Até 2005, só plantávamos o branco, e a renda era muito pequena com o pouco de terra que temos", disse.

Com uma produção de 280 kg de fibra do tipo colorido, obtida em um hectare, Dona Preta deve ter faturamento de cerca de R$ 2.400. A colheita ocorre em novembro.

A área de produção dela é uma das 35 de uma propriedade de 700 hectares do município de Juarez Távora (a 75 km de João Pessoa).

Cerca de metade das famílias do local complementam sua renda com o algodão colorido, que começou a ser cultivado na região em 2005.

Produtores dividem trator e máquina que tira caroço
Uma associação dos produtores de Juarez Távora divide trator e máquina de descaroçar algodão, doadas por uma entidade beneficente em 2000.

"Isso valorizou muito o produto. Se vendêssemos o algodão com o caroço, ele sairia por R$ 2 [o quilo]", diz Margarida. O produto sem caroço vale 325% mais (R$ 8,50).

Os gastos com as máquinas são pagos com a renda de três hectares de algodão, que os associados cultivam em mutirão.

Modelo usa vestido feito com algodão colorido

Da Paraíba para o mundo
Todo o produto da comunidade é vendido para a Associação de Produtores de Vestuário da Paraíba, que consome quase metade de toda a produção do Estado. Oito empresas que participam da associação criaram em 2007 uma marca, a Natural Cotton Colors, focada na exportação de peças feitas com o algodão colorido.

A aceitação do produto no exterior tem crescido nos últimos anos, segundo a empresária Francisca Vieira.

"No começo nem 10% eram exportados, mas, em 2012, chegamos a 30% pela primeira vez. Ao que tudo indica, podemos chegar a 50% neste ano", estima a coordenadora da marca.

Porém, a produção ainda pequena do algodão colorido tem travado o aumento das exportações.

"Neste ano, serão produzidas 35 toneladas de algodão colorido. Parte vai para o mercado interno, mas o grande foco é chegar com força no mercado internacional", afirma o técnico da Embrapa Waltenilton Cartaxo.