terça-feira, 24 de junho de 2014

Manduá alia criatividade e preocupação com o meio ambiente

Jogos educativos, mochilas e ecobags estão entre os produtos da loja virtual  
Simples, sustentáveis e cheios de imaginação. Assim são os produtos da Manduá, uma lojinha virtual que une criatividade infantil, empreendedorismo e preocupação com o meio ambiente. Neste mês, a Manduá lançou uma linha de produtos com referência à natureza, arte e imaginação. São desde jogos educativos e mochilas até ecobags, canecas e blocos, além de roupas e acessórios personalizados. Os produtos podem ser conferidos em www.loja.mandua.com.br
A maioria deles é ilustrada pela Maira, de 8 anos: uma pequena artista que adora desenhar. Graças à sua vontade de conhecer o mundo, aos 7 anos, ela imaginou como seria legal ter sua própria lojinha virtual – ideia que serviu de inspiração para a criação da Lojinha Manduá. Conforme a proprietária da loja e mãe da Maira, Mariana Faria Corrêa, vários produtos podem ser personalizados. “A ideia é ampliar a linha de produtos com novos pequenos ilustradores”, conta. 
Além de estimular a criatividade e a imaginação, a linha Manduá preza pelo respeito ao meio ambiente. Tamanduás, corujas e tartarugas, entre outros animais, estampam os produtos da série, proporcionando que o cuidado com a natureza e os animais faça parte do dia a dia das crianças desde os primeiros anos de vida. “Acreditamos que as crianças são o elo para uma geração criativa e comprometida com o planeta”, explica Mariana, que é bióloga. Além de trabalhar a consciência ambiental de forma lúdica, os produtos Manduá atentam para a preocupação ambiental desde o processo de produção, valorizando a simplicidade e a qualidade dos produtos, feitos por pequenas empresas.
Produtos:
Roupas e acessórios: Camisetas, bodies, bandanas, babadores
Decoração e festa: kits para festas, ímãs, quadrinhos, lembrancinhas
Brinquedos e presentes: canecas, naninhas, bichos de pano, ecobags, brinquedos de arte, ecologia e ciências, livros, CD’s e DVD’s infantis
Material escolar: cadernos, cadernetas e mochilas

Texto: Juliana Bencke/TraçoD
Fotos: Marília Haas

Fonte: Juliana Bencke - TraçoD - Design Estratégico

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O futuro verde da H&M

Depois do lançamento de uma coleção de denim reciclado no início deste ano e do crescente sucesso da Conscious Collection, a retalhista sueca está já a preparar novos desenvolvimentos, num caminho cada vez mais sustentável para onde pretende arrastar toda a indústria.
O futuro verde da H&M
Quando a H&M lançou uma coleção de denim reciclado no início do ano, usando como matéria-prima roupas velhas doadas através do seu programa de recolha em loja, ficou um passo mais perto de conseguir um verdadeiro sistema de ciclo fechado na produção.
Um sistema deste tipo significa zero desperdícios no final de vida do produto, com as roupas velhas a serem recicladas e a darem origem a novas em vez de irem parar a um aterro. É um sonho de sustentabilidade mas, embora a H&M possa ter ficado mais perto, há ainda trabalho a fazer e é necessário mais inovação para ultrapassar os desafios finais.
«É apenas o início», reconhece Catarina Midby, diretora de moda sustentável da H&M. «Penso que é possível fechar o ciclo, mas primeiro precisamos de novas tecnologias», acrescenta.
Isto porque o atual processo mecânico de reciclagem rompe as fibras, tornando-as menos duráveis e obrigando à sua mistura com outras fibras. A atual coleção reciclada contém apenas 20% de fibras recicladas, o máximo possível sem prejudicar a qualidade.
Embora a parte da equação relativa à reciclagem tenha de ser mais trabalhada – e Catarina Midby afirma que a H&M está a investir em inovações e que já foi feito algum progresso –, é evidente que tem havido um forte entusiasmo por parte dos consumidores. Nos primeiros 15 meses do programa de recolha de vestuário, a H&M reciclou mais de 5.500 toneladas de têxteis, o equivalente a 15 milhões de t-shirts.
«Os consumidores vêm ter connosco pela moda, mas vemos o interesse na sustentabilidade», afirma a diretora de moda sustentável. «A importância disso aumentou para os consumidores em 21% entre 2012 e 2013. A consciencialização está a aumentar», sublinha.
Catarina Midby aponta ainda o sucesso da Conscious Collection, que é mais cara mas tem um nível mais elevado de qualidade e design. «Esgotou quase de imediato», revela. «As pessoas compraram um pouco o carácter de sustentabilidade. Normalmente as pessoas estão atentas à moda, mas numa coleção como esta, a sustentabilidade é uma vantagem», reconhece.
Embora a H&M pretenda aumentar a quantidade de fibras de ciclo fechado que usa, há outras áreas de sustentabilidade onde está a tentar também fazer a diferença.
Uma é a nova etiqueta Clevercare, desenvolvida em conjunto com a detentora de símbolos de manutenção Ginetex, que apresenta novos símbolos que mostram aos consumidores como podem reduzir o impacto ambiental no cuidado das suas roupas. Podem ser usados por qualquer entidade que tenha a licença dos símbolos da Ginetex e irão aparecer em todos os produtos da H&M até ao final do ano.
A retalhista sueca está igualmente a trabalhar com a Sustainable Apparel Coalition no desenvolvimento do Higg Index, uma ferramenta para medir e melhorar a sustentabilidade, com o objetivo – ainda distante – de criar uma etiqueta para o consumidor que dá a indicação do nível de sustentabilidade geral de uma peça de vestuário.
Para além de levar a uma indústria mais “amiga do ambiente”, as iniciativas de sustentabilidade também têm de se enquadrar no plano geral de negócios e a H&M espera usá-las para contribuírem para o seu sucesso a longo prazo. «É nossa firme convicção que fará absoluto sentido em termos de negócio para o futuro, quando o consumidor estiver mais consciente destas coisas», afirma Catarina Midby.
Para além de responder à procura de vestuário produzido de forma sustentável, a H&M está a ajudar a impulsionar o crescimento dessa procura ao aumentar a consciencialização do consumidor. Se isso levar a padrões de maior sustentabilidade para toda a indústria, então a retalhista sueca estará bem posicionada para beneficiar da vantagem competitiva que esses investimentos vão dar.
É o tipo de pensamento que em parte está subjacente ao compromisso a longo prazo da H&M para assegurar que os trabalhadores que fazem as suas roupas recebem um salário de sobrevivência, em vez de simplesmente o salário mínimo do país em que estão a trabalhar. Isso irá afetar inicialmente as margens mas também coloca pressão sobre o aumento dos salários em toda a indústria e qualquer desvantagem competitiva acaba por ser eliminada se o salário de sobrevivência se tornar a norma. O tamanho e abrangência da H&M também tornam mais fácil absorver os maiores custos de produção.
«A ideia é que toda a gente terá de o fazer se nós o fizermos», explica a diretora de moda sustentável. «Mas os salários são apenas uma pequena parte do custo total da produção. Conseguir um custo baixo resume-se a grandes volumes, logística inteligente, relações a longo prazo nas cadeias de valor e eliminação de intermediários», conclui.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Os impactos ambientais decorrentes da cadeia produtiva têxtil

O mercado da moda dita quase que diariamente novas tendências, modas sazonais e produz novas coleções que alimentam o consumo desenfreado. A cada dia é maior e desmedido o consumo do fast fashion. Segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), a produção de roupas, meias e acessórios no Brasil alcançou 6,4 bilhões de peças em 2010.
Você já parou para pensar onde e como foi produzida, quem são as pessoas envolvidas na fabricação e quais são os impactos de cada peça que compramos?

Os impactos decorrentes da produção percorrem toda a cadeia produtiva têxtil: desde o plantio do algodão até a confecção da peça, além dos impactos derivados da comercialização. O cultivo do algodão, em virtude da grande quantidade de pesticidas, inseticidas e fertilizantes empregados para a obtenção da fibra, causa contaminação da água, do solo e da fauna local. Além de consumir um volume gigantesco de água nos processos de beneficiamento e acabamento – alvejar e tingir produtos têxteis. Ao longo da cadeia produtiva têxtil, os impactos ambientais envolvem contaminação do solo, consumo de água, de energia, emissões atmosféricas de poluentes e resíduos sólidos. No aspecto social – e também sustentável – que muitas vezes envolve o grave problema da mão de obra explorada de maneira análoga ao trabalho escravo, infelizmente uma prática muito presente inclusive na produção de grandes cadeias de lojas e marcas que terceirizam a produção e a responsabilidade sobre a questão.

Indústria têxtil está entre as principais empregadoras do Brasil - Foto: Manu Dias/Governo da Bahia

Em relação à última etapa, a confecção, os retalhos causam um impacto altamente significativo e não perceptível. No Brasil, a estimativa de resíduos têxteis é de 175 mil toneladas/ano. Desse total, apenas 36 mil toneladas são reaproveitadas na produção de barbantes, mantas, novas peças de roupas e fios. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (ABIT) na região do Bom Retiro, diariamente são descartados, inadequadamente, 12 toneladas de resíduos têxteis (retalhos) produzidos por mais de 1,2 mil confecções. A coleta dos retalhos é realizada de forma desorganizada, sem preocupação com a destinação adequada.
Cada peça produzida inevitavelmente gera aparas e retalhos que atualmente são descartados no lixo comum. Segundo estimativa do Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o volume de resíduos urbanos deve aumentar do atual 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas até 2025. Em relação ao descarte do lixo no Brasil, apenas 58% do total coletado tem como destino os aterros sanitários, terrenos que funcionam de acordo com as exigências legais. O restante é despejado em aterros controlados (24,2%) e em lixões (17,8%), e somente cerca de 4% é reciclado.
Diante desse cenário, uma das possibilidades para evitar a destinação inadequada dos retalhos é a reciclagem de tecidos, que consiste no processo de reutilizar as sobras de aparas e transformá-las em fios. Por meio de processos industriais, os fios podem ser usados para a fabricação de novos tecidos, estopas, colchões, mobiliários. Atualmente a sociedade produz mais do que necessita consumir, gerando um grande excedente, e como consequências dessas ações temos o esgotamento de recursos naturais e a geração de lixo e poluição. Em contrapartida, chegamos a tal ponto de desenvolvimento tecnológico que hoje já conseguimos produzir de forma mais limpa, gerando menos impactos. A gestão dos resíduos oriundos do setor têxtil é imprescindível, tanto do ponto de vista ambiental, social, legal e econômico para a consolidação de uma sociedade mais sustentável em diversos níveis.

Evento de moda sustentável ECOCHIC AWARD é patrocinado pela Ford

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Premiação realizada na Ásia e Europa tem o objetivo de conscientizar a indústria têxtil na preservação do meio ambiente por meio de materiais sustentáveis.
Com base no seu compromisso para o uso de materiais sustentáveis, a Ford vai patrocinar a quinta edição do evento EcoChic Design Award. Trata-se de um concurso de design de moda sustentável que desafia designers da Ásia e Europa a criar roupas com o mínimo de resíduos têxteis.
A premiação é organizada pela “Redress”, uma ONG que promove a sustentabilidade na indústria da moda, reduzindo o desperdício de matéria têxtil, a poluição, assim como água e consumo de energia.
Ford e Redress têm uma missão comum: reduzir o desperdício, espalhar a consciência sobre o fornecimento e uso de materiais sustentáveis e incentivar as pessoas e as empresas a manter a sustentabilidade sempre em foco em tudo que fazem, seja na concepção e fabricação de veículos ou na moda.
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“Estamos muito satisfeitos em trabalhar com a Redress como patrocinador para a competição deste ano”, conta Pete Hardigan, diretor de Sustentabilidade, Meio Ambiente e Engenharia de Segurança da Ford Ásia-Pacífico. “Assim como a Redress trabalha para colocar a sustentabilidade na agenda da indústria da moda, Há anos a Ford tem buscado garantir e melhorar continuamente a sustentabilidade de nossos veículos e métodos de produção ao mesmo tempo oferece um excelente design e altos níveis de qualidade”, completa o executivo.
A competição EcoChic Design Award está aberta para os designers que vivem em Hong Kong, China, Taiwan, Singapura, Malásia, Reino Unido, França, Alemanha, Suécia e Dinamarca. Os 30 selecionados serão julgados por um painel internacional de especialistas que, em seguida, selecionarão dez finalistas, um de cada região. Cada finalista vai apresentar sua coleção sustentável no Fashion Week Hong Kong, em janeiro de 2015. Seguindo Fashion Week, uma seleção de projetos dos finalistas fará parte de uma exposição internacional.
Ford vai promover um desafio sem precedentes na competição deste ano. Os dez finalistas participarão de uma disputa especial em Hong Kong, em janeiro de 2015, para criar desenhos de moda de resíduos têxteis e uma seleção dos materiais sustentáveis utilizados em veículos Ford.
Só na China, estima-se que aproximadamente 20 milhões de toneladas de resíduos têxteis são produzidos a cada ano. Com o tempo, esse lixo se transforma em tensões maiores em nosso ecossistema, como os transbordamentos dos picos de aterro, o desperdício de água e as emissões de CO2.
Estima-se que o designer influencia de 80% a 90% dos custos ambientais e econômicos de um produto. Isso os torna a peça essencial para mudar as ecotendências na moda. “E nunca é tarde demais”, disse Emily Lai, Gerente de Projeto de Cores e Materiais da Ford Ásia-Pacífico. “Se um novo material é atrativo e possível de se manusear e as opções de produção também serão economicamente viáveis, todos nós podemos fazer escolhas que reduzam o desperdício, incentivar a inovação e educar a próxima geração a ir mais longe.”

ECO WEDDING: Casamento sustentável traz dicas de como tornar a tendência uma coisa séria

Amei esta notícia da Revista Donna, escrita pela Gabi Chanas. O link do post original está no fim desta postagem.
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Elas não têm nada de "ecochatas". Não vão decorar a festa só com folhas recolhidas do chão, não andarão coladas nos convidados juntando cada papel jogado fora do lixo e não darão discurso no lounge por você estar fumando ou usando uma roupa de tecido tingido com química forte. As noivas ecologicamente conscientes fogem dos clichês de chatice e pegação de pé costumeiramente aplicados em cima de quem tenta espalhar a cultura do respeito à natureza. Elas veem o momento especial de seu casamento não como um palco de defesa de ideias, mas como uma possibilidade de conscientizar amigos e familiares sobre um assunto que defendem e prezam com muito carinho.

Os casamentos eco friendly já estiveram mais em voga, é verdade. Por volta de 2010, virou moda aderir à onda do papel reciclado, de plantinhas como lembrança. Passado o frenesi, sobrou apenas quem realmente acredita na ideia. É o caso de Mariana Giongo Duda, a linda noiva que estampa a capa de Donna. No dia 26 de abril, a gaúcha de Passo Fundo fez de sua troca de alianças com Leo Garcia um momento de celebração à sustentabilidade. No caso dela, o casamento foi uma extensão da cultura ecológica que pratica todos os dias. Empresária e diretora criativa de uma marca de moda sustentável, a Envido, Mariana construiu a carreira em cima de convicções relacionadas à proteção do ambiente natural que nos cerca. Para os amigos, era óbvio que a festa de uma noiva assim seguiria a mesma linha.
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Mariana e Leo levaram a sustentabilidade adotada em casa para a festa de casamento
- Em todos os momentos, eu sempre busco aliar alternativas ecológicas à minha vida. A organização do evento foi um desafio para mim, para a decoradora e para a nossa cerimonialista. Nós acreditamos nesse propósito e encontramos formas de criar um casamento sustentável sem deixar de lado o charme que um evento desse porte pede – conta Mariana, que passou a lua de mel na Tailândia, um paraíso famoso por belezas naturais (você não imaginaria uma noiva sustentável em lua de mel na cinza e cheia de concreto Hong Kong, não é?).
O primeiro passo rumo à festa verde foi convencer a família também a adotar a ideia. O que, por histórico de vida, não foi tão complicado:
- O Leo não é tão ligado à sustentabilidade como eu, mas aceitou todas as minhas ideias porque não fui radical. Minha família é do Interior, e a gente sempre deu vida nova aos objetos já utilizados, sempre reaproveitamos alimentos, então eles estão acostumados com esse conceito. Tanto meu noivo como as nossas famílias viram com bons olhos e também com curiosidade essa iniciativa. A gente precisou usar a criatividade para produzir esse acontecimento tão importante nas nossas vidas.

A organização do casamento começou a ser tocada da casa que Mariana e Leo dividem na Zona Sul de Porto Alegre. Entre seus três buldogues ingleses – que participaram da cerimônia – e muitas plantas, se debruçaram primeiro sobre a escolha do local da festa. Tinha que ser estratégico e passar a ideia de acolhimento que os ambientes ao ar livre promovem. A eleita foi a Praia do Rosa, em Santa Catarina, um dos principais destinos de quem pensa em dar toques ecológicos à união.

A praia tem grande preocupação com a preservação do ecossistema e da biodiversidade local (o som mecânico da festa termina à uma hora da manhã para que os animais que habitam a região sejam menos afetados pelo evento). Marcaram a festa para o dia, economizando luz elétrica, seguida por um luau à luz de velas, produziram os convites em papel reciclado e começaram a busca por serviços que se adequassem ao conceito do casamento.
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Uma das ideias de Mariana veio de um dos princípios da sustentabilidade, o reaproveitamento de materiais já usados. No lugar de correr lojas e lojas atrás de um vestido de noiva novo, ela decidiu reciclar o usado pela mãe em 1979. Junto com o estilista Carlos Bacchi, de Caxias do Sul, iniciou uma jornada longa de recuperação do modelo para que voltasse a ter a cor e o glamour de décadas passadas. Bacchi relata todo o processo:
– Meu primeiro contato com a Mariana foi bem normal. Ela agendou um horário para falarmos sobre o vestido de noiva e, nessa primeira reunião, conversamos sobre o aproveitamento do modelo usado pela mãe. O modelo original era muito bonito, estava bem íntegro. Mantivemos a saia intacta, sem mexer em nada do comprimento, medida de cintura, modelagem e aplicações. Apenas modificamos a parte de cima. O original tinha mangas longas e decote careca, com aplicação de rendas nas laterais das mangas. Criamos um novo molde para o top do vestido, com decote em arco nas costas. Misturamos as rendas que estavam nas mangas com duas outras rendas francesas, criando três tons diferentes. Bordamos o top com cristais alemães e três tipos de pérolas. Por último, acrescentamos os botões forrados que serviam para fechar as costas ao novo bordado.
Convites disparados e vestido pronto, chegou a hora de pensar em outros detalhes da festa. E vale até listar as ideias de Mariana e Leo:
- O cardápio foi escrito em quadros negros em vez de estar impresso sobre cada mesa. Economizaram bastante papel com isso.
- A roupa do noivo, do pai e do irmão da noiva foram feitas em linho, tecido natural, sem tingimento.
-Até a gravatinha borboleta usada por um dos cachorros que levou as alianças até ao altar foi sustentável, feita do reaproveitamento do forro do traje do noivo.
- A decoração inteira teve o tema da sustentabilidade, usando flores naturais (sem fertilizantes químicos) e em pouca quantidade.
- Os acessórios de Mariana foram joias da família e flores naturais.
- O espumante veio da Serra gaúcha e foi escolhido a dedo. Seu processo de fabricação era totalmente sustentável, com economia de água e sem adição de açúcar.
- Para o bolo e os doces, os noivos priorizaram o uso de frutas da estação e ingredientes naturais.
- Para o buffet, buscaram o uso de alimentos orgânicos, sem agrotóxicos.

- As lembrancinhas foram mudas de pimenta para que os convidados criassem o hábito de cultivar uma planta.

- Para o casal, a experiência de adequação da festa à sustentabilidade valeu a pena. A noiva dá o depoimento:
– Vivemos num mundo de desperdício, onde acabamos perdendo a nossa essência e passamos a apenas consumir coisas. Não respeitarmos a natureza como fonte da vida. É possível inserir a sustentabilidade com pequenas mudanças no cotidiano, como dar preferência a alimentos orgânicos, consumir menos e melhor, saber que existem produtos de beleza orgânicos e que não são testados em animais, separar o lixo, de vez em quanto deixar o carro em casa e aproveitar uma boa caminhada pela cidade. Plantar também é uma terapia e nos conecta com a natureza.
Moda sustentável
1. Para quem gosta da ideia de levar a sustentabilidade para o casamento, o estilista Carlos Bacchi dá dicas.
“Meus tecidos preferidos são, sem dúvida, os linhos puros naturais (sem tingimentos e lavagens químicas) e a mistura de seda com algodão e garrafas pet recicladas. Este último é produzido manualmente em tear e não possui tratamento químico algum, preservando os tons naturais. A partir daí, temos muitas possibilidades: cascas de frutas, materiais reciclados, o próprio bambu: tudo isso já existe disponível em indústrias especializadas de tecidos ecologicamente corretos.”
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2. A Envido, empresa fundada pela noiva Mariana, funciona como um laboratório de moda com investimento em designers iniciantes em projetos que são concretizados de forma sustentável (pensada desde a matéria-prima até a entrega ao consumidor). Um ciclo que une colaboradores, comunidades, uma rede de designers, sempre com os olhos atentos à preservação do meio ambiente.
“O trabalho na Envido começou com upcycling, reaproveitando resíduos da indústria como tecidos, couros e peles e avançou até o desenvolvimento de tecidos orgânicos e biodegradáveis. No ano passado, fomos selecionadas para participar do Greenshowroom em Berlim, onde marcas de moda sustentável de todo o mundo se encontram”, comemora a empresária.
Quando vale a pena adotar um eco wedding
Quando você acredita em ideais de sustentabilidade. Não precisa ser uma noiva tão envolvida no assunto como a Mariana, mas inserir pitadas de conscientização faz com que o assunto seja debatido em casa, em família e talvez forme uma nova consciência nos amigos que participaram da festa.
Quando não vale a pena adotar um eco wedding
Se você fizer apenas para seguir a moda. Tem que acreditar na proposta. Vale lembrar: afaste a ideia de que casamentos sustentáveis são mais baratos. Os preços se equivalem. A prova está no supermercado: já reparou como os alimentos orgânicos, sem uso de agrotóxicos, são mais caros?
Boas eco ideias
- Casar em lugares como praias e fazendas, mas sem fazer nenhuma alteração no ambiente (quebrar galhos, abrir buracos).
- Usar reciclados em toda a papelaria (convite, tag de lembranças, save the date, cartão de agradecimento).
- Usar latas de metal e vidro e outros recipientes reciclados, como vasos para plantas naturais, que os convidados possam levar para casa e plantar no quintal.
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- Começar a festa mais cedo, economizando energia e usando toda a beleza das velas.
- Convencer os convidados a manter o mesmo copo a noite inteira, evitando a lavagem sem fim na cozinha.
- Marcar uma van para levar todos os convidados, evitando que cada um vá com seu carro.
- Apostar nas flores desidratadas, que duram mais tempo e podem ser reaproveitadas em várias festas, por até três meses.
- Escolher com cuidado as empresas que você contrata. Saiba quais os processos que usam e se agridem o meio ambiente de alguma forma.
Para ver mais fotos do casamento acessem o link do site oficial da notícia: Revistadonna.clicrbs.com.br